O que todo mundo desconfiava a Polícia Federal revelou essa semana: a participação de Bolsonaro na tentativa de golpe que teve seu momento cristalizado no 08 de janeiro na chamada “Festa da Selma”, aquela invasão selvagem nos poderes constituídos em Brasília.
Primeiro a PF descobriu a “Operação Punhal Verde Amarelo”, uma operação articulada por Bolsonaro que contava com os “kids Pretos”. Kids Pretos é o nome dado aos militares formados pelo Curso de Operações Especiais do Exército Brasileiro, eles possuem treinamento avançado e operam com grande autonomia e recursos em situações extremas, sabem ser sigilosos em ambientes hostis, são especialistas em guerras não convencionais, infiltram em território inimigo e são inclusive treinados para resistirem a tortura, é a elite do Exército, Pazuello que foi Ministro da Saúde na época da covid e Mauro Cid que está sendo interrogado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes são kids pretos. Seu lema é: “Qualquer missão, em qualquer lugar, a qualquer hora e de qualquer maneira.”
Foi dada a missão: matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Bolsonaro buscou apoio do Exército e o General Freire Gomes disse que ia “manter a posição institucional” referindo-se ao resultado das eleições presidenciais, a Aeronáutica não caiu nessa de golpe, a Marinha sim, aderiu, já tinha até tanques preparados para ação. Bolsonaro sem o apoio do Exército não assina o decreto, a missão dos kids foi abortada, Alexandre de Moraes está vivo, Lula e Alckmin passam bem.
Depois apareceu a Operação 142 que vem do General Braga Netto, vice de Bolsonaro, ele elaborou um plano para implementar uma ruptura institucional também após a derrota eleitoral, nessa operação, primeiro deveria anular as eleições de 2022, depois prorrogar os mandatos dos políticos para não se preocuparem com eles por enquanto, porque todo golpe tem farda e paletó; substituir todo TSE (Tribunal superior Eleitoral) como Maduro fez na Venezuela e preparar uma nova eleição. Faz-se um discurso em cadeia nacional de rádio e tv, prepara as tropas para ações diretas, mobiliza juristas e formadores de opinião e interrompe o processo de transição, aquilo que eles entenderem que foi ingerência do Judiciário no Executivo e Legislativo desde 2019 será tudo reavaliado. Até um gabinete do ódio já estava formado por coronéis do Exército para hostilizar publicamente autoridades contrárias ao golpe. Estado final desejado: ” Lula não sobe a rampa”.
Esse é o golpe que fracassou, mas não a tentativa, quase fomos para o buraco. Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio de forma direta e efetiva nos dois planos, tal não se realizou por circunstâncias alheias a sua vontade.
Nossas Forças Armadas são maiores que esses bandidos que nela ingressaram e com nojo atuaram, eles precisam ser punidos exemplarmente, para não ferir a imagem da instituição de defesa do país, quanto a Bolsonaro esse é um tumor que se instalou no Brasil e pior deixou metástases que ainda irão aparecer.