Na quarta-feira, 4 de março, a Usina Batatais recebeu a imprensa em seu auditório para detalhar a programação para o ano de 2020, com a safra, iniciada no dia anterior, 3 de março e considerando terminar em 18 de dezembro.
O presidente da Usina, Bernardo Biagi (foto), respondeu com entusiasmo as questões levantadas e informou que a perspectiva é moer 4,150 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, contra uma moagem de 4,165 milhões de toneladas, na safra anterior. Os números são baseados na média histórica, onde a produtividade do canavial da Usina Batatais está estimada em 89 toneladas por hectare na safra 2020/2021, sendo que a temporada de chuvas foi favorável ao desenvolvimento do canavial, podendo contribuir para o aumento da produtividade inicialmente prevista.
A produção estimada é de 5,5 milhões de sacas de açúcar de 50 kg e aproximadamente 168 milhões de litros de etanol. A empresa conta hoje com 2.150 colaboradores entre próprios e prestadores diretos, mantendo-se como a maior empregadora do município. Nessa safra a Usina Batatais irá investir um total de R$ 158 milhões em manutenções agrícolas e industriais, tratos e renovação de canavial para garantir a alta performance dos seus processos produtivos. A empresa está projetando gerar R$ 173 milhões de débito de impostos, em suas operações nessa safra.
Boas Perspectivas
Em entrevista a nossa equipe o presidente da Usina Batatais falou do bom momento do mercado, além do clima favorável.
Bernardo Biagi: Um prazer recebê-los aqui. Estamos iniciando a 35ª safra da Usina Batatais. As perspectivas são boas, tem chovido bastante, isso tem favorecido o desenvolvimento do canavial. Um lado positivo é também o mercado de açúcar que tem reagido bem e o consumo de álcool está bastante vigoroso. Diria que o álcool está com preço competitivo na bomba, então, em termos de produção, de mercado a gente está vendo uma safra bastante construtiva.
JC – A Usina Batatais representa a maior geração de empregos para o município. Como encarar essa responsabilidade a cada ano?
Bernardo Biagi: A gente sempre teve uma visão também social. Empresarial, numa situação difícil, onde você tem competição, tem que possuir altas produtividades, mas sempre mantivemos um viés pensando no progresso coletivo. Temos 2150 funcionários na empresa e 905 parceiros agrícolas. É muita responsabilidade, mas acima de tudo é muita motivação, porque a gente acaba contribuindo com o progresso do município, da nossa região. Recolhemos R$ 173 Milhões por ano, isso é um número bastante expressivo em impostos municipais, estaduais e federais. Ficamos bastante realizados em poder contribuir para formar gente, onde no Programa Trainee, por exemplo, de muito sucesso, temos jovens engenheiros mecânicos, agrícolas, químicos, que trabalham aqui com a gente. Tem funcionário que entrou como trainee e chegou a diretor da empresa. Trabalhamos com muito amor e ficamos muito recompensados pela dedicação dos funcionários, pelo retorno e prestígio dos fazendeiros da região, fornecedores, que confiam na gente. Temos contratos de 7 anos, 10 anos até 16 anos. A gente sabe da nossa responsabilidade e da ética que sempre manteve para ser merecedor dessa confiança.
JC – Tivemos no final do ano passado o anúncio e depois a efetivação da separação das usinas Batatais e Lins, uma transição bem tranquila. Como é começar 2020 após essa divisão?
Bernardo Biagi: A Usina Lins é espetacular, onde construímos do zero, com muita dedicação e carinho junto com a nossa equipe. Ocorre que temos uma tradição na família, porque a família italiana geralmente é muito numerosa, então o meu pai já separou dos meus tios em 1943. Nós temos oito irmãos e sou o sétimo, o Lourenço que era meu sócio é oitavo, nos separamos dos nossos irmãos da Usina da Pedra em 1991. A gente encara esse momento como planejamento familiar. Foi um passo natural, com muita harmonia, com muita amizade, sem nenhum tipo de animosidade, onde o Lourenço a partir de 1º de março ficou presidente da Usina Lins e eu aqui, com meus filhos e nossa equipe de diretores, na Usina Batatais.
JC – Bernardo e como você encara essas notícias que estão mexendo com a economia mundial por conta da epidemia de coronavírus?
Bernardo Biagi: É uma questão muito séria, um problema que vem se arrastando por muitos países, principalmente na China e norte da Itália, com alguns casos também confirmados no Brasil. Vemos isso com muita preocupação, em todos os aspectos. Hoje, por exemplo, estamos aqui reunidos com várias pessoas dentro de uma sala, você fica preocupado. Agora, o impacto econômico vai depender muito da extensão dessa epidemia. Até quando vai isso? A gente não sabe responder. Causa um impacto econômico, uma turbulência, você vê o dólar sobe muito, a bolsa de valores cai, as pessoas no norte da Itália, tenho parentes lá, estão confinadas dentro de casa. Na China cidades inteiras bloqueadas pelo exército. Setor de turismo, por exemplo, amargando um prejuízo gigantesco. Agora, com relação ao álcool, ele depende da gasolina, depende do consumo, depende do barril de petróleo, do dólar, então no mundo globalizado todos dependem uns dos outros. Temos preocupação, mas ao mesmo tempo esperança que isso se resolva o mais depressa possível.
JC – Queremos agradecer pelas informações prestadas, desejar sucesso em mais uma safra e pedir para que deixe uma mensagem para o leitor de Batatais.
Bernardo Biagi: Quero agradecer os nossos funcionários e suas famílias, estamos falando de uma população de 6, 7 mil pessoas. Mais de 900 parceiros agrícolas. Sou nascido em Ribeirão Preto, mas tenho a honra de ser Cidadão Batataense, porque recebi o Título do amigo Ricardo Mele, a quem quero mandar um abraço, e dizer que a gente tem o maior prazer de cuidar da Usina com carinho e dedicação. A mensagem é positiva, porque o início de safra é um momento de alegria. Você vai produzir, vai ter álcool e açúcar para vender e todo mundo vai trabalhar, as pessoas vão ganhar mais, fazer mais horas extras, enfim, é um momento de prosperidade e acho isso muito bacana.