A Lei Maria da Penha apregoa a existência de quatro tipos de violência. É possível indicar que a violência física é a mais percebida. Quanto as outras, dependentemente da capacidade de percepção da vítima, a pessoa vitimizada, possui dificuldades para vislumbrar que a violência psicológica é anterior a física, patrimonial e moral. Acontecem em ambientes de trabalho, durante relacionamentos e sentimentais tóxicos, sendo namoros, uniões estáveis, casamentos etc e em momento da dissolução desses arranjos e uniões.
O assunto da violência é pauta constante na sociedade atual, urbana e rural, local e mundial, infelizmente. Há uma diversidade de perfis das pessoas vitimizadas e das razões que o (a) levaram a ser o alvo, fatal inclusive, em muitos casos. Motivos sociais, econômicos, culturais, políticos, amorosos constituem cenário para as tragédias. As idades, infelizmente, as mais variadas: fetos, crianças, adolescentes, adultos, idosos.
Há uma barbárie instalada, os animais também são alvos e alvejados, o meio ambiente, enfim, o humano direciona seus transtornos psiquiátricos, sua ira, seus problemas como se fosse uma metralhadora disparadora de tiros contínuos. Não há dó, não há piedade. É animalesco. É mais que animalesco. É indescritível e inominável.
Sobre a violência, os casos são inúmeros, basta que liguemos nossos aparelhos televisivos em programas diários que obtém os pontos desejados no Ibope a partir de noticias dessa natureza.
As famílias após esses eventos traumáticos são dilaceradas, despedaçadas, desconstituídas individual e coletivamente, as pesquisas mostram que o relacionamento dos pais são fortemente impactados e prejudicados, há a entrada do álcool e drogas em muitos casos.
Pensar na vítima é uma constante. Coloco-me a pensar no algoz e para tanto, cito o caso da universitária da cidade de Bariri, morta ao ter aceito a “colaboração” de um homem para que trocasse o pneu do seu carro. Caso queiram conhecer o DSM-V, é uma catalogação mundial de transtornos e doenças psiquiátricas, elaborado com a participação de representantes da indústria farmacêutica mundial e assim, bastante questionado. Trata-se de manual utilizado por médicos e profissionais da saúde, sendo que o uso deste faz com que os pacientes sejam catalogados e categorizados de forma quase que irreversível, ou seja, em muitos casos, são estigmatizados pelo resto de suas vidas, a não ser que não sejam institucionalizados ou pobres. Sugiro aos interessados que conheçam a publicação, disponível na Internet, para que saibam de sua existência e conheçam como essas doenças são caracterizadas, valendo-se das reservas necessárias e cabíveis.
Neste escrito não desejo tratar dos adoecidos, mas dos “normais” que vitimizam pessoas, animais e outros seres vivos e o próprio planeta. Se não são doentes, resta-lhe atribuir a maldade e demais adjetivos como cruéis, frios e não humanos.
São seres que planejam, executam, reiteram suas práticas e nada sentem, nesse caso, enquadram-se em psicopatias? Mas podemos chamar de psicopatas aqueles que bebem, dirigem, matam, mentem, saem ilesos devido a defesas de advogados que os defendem? São psicopatas os que batem e matam mulheres ou homens, esposas, maridos, companheiros (as) crianças, adolescentes, idosos, muitas vezes seus próprios parentes, ou conhecidos, com quem em tese mantinham bom relacionamento? E os que sacrificam e matam animais, judiando desses até a morte? Ana Beatriz Barbosa Silva, conhecida psiquiatra brasileira, autora de livros, dentre eles, Mentes perigosas [sobre psicopatas], afirma existir um psicopata a cada 25 habitantes. Veja a seriedade da realidade atual.
Referi-me também aos causadores de violências psíquicas, morais e patrimoniais e esses são também psicopatas? Penso que não são assim avaliados, principalmente se não pertencem as classes sociais C-D e E pois vivem socialmente, entre nós, de forma desavergonhada e aceitos socialmente por considerável parte da sociedade. São cruéis, frios e calculistas? Esses tem feito com que as pessoas de bem, que diretamente sofrem seus ataques, busquem e encham os consultórios psiquiátricos, psicanalíticos e de psicologia. Para conviverem com esses tipos humanos precisam de respaldo profissional e ajuda. Há também as pessoas que mentem para si próprias, fingem não enxergar, ajudando-os a continuar em suas condutas abusivas. Todo relacionamento abusivo e tóxico, majoritariamente, carece de uma outra pessoa que alimente o algoz.
O ideal é que crianças vivenciassem as infâncias e após a fase da adolescência. Que tivessem uma criação tranquila em suas casas e na sociedade em que crescem, que não conhecessem atos violentos e nem notícias ruins para que fossem calmas e não vivenciassem situações traumáticas, mas como? Como não alertá-las sobre os fatos existentes desde suas infâncias e que perduram ou evoluem em crueldade até o momento presente. Como ensinar a confiar e a acreditar? Como não realizar orientações e recomendações para que as pessoas consigam precaver-se. Como não ser chamada de pessimista, se comparados com os que optam por não ver e não falar? Tudo na vida e a cada pequena ação tem dois lados: o ônus e o bônus. Tudo decorre de escolhas e não há meio termo: ou agimos ou não. Simples assim.
Pense nisso!