O empresário e professor batataense, Luciano Patrocínio dos Reis (foto), que vem contribuindo em diversas ações em favor da saúde nesse período de pandemia, tem mais um projeto sendo destacado. Trata-se de um protótipo capaz de desinfetar notas de dinheiro com calor e luz ultravioleta. Segundo Luciano, a proposta é aprimorar a ideia para uso em caixas eletrônicos e estabelecimentos comerciais. “Quando começou a pandemia, eu vinha pensando sobre o dinheiro. É o maior dos precursores de doenças, porque passa em todo lugar e a gente não tem rastreabilidade de quem pegou”, disse.
O equipamento funciona com um sistema de aquecimento, que chega a 98° C, e lâmpadas ultravioletas com poder germicida. Em testes preliminares em um laboratório particular, a nova tecnologia se mostrou capaz de eliminar bactérias e fungos do papel. Um biomédico esfregou um cotonete nas notas para coletar todas as substâncias que continham nelas. Depois, semeou os germes em uma cultura à base de sais e proteínas, que funcionam como alimento para os microrganismos. Antes de as notas passarem pelo protótipo, o material coletado ficou repleto de manchas, o que indicava a proliferação dos fungos e bactérias. Depois do desinfetador, as mesmas notas não eram mais capazes de contaminar as culturas. Testes para analisar a presença de vírus ainda estão sendo conduzidos. De acordo com o professor, as notas do experimento e o aparelho serão enviados à sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para avaliação ainda neste mês de setembro.
Luciano agora quer investigar por quanto tempo dura a desinfecção. Ele colocou as notas que passaram pelo protótipo em caixas registradoras de supermercados e está recolhendo o dinheiro para levar ao laboratório do biomédico e realizar novos testes. O professor diz que já pediu registro de patente da ideia, que custou cerca de R$ 1,3 mil, mas pode ser barateada em uma produção de larga escala. O próximo passo da invenção é aperfeiçoar o sistema para diminuir a quantidade de vezes e o tempo que as notas precisam passar pelo desinfetador. “A gente já sabe os erros e os acertos. Tem que aperfeiçoar para colocar no mercado o quanto antes”, diz.
Enquanto os testes não ficam prontos, Luciano segue o trabalho de reparo de respiradores, gratuitamente, e produção de máscaras, gorros e aventais para doar a hospitais que atendem pacientes com Covid-19. “O coronavírus é uma lição de vida. Essa pandemia vem para ajudar muitos e modificar muita coisa neste mundo”, afirma.