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Natal, um presente no meio de nós

Quais são os símbolos que gravitam em torno do Natal? Prolongamos pela inércia os costumes decorativos sem muitas vezes entendê-los, é quando a vida física se recolhe para propiciar a consciência individual, é a vida metafísica em sua máxima expressão manifestada. “Quem tem olhos para ver que veja, quem tem ouvidos para ouvir que escute” obviamente que nesse momento não são físicas essas palavras, é quando o sol vence as trevas, ou algo equivalente ao sol dentro de nós trava e vence a batalha contra a escuridão.
O Presépio quando montado nos apresenta a manjedoura, o burro e o boi, um triângulo; o boi uma força impetuosa e devastadora, o burro a inércia, a resistência ao movimento, empaca e fica resistente a ação, no meio de ambos o Cristo um ponto de equilíbrio, a ponta do triângulo.
José e Maria, o masculino ligado a razão, o feminino a intuição. O racional por ser adjetivado não pode conceber o divino, qualquer atributo dado a Ele pela razão perde sua divindade, já a intuição trabalha no uno e capta o divino. O ser humano completo une os dois.
Os Reis Magos quando veem a luz/estrela atravessam obstáculos para chegarem até ela, é a sabedoria não só fora como dentro deles e os presentes oferecidos (ouro, incenso e mirra) representam as três estruturas: o físico, o psíquico e o espiritual, os três níveis alinhados em torno do mundo, em torno da luz.
A Estrela de 5 pontas, é a que representa o elemento humano, toda manifestação é o nº1, depois o nº2 é o espírito e a matéria, ao habitar as diversas formas nasce a trindade: espírito, matéria e forma, os 3 geram a multiplicidade e aí vem os 4 elementos (água, ar, fogo e terra) que desperta a consciência espiritual reflexiva permitindo identificar tanto o espírito quanto a matéria é quando surge a 5ª ponta da estrela, o triângulo que se impõe sobre o quaternário da matéria, o homem impondo os princípios espirituais sobre a base material, o nascimento do verdadeiro homem.
A Árvore cônica com bolas e estrelas captando o cosmo, como as pirâmides, o triângulo o nº3 a trindade sagrada, plasmando o universo sobre a Terra, é a árvore da vida,
As Velas, quando da escuridão do solstício de inverno, representa a luz na batalha contra as trevas. Os presentes, a presença do divino. A Estrela de Belém; a conjunção entre Júpiter e Saturno, prenunciando o advento de um Rei, quer na Terra quanto no Céu.
E o Papai Noel, antes um espírito das neves como um fogo entrando na matéria para despertar o calor nos homens acabou sendo encarnado por Nicolau (274 D.C.), um jovem rico, nobre conhecido pela sua generosidade, soube que um vizinho seu tinha 3 filhas e sem dote elas não poderiam casar, quando a data se aproximou para a primeira filha, Nicolau sem que ninguém soubesse, foi até a casa do pobre vizinho e deixou uma bolsa de ouro, na segunda a mesma coisa, na terceira filha o pai descobriu e a generosidade do anonimato de Nicolau o perpetuou de bispo adorado a santo, São Nicolau.
Do ancião bondoso das três bolsas ao sincretismo do saco de presentes, o símbolo da generosidade, esperança e entrega que somente as crianças conseguem captar melhor que nós, pois elas percebem os valores morais que são muito mais profundos que os valores factuais que são irrelevantes.
Compreender o Natal é nascer algo de divino em nós, é criar o nascimento de algo novo e espiritual e desfrutar desse banquete. Feliz Natal a todos.