O retorno às aulas presenciais nas escolas particulares em Batatais
O início do mês de maio marcou o retorno às aulas presenciais nas escolas particulares do município de Batatais. É um momento em que os dados apresentados pela Secretaria de Saúde estão alarmantes: muitas mortes, muitas pessoas aguardando leitos para serem internadas em nosso município, porém todos estão ocupados, seja na UTI, seja na ala COVID.
Devido a esse cenário, a retomada das aulas será gradual, facultativa, e as escolas poderão receber diariamente até 35% dos alunos matriculados. É preciso que tanto a família quanto a escola estejam atentas às medidas sanitárias como, por exemplo, o uso constante de máscaras por todos, de protetores faciais para os profissionais da educação, a higienização frequente das mãos, a preservação de distanciamento social, a organização da entrada e da saída, a aferição de temperatura na entrada, a realização de intervalos e recreios escalonados e a limpeza frequente dos ambientes são condições essenciais para o retorno seguro.
Para que tudo isso ocorra, a responsabilidade de todos é muito importante. É preciso atenção, desde a saída do aluno para ir à escola até o retorno para a casa, com algumas medidas, tais como:
1.Os pais devem medir a temperatura dos filhos antes de sair de casa para ir à escola e após o retorno;
2.A família deve ter alguém disponível para buscar o filho na escola quando ele apresentar algum sintoma que gere suspeita pela instituição de ensino e coloque em risco a saúde de todos que estão no ambiente escolar;
3.Quando a criança e ou adolescente estiver com sintoma de febre, tosse ou coriza, deve ficar em casa e não ir para a escola;
4.Apesar de todas as recomendações para que não haja viagem, algumas famílias têm viajado e, depois da viagem, é preciso cumprir a quarentena antes de retornar para o ambiente escolar;
5.Alunos que fazem parte do grupo de risco não devem retornar às aulas presenciais.
Outro fator importante nesse momento de retorno às aulas presenciais, também, é o diálogo constante na escola – entre professor e aluno – e, em casa, entre pais e filhos, ensinando as boas práticas de higiene respiratória e das mãos, na escola e em outros lugares:
1.Lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou usar álcool 70%;
2.Quando tossir ou espirrar deve cobrir a boca e o nariz com um cotovelo flexionado ou lenço de papel – que deve ser descartado em seguida em uma lixeira com tampa;
3.Não tocar os olhos, a boca ou o nariz sem ter lavado as mãos adequadamente antes.
Observando todos os protocolos estabelecidos pela área de saúde e com muita consciência do uso do espaço da escola pelos alunos e orientação dos profissionais da educação, o retorno tende a ocorrer com o mínimo de segurança, mas não existe o plano perfeito para a reabertura das escolas e corre-se o risco de disseminação do vírus.
Fica a Dica!
A crônica que trago aos leitores hoje foi escrita por Cecília Meireles e faz parte da seleção feita pela professora aposentada da UFMG, Maria Antonieta Antunes Cunha, para o livro da Editora Global Crônicas para Jovens publicado em 2012.
Nesta crônica, a autora nos faz um convite para a contemplação da natureza, das estações do ano – que aparecem personificadas – e nos faz refletir para entender o mundo e extrair lições para a vida.
As estações perplexas
Cecília Meireles
Naturalmente, por culpa desses engenhos clandestinos que gregos e troianos estão atirando ao espaço, as estações se equivocaram e o Inverno, de barbas brancas, insiste com a Primavera em que o seu tempo ainda não passou, enquanto a Primavera, com suas coroas desmanchadas, vê avançar o Verão, de roupas de fogo, e não sabe o que fazer de flores e pássaros.
As estações perplexas, mas bem-educadas, apresentam suas razões com bons modos, não por desejarem estar no cartaz, mas pela disciplina do próprio ofício. Elas, antigamente, executavam suas danças com grande acerto e, enquanto uma andava no primeiro plano, com seus véus e outros acessórios, as outras, com muita elegância evoluíam em planos sucessivos, esperando o momento de se apresentarem, com todo o seu brilho e poder. Mas com os tais engenhos que perfuram o espaço, embora tão miseráveis, em relação ao universo como um espinho no pé de um elefante, creio que sempre há distúrbios: e só assim me parece explicável que neste mês de “setembro” possamos ainda trazer roupas de lã.
Pelo jardim há numerosos estragos. As plantas andam meio loucas: gardênias que costumam desabrochar em dezembro, abriram repentinamente em outubro e agora estão secas e caem melancolicamente, querendo ainda conservar o perfume e o aveludado nas pétalas queimadas.
Qualquer flor que aparece, por saber que estamos na primavera, vem o vento e a desfolha, vem o frio e a faz murchar, vem a chuva e arrasta-a para o chão. Que aconteceu? Pensam as flores. (Sim, porque as flores pensam). E logo desaparecem, tristes. (Porque as flores também entristecem).
Quanto aos passarinhos, nesta região de sabiás e pardais, pintassilgos e cambaxirras, nesta região onde, o dia inteiro, o ar está cheio de pios, de cantos, de lamentos, de beijinhos d’água e risadinhas verdes e azuis, os passarinhos não sabem mais onde fazer seus ninhos e, por acharem tão fria esta primavera, abandonam as árvores de ar condicionado e metem-se pelo vão das telhas e pelos canos dos aquecedores.
Quanto aos pobres humanos, uns andam com gripes invernais muito prolongadas, outros não sabem o que fazer do seu belo guarda-roupa de verão. Todas as manhãs, olha-se para o céu: onde estamos? Na Holanda? Em Paris? Na Suíça? Vem o vento ríspido misturar os nossos papéis, sacudir as trepadeiras, estremecer as portas e distribuir lumbagos e torcicolos. A lama respinga por toda a parte. Nunca se sabe se o pé vai entrar numa poça ou num bueiro… E a primavera, Primadona, espera no seu camarim, um pouco rouca, enquanto gregos e troianos jogam para o alto seus engenhos, que valem palácios, museus, hospitais, universidades, teatros, pacíficas habitações terrenas que seriam felizes com um pouco de graça e amor.
Poesia: o velho abrigo da alma
Vicente de Carvalho
poemas e Canções
Só a leve esperança, em toda a vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada:
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.
O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.
Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa, que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.
Nas trilhas da Educação…
1. Profissionais da educação – com idade acima de 47 anos – receberão segunda dose da vacina contra COVID-19 no próximo dia 11 no mesmo local e horário da primeira dose.
2. Estudo publicado pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo mostra que estudantes dos anos iniciais foram os que mais regrediram em relação à aprendizagem durante a pandemia.
3. ENEM 2021 – Pedidos de isenção começam no próximo dia 17. O prazo para solicitação de isenção de taxa de inscrição no Enem 2021 e justificativa de ausência na edição de 2020 vai até o dia 28 de maio. Esta é a primeira vez que o Inep publica edital separado da inscrição.