As últimas semanas foi de muito trabalho na Santa Casa de Misericórdia, Hospital Major Antônio Cândido, para ampliar e isolar os pacientes com o novo coronavírus. Foi criada a Ala Covid-19 e a Provedora, Maria Aparecida Macedo, conhecida Nilla, respondeu algumas perguntas que fizemos para esclarecer a população sobre esse enfrentamento em nosso município a maior epidemia que o mundo já viveu.
JC – Nilla, Com casos de Covid-19 em Batatais, sendo atendidos na UTI, quais os cuidados e procedimentos adotados pela equipe?
Nilla: No início da pandemia os pacientes estavam sendo atendidos nos 2 leitos de isolamento que temos na nossa UTI – Unidade de Tratamento Intensivo. Os casos eram todos suspeitos, pois os resultados dos exames estavam demorando para sair. No entanto, os cuidados eram como se fossem casos confirmados. Todos os protocolos de segurança dos funcionários e de outros pacientes internados na unidade eram seguidos. Agora criamos uma Ala Covid-19, onde todos casos suspeitos ficam internados.
JC – Qual o limite de atendimento hoje da UTI para casos de coronavírus, uma vez que a unidade atende casos de maior gravidade de várias outras enfermidades?
Nilla: Na Ala Covid-19 temos 3 leitos de UTI e 5 leitos de enfermaria, isso liberou a nossa UTI para atender os outros casos graves, sem comprometer nosso número de leitos de terapia intensiva. Esse número disponível na Ala Covid poderá ser ampliado caso haja necessidade.
JC – Os equipamentos de segurança (EPI) para preservação da equipe e dos outros pacientes em tratamento estão todos a disposição de vocês?
Nilla: Estamos seguindo rigorosamente, como sempre, todos os protocolos de uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), tanto para funcionários, como para os pacientes. Especificamente nos casos de pacientes suspeitos de Covid-19 os cuidados são mais rigorosos e com isso o consumo e muito maior. Fizemos campanhas para compra de mais equipamentos de proteção individual, tivemos muitas doações de tecidos e também a confecção dos mesmos. A Secretaria de Saúde também vai nos fornecer 10 mil máscaras.
JC – No período do surto de H1N1 foi diferente, em relação aos cuidados hospitalares, no que diz respeito ao contágio?
Nilla: No atendimento aos pacientes com H1N1 os cuidados foram seguidos de acordo com os protocolos. Nesse caso só não foi necessária a criação de uma ala separada.
JC – Quantos profissionais estão hoje trabalhando diretamente com as pessoas que estão recebendo o tratamento do novo coronavírus em Batatais?
Nilla: Vamos falar da Ala Covid-19 da Santa Casa, especialmente. Somente para montar a ala foram 53 profissionais diretos, mais todo o serviço de apoio envolvido. O setor de recursos humanos e pessoal, setor de compras e outros. Na verdade o Hospital todo se envolve. Caso seja necessário mais leitos na Ala Covid-19 esse número vai aumentar.
JC – O medicamento polêmico, hidroxicloroquina, será utilizado nos pacientes que chegarem a UTI de Batatais?
Nilla: Em relação ao uso da Hidroxicloroquina, cada paciente requer um protocolo de tratamento e esse pode ou não incluir determinados medicamentos, inclusive ela.
JC – Os recursos do Ministério da Saúde, na ordem de R$ 1,5 Milhão que vieram para o Fundo Municipal de Saúde para exclusivamente serem usados no combate ao Covid-19 serão empregados na Santa Casa?
Nilla: Aqui vale lembrar que a Ala Covid-19, criada na Santa Casa, foi contanto com esse recurso. A Secretaria de Saúde de Batatais está custeando a manutenção e diárias dos 3 leitos de UTI e dos 5 leitos de enfermaria. Tudo em regime de isolamento. Também forneceu os respiradores, que foram 3 e as bombas de infusão, que chega a 3 por leito. O custo realmente é alto, mas tudo isso traz segurança para a população de Batatais.
Termo Aditivo foi firmado entre o município e a Santa Casa
Foi assinado no dia 23 de abril o Termo Aditivo nº 1/2020 ao Convênio SMSB 001/2017, firmado entre o município, estado e a Santa Casa de Misericórdia. O documento formalizou o repasse de recursos de custeio no enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente ao Coronavírus – SARS-Cov2, para o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde.
Dos valores pré-fixados serão repassados mensalmente R$ 255 mil para 5 leitos clínicos e 3 leitos de UTI, específicos para o Covid-19 na Santa Casa. Já para os valores pós-fixados o termo prevê que os atendimentos médico-hospitalar serão apresentados para processamento no Sistema de Internação, compreendendo todas as ações necessárias para o tratamento clínico do paciente com diagnóstico do novo coronavírus. Ficou estabelecido também o valor de teto financeiro de R$ 157.500,00, pelo período de 90 dias, para pagamento por produção das internações, com diárias de R$ 350,00 conforme Portaria MS/SAES nº 245 de 24/03/2020. Já para os atendimentos intensivos, em leitos da UTI, o teto previsto para 90 dias é de R$ 162 mil, com valor unitário de R$ 600,00 a diária.