Quem aí como eu nunca ouviu dizer que domingo é a cara da preguiça? Que é o dia da ressaca, de passear com o cachorro, de almoçar macarronada com frango na casa da avó, de se esparramar no sofá, de assistir o futebol à tarde, de ir na missa ou no culto, de pedir uma pizza à noite e depois dormir cedo porque amanhã é segundona “braba”! Pois é, quem nunca fez uma dessas daí, né mesmo? Mas existem exceções, e domingo passado, aqui em Batatais, foi dia de colocar aquela camiseta preta e um jeans surrado, e curtir o velho e bom ROCK’N ROLL!
Na praça da Estação Cultura, em frente ao quase centenário prédio da antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, umas duas mil e tantas nada preguiçosas almas roqueiras se fizeram presentes desde o início da tarde até depois das 22hs, para prestigiar o já cultuado “Dia Municipal do Rock”, criado para saudar a memória de dois ícones do rock batataense, Evandro “Punk” e “Renatão” Pisani, que nos deixaram repentinamente em 12 de junho de 2019 e 2020, respectivamente.
Quem esteve por lá teve uma certeza: o evento veio pra ficar, e deve crescer ainda mais a cada ano, entrando de vez no calendário cultural de toda a região, e expandindo o roteiro de eventos da nossa cidade. Além de um tributo à memória dos músicos de Batatais, o objetivo é estimular o aparecimento de novos talentos artísticos, trazendo bandas locais para mostrarem seu trabalho no palco montado, e finalizando o dia com a apresentação de um artista de renome nacional, para um final apoteótico, como ocorreu no último domingo.
No oportunidade, depois da apresentação das bandas batataenses “IN ECHOES”, “IRMÃOS McCOY” e “MOTHERSHIP – Led Zeppelin Tributo”, quem fechou o dia foi a banda “SEVENTH SEAL”, formada por músicos consagrados do rock nacional como Luis Mariutti (Shaman, ex Angra), Hugo Mariutti (Shaman), Felipe Machado (Viper), João Luiz (Golpe de Estado, ex Casa das Máquinas), Henrique Pucci (Noturnal) e convidados, que ao final da apresentação, se disseram surpreendidos com a acolhida de Batatais, e com a energia do público presente.
O que também chamou a atenção, além da qualidade das bandas, foi o ambiente do evento, totalmente “familiar” com um grande número de pais e pequenos roqueiros, com destaque para o clima amistoso e totalmente positivo. Absolutamente nenhuma ocorrência foi registrada, zero confusão! A organização foi simples, mas funcionou, ficando pendente para as próximas edições uma e outra correção, como um número maior de banheiros, e uma melhor distribuição do horário das atrações. Mas nada que atrapalhasse o sucesso do evento.
À destacar também, a presença das cervejarias artesanais batataenses, sempre parceiras do rock, da praça de alimentação de comerciantes locais, bem variada e com preços justos, da feira de vinil e outros produtos manufaturados, e também a compreensão da vizinhança, que acolheu os roqueiros com amistosamente. Ao final, ficou aquela sensação de que poderíamos ficar alí mais umas tantas horas, ouvindo, curtindo e dançando (ou batendo cabeça) ao som o velho amigo rock’n roll.
No show “Tributo à Freddie Mercury”, em 1992 no estádio de Wembley, o guitarrista Brian May pergunta à imensa plateia, durante os aplausos ao finalizar uma música: “Poderíamos fazer isso toda noite, o que acham?” Domingo na Estação, tivemos a certeza que dia de rock, é qualquer dia, ou todo dia. Até consigo ver o Punk e o Renatão, depois das usuais “cornetadas”, aplaudindo tudo isso de pé! E 2024 tem mais!