Olá pessoal, vamos começar o ano trazendo para vocês um tema muito doido, que nasceu com potencial e vem crescendo absurdamente. Eu iria falar um pouco sobre os filmes do ano, algumas tendências tecnológicas para 2022, mas nas minhas pesquisas NFT ganhou de todas as formas. Há alguns meses um grande amigo me sugeriu falar com vocês sobre este tema, na hora eu achei muito complexo e ainda prematuro, mas chegou o momento.
NFT foi eleita a palavra do ano 2021 pelo grupo que publica o dicionário Collins. O termo é uma sigla em inglês para “non-fungible token”, que em português quer dizer “token não fungível”. No ano de 2020, a palavra do ano foi lockdown.
As moedas digitais abriram caminho para o surgimento de novos formatos de ativos digitais que atraíram milhares de investidores e movimentaram bilhões de dólares. Os NFTs, é um deles.
Entre janeiro e setembro de 2021, segundo dados do site de análises DappRadar, o volume de vendas desses tokens chegou a US$ 13,2 bilhões, valor maior que o Produto Interno Bruto (PIB) de vários estados brasileiros.
O que são NFTs?
NFT é a sigla em inglês para non-fungible token (token não fungível, na tradução para o português). Para entender bem o que é essa tecnologia, primeiro é importante saber o que significam os termos “token” e “fungível”.
Um token, no universo das criptomoedas, é a representação digital de um ativo, como dinheiro, propriedade ou obra de arte. Exemplo: se uma pessoa tem o token de uma propriedade, significa que tem direito aquele imóvel, ou parte dele.
Já bens fungíveis, de acordo com o Código Civil Brasileiro, são aqueles “que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”.
Exemplo: Uma nota de R$ 100 é fungível, já que é possível trocá-la por duas de R$ 50. A pintura “O lavrador de Café”, do pintor Candido Portinari, por outro lado, não é fungível, pois é única e não pode ser trocada por outra igual.
Um NFT, portanto, é a representação de um item exclusivo, que pode ser digital – como uma arte gráfica feita no computador, ou física, a exemplo de um quadro. Além de obras de artes, músicas, itens de jogos, momentos únicos no esporte e memes podem ser transformados em um.
O que significa ser um “token não fungível”?
Na prática, ser um token não fungível significa ser um certificado digital de propriedade que qualquer um pode ver e confirmar a autenticidade, mas ninguém pode alterar. Para entender, imagine a situação abaixo.
Uma pessoa pode acessar a Internet e baixar a obra digital “Crossroad”, do artista norte-americano Mike Winkelmann (conhecido como Beeple), que foi transformada em NFT. O item retrata o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nu e com palavrões rabiscados em seu corpo. Essa reprodução baixada, no entanto, é apenas uma cópia, sem valor comercial algum.
A posse real da obra, vendida no início de 2021 por US$ 6,6 milhões, é apenas daquele indivíduo que tem o token não fungível dela, que funciona como um certificado digital de propriedade. Indo um pouco mais a fundo, esse comprovante de autenticidade é basicamente um código de computador. OK, mas não é possível copiar esse código?
Não, pois ele fica registrado em uma tecnologia que garante que nada poderá ser alterado, e nem trocada a propriedade.
Como comprar NFTs?
O processo de compra é simples: basta se cadastrar em uma plataforma, ter fundos suficientes em criptomoedas e adquirir o NFT desejado. Cada local de venda (site), no entanto, tem suas próprias características, e aceita ativos digitais diferentes.
Para se comprar é preciso ter uma carteira digital, e nela os fundos necessários para a compra, e estes fundos são as criptomoedas.
O que pode virar um NFT?
Quadros físicos e digitais, músicas, itens de jogos, memes, fotos de momentos do esporte, domínios de sites, vídeos e até posts em redes sociais podem virar tokens não fungíveis.
A NBA, liga de basquete americana, movimentou cerca de US$ 200 milhões em um fim de semana de fevereiro com negociações de NFTs na Top Shot, sua plataforma de comercialização de tokens. Nela, fãs podem comprar cards digitais de jogadas marcantes.
A adidas conseguiu arrecadar mais de US$ 22 milhões com a venda dos seus tokens não fungíveis (NFTs) e a entrada no metaverso. Cada NFT foi comercializada em moeda digital, onde cada uma custava cerca de US$ 769, e as compras foram esgotadas em poucos minutos.
Riscos
Todo mercado tem riscos, e o de NFTs não é diferente. Veja abaixo alguns dos pontos a serem levados em consideração antes de entrar nesse universo de tokens não fungíveis.
Shitcoins – Como qualquer um pode criar um NFT, há muitas shitcoins (termo para se referir a ativos digitais sem fundamento) por aí, bem como tokens não fungíveis fake. Por isso, para não investir em furada, é preciso estudar bem o projeto, bem como as pessoas por trás dele.
Liquidez – A liquidez dos NFTs é baixa. Se você compra um token não fungível, e depois de um tempo resolve vendê-lo, não é de uma hora para outra que se consegue achar um comprador. Nesse ponto, portanto, o segmento de NFTs é mais parecido com o mercado de arte do que com o de criptomoedas.
Volatilidade – Assim como as criptomoedas, os NFTs também são muito voláteis. Isso acontece porque o segmento é novo, e os ativos digitais ainda estão passando por um período de formação de preços.
Fraudes – Golpistas podem se apropriar de trabalhos feitos por outros indivíduos, transformá-los em NFT e vendê-los como se fossem seus. Portanto, é importante pesquisar se o token realmente é de determinado autor.
Vantagens
Investir em NFTs também tem algumas vantagens, conforme as relatadas abaixo:
Valorização – Assim como obras de arte se valorizam com o tempo, NFTs também podem seguir o mesmo caminho.
Escassez – Os NFTs, assim como as obras de pintores famosos, também são escassos. Apesar de todo mundo conseguir copiar o material digital, só o proprietário realmente tem a posse dele, e pode vendê-lo no futuro.
Facilidade – Um token não fungível pode ser transferido de um canto do mundo para o outro em minutos, assim como ocorre com as criptomoedas. No caso de uma obra de arte física, o processo seria mais complexo, e envolveria custos elevados de transporte.
Na ultima semana eu li pelo menos 3 reportagens de grandes empresas se movimentando para a criação de NFTs, e com a chegado do metaverso acredito fortemente que teremos uma popularização destes temas.
Peço desculpas aos queridos leitores se não consegui deixar o conteúdo de fácil compreensão, pois estamos falando aqui de uma coisa doida mesmo, transformar coisas digitais em outras coisas digitais com valor… eeeeiiita… Mas isso já pegou e logo logo fará parte de nossa vida.
Fonte de pesquisa: Infomoney.com e Valor Econômico.
Fico por aqui hoje e segue uma frase do filme do Homem aranha no Aranhaverso: “A única forma de errar todas as respostas é sabendo quais são as certas.”
Até breve!