Nas últimas semanas chamou atenção da nossa comunidade a informação de que a Provedora da Santa Casa, Nilla Macedo, havia sido destituída do cargo. Conhecida pelo trabalho dedicado que realiza à frente da instituição, e de forma voluntária, Nilla foi retirada do cargo por alguns poucos diretores descontentes com a situação financeira do Hospital.
Entramos em contato, e ela nos explicou que os mesmos tomaram essa decisão em reuniões irregulares, mas, imediatamente, entrou na justiça e foi reconduzida ao comando da Santa Casa. “Eles alegavam que teriam que me tirar do cargo em função do endividamento da instituição. Mas, conseguimos a anulação das duas reuniões que realizaram com essa finalidade, inclusive já com decisão em segunda instância”, informou
Nilla lamentou o ocorrido, principalmente porque, segundo ela, essas pessoas estão prejudicando o Hospital por fatores pessoais. “Há 4 anos estou como Provedora da Santa Casa, de acordo com assembleia composta pela irmandade. A primeira em janeiro de 2018 e a segunda em janeiro de 2020. Os dois primeiros anos foram de muitos ajustes e os dois últimos de enfrentamento a pandemia da Covid-19. Diga-se de passagem, foi um trabalho muito bem feito, em conjunto com todas as equipes médica, assistencial e administrativa e um bom relacionamento com a Secretaria de Saúde e prefeito, principalmente quando comparado com cidades da região. Enfrentamos muitos desafios nestes dois últimos anos e, depois de passado o sufoco, alguns diretores resolveram aparecer e, sem ao menos tomar ciência da situação, quiseram afirmar que a atual gestão deve mais que as gestões anteriores, o que não é verdade. Pelos balanços anuais podemos afirmar que o endividamento é alto, porém está proporcional ao que sempre esteve, infelizmente”, explicou, lembrando que nestes quatro anos só foi vendido um terreno da Santa Casa, contra 17 terrenos dos anos anteriores, além da venda de metade da fazenda, que tinha a vontade expressa dos doadores de que não poderia ser vendida, e apenas usada para gerar renda para a instituição.
A Provedora disse que o número de atendimentos por causa da pandemia e os custos de materiais e medicamentos foram os grandes problemas, chegando a subir até 10 vezes do valor original. O endividamento bancário da Santa Casa estava em R$ 5.743.652.00, data base setembro de 2021 e frisou que todos os balancetes e relatórios, inclusive de consultores externos estão no site para acesso público.
Obras de ampliação da UTI dependem do repasse das verbas prometidas
Aproveitamos para perguntar a Provedora Nilla Macedo sobre a perspectiva para a finalização das obras de ampliação da UTI. Ela informou que a partir do momento em que as verbas prometidas estiverem no caixa da Santa Casa acredita que em torno de 120 dias as melhorias estão concluídas. “Estamos terminando as negociações com o município para o repasse de R$ 300 mil. As outras verbas que foram prometidas por deputados, ainda não chegaram, mas tenho certeza que quando chegarem o Prefeito Juninho vai nos repassar imediatamente”, concluiu.