A reforma eleitoral de 2017 (PEC 33), proibiu as coligações partidárias proporcionais, ou seja, para a disputa de cargos do legislativo (vereadores e deputados), complicando a vida de muitos partidos políticos de menor representatividade que dependiam destas coligações para atingirem o número de votos necessários para a eleição de um representante. Bem, isso não é novidade, e creio que os diretórios destes partidos já estejam cientes, e preparados para enfrentar essa novidade nas eleições municipais do ano que vem.
Isso significa que, aqui em Batatais, teremos a seguinte (hipotética) situação, com base nas composições partidárias das últimas eleições municipais de 2016.
Naquele ano, tivemos nas eleições aqui em Batatais a participação de 18 partidos distribuídos em 6 coligações, o que resultou em cerca de 180 candidaturas a vereador, sendo 54 mulheres, conforme a exigência da lei de 30% de vagas obrigatoriamente preenchidas pelo gênero feminino. Imaginemos que nas eleições do ano que vem estes mesmos 18 partidos decidam lançar candidaturas para vereador, tendo que compor, sozinhos, chapa completa. Isso resultaria em 540 candidaturas a vereador, sendo destes 162 mulheres, um crescimento de 200% no número de candidatos.
Pergunto aos dirigentes partidários, aos quais me incluo: Teremos esse número de filiados dispostos a encarar esse desafio de candidatar-se à nobre condição de representante do povo no Legislativo de Batatais? Já respondo: NÃO!
Foi se o tempo em que a relação candidato/vaga para vereador era positiva quando chegavam as eleições municipais. Hoje, com a péssima reputação da grande parte da nossa classe política, que nivelou por baixo os maus políticos, aos que realmente se interessam em trabalhar pela sua comunidade, é difícil encontrar quem queira encarar uma campanha em que o eleitor se mostrará cético e retrátil aos velhos discursos e propostas superficiais que muitas vezes nem dizem respeito ao trabalho de um legislador. É triste, preocupante, mas é a realidade.
Nossos partidos sairão “à caça” de candidatos, e muitos constarão na listagem apenas para completar o número mínimo de candidaturas, sem que isso signifique que sejam candidatos “laranjas”, uma vez que, aqui em Batatais não tenho o conhecimento de nenhum partido que receba repasse de fundo partidário.
Muitos cidadãos capacitados e preparados para exercer a vereança simplesmente não tem interesse em sequer se candidatar porque a iniciativa privada é muito mais segura e menos burocrática do que o serviço público, podendo apresentar resultados reais em muito menor tempo, e sem a tutela do eleitor.
Essa é a realidade do Poder Legislativo em nosso país. Mas a mudança não virá de dentro para fora. Cabe a nós eleitores elegermos, dentre aqueles que se candidatarem, os mais capacitados. Não os mais simpáticos e sorridentes…