O município de Batatais fechou o mês passado com 190 novos casos de Covid-19, uma média de 6,3 pessoas contaminadas por dia, bem diferente do mês de outubro, quando a média ficou em 3,4. Os números demonstram que a pandemia por aqui, que tinha apresentado recuo considerável, volta a preocupar as autoridades de saúde e toda a população.
Já dia 2 de dezembro foi confirmada a 32ª vítima fatal da doença na cidade, que se enquadra na faixa entre 71 e 80 anos, a que vem concentrando o maior número de mortes desde o começo da pandemia, com 13 no total.
A Secretária de Saúde, Luciana Nazar Arantes (foto), em live realizada pelo Facebook nesta semana, disse que o aumento da contaminação na cidade demonstra o descuido por parte da população. “Os números de confirmações estão superiores a setembro, quando foi registrado o maior índice de pacientes contaminados na cidade. A única forma de combater essa evolução é a conscientização das pessoas. Precisamos nos unir novamente e proteger os idosos, as pessoas com comorbidades até que a vacina saia e possamos voltar à vida normal”, conclamou.
A Secretária lembrou que o isolamento, evitando ao máximo as aglomerações, e o uso da máscara e álcool gel, são necessários, pois a pandemia infelizmente continua tirando muitas vidas. Disse ainda que todo o estado voltou para a fase amarela do Plano São Paulo pela preocupação com a falta de leitos que pode vir a ocorrer, se o crescimento no número de casos e internações continuar em volume tão exponencial como vem sendo registrado.
Estado recebe um milhão de doses da CoronaVac
O Governador João Doria, junto com o batataense Dimas Covas, Presidente do Instituto Butantan e com o Secretário Estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, estiveram na quinta-feira, 3 dezembro, acompanhando a chegada de 600 litros a granel da vacina Coronavac, correspondente a um milhão de doses. Com esta remessa já são 1 milhão e 120 mil doses enviadas pela farmacêutica chinesa Sinovac ao estado de São Paulo.
O processo de envase desta primeira remessa de insumos deve levar de quatro a sete dias e envolverá, diretamente, cerca de 40 colaboradores do Butantan. A produção será ininterrupta. “Estamos cumprindo mais uma etapa fundamental para disponibilizar a vacina em tempo recorde aos brasileiros. A tecnologia e expertise do Butantan já nos permitem realizar parte do processo produtivo em nossa própria fábrica, e estamos trabalhando para muito em breve podermos produzir integralmente a vacina, mediante processo de transferência de tecnologia por parte da Sinovac”, afirmou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas.
O lote ainda passará por testes que vão aferir e validar a qualidade do produto e também do processo produtivo. As demais remessas chegarão no decorrer das próximas semanas. Já a disponibilização para a população ocorrerá somente após a comprovação da eficácia, que deverá acontecer após a conclusão da terceira fase dos estudos clínicos e posterior aprovação e registro por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O imunizante se encontra na fase final de testes clínicos em humanos no Brasil e deverá ter os resultados de eficácia anunciados na primeira quinzena de dezembro. No momento estão sendo analisados 74 voluntários que se infectaram com o coronavírus. O número ultrapassou o mínimo necessário, de 61 casos, para a abertura dos estudos e análise. Os dados extraídos desta análise serão enviados pelo Comitê Internacional Independente para a avaliação e aprovação da Anvisa.
Segurança e eficácia
No último dia 19 de outubro o Governo de São Paulo e o Butantan anunciaram que a Coronavac é a mais segura entre as vacinas que estão em etapa final de estudos clínicos no Brasil.Do total de voluntários que receberam vacina ou placebo, apenas 35% apresentaram algum tipo de reação adversa, mas todas elas classificadas como leves, como febrícula ou dor no local da aplicação. Nenhuma reação adversa grave foi registrada. Já em novembro a revista científica Lancet, uma das mais importantes no mundo, publicou os resultados de segurança da Coronavac na fases I e II, realizados na China, com 744 voluntários. A publicação mostrou que a vacina é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos.