As Olímpiadas, uma grande espetacularização do capital, apresenta momentos sublimes em suas competições, super atletas quebrando recordes estabelecendo novas fronteiras do corpo e ganhando a tão almejada medalha.
Porém, os atletas olímpicos sabem que não é só uma disputa, acima de tudo está o ideal olímpico, o espírito esportivo de humildade, amor e generosidade. Quando uma ação dessa natureza ocorre nos Jogos Olímpicos o momento fica marcado pela singeleza.
Refiro-me a emocionante demonstração de espírito esportivo das rivais e amigas norte americanas Simone Biles e Jordan Chiles, que na parte inferior do pódio fizeram reverência a menina de ouro do Brasil, Rebeca Andrade.
O momento foi de ouro e emblemático, Simone e Jordan naquele instante demonstraram reconhecimento perante quem se esforçou e se dedicou, foi um ato de amor e generosidade. As americanas ganharam com graça, quando perderam, também fizeram com graça, elas demonstraram respeito e entenderam ser correto e necessário, reverenciar Rebeca, um gesto digno de uma das ginastas mais condecoradas da história. Um momento olímpico que será lembrado na história das Olimpiadas.
O feito abrilhantou a deslumbrante apresentação de Rebeca no solo que se mostrava confiante e querendo aquela medalha, ela hipnotizou o público que entrou em transe com a música por ela escolhida.
Rebeca sabia que poderia vencer Simone Biles, sua nota gerou expectativas (14.166) Biles em outras Olímpiadas já tinha conseguido mais (incríveis 15.966 nas Olímpiadas de 2016 no Rio de Janeiro) e na classificatória, já em Paris, Biles atingiu 14.666, portanto tudo era possível, Biles ao término de sua apresentação ficou com a prata (14.133) demonstrando seu elevado caráter no momento da reverência, seu respeito profundo a competidora ainda a torna maior, Simone Biles uma gigante, uma senhora gigante, enquanto Rebeca mostrou ao mundo inteiro o que ela sozinha já sabia. Um momento de ouro nas Olímpiadas de Paris.