O que é Nomofobia?
A nomofobia é o medo irracional de ficar sem o celular. O termo foi inventado em 2009 no Reino Unido e se popularizou como “nomophobia” (“no mobile-phone-phobia”). A dependência do dispositivo eletrônico causa esta fobia quando o usuário não tem o aparelho disponível, seja porque o deixou em casa, porque a bateria descarregou ou porque está fora da área de cobertura.
Porque eu trouxe este assunto?
Eu sou daquelas pessoas que acreditam que tem controle pessoal sobre o uso de dispositivos eletrônicos, pois meu meio é rodeado deles, alem das conversas informais e o próprio trabalho.
Sempre pego no pé da galera aqui de casa quando ficam olhando o celular na mesa, principalmente durante refeições, ou nos bate-papos que surgem em sequencia, e via de regra deixo o meu no bolso ou em outro ambiente, e assim sempre preservando certa distância para não ser seduzido. Deixo meu equipamento com praticamente todas as notificações desligadas, sejam elas luzes ou alertas sonoros, assim me protejo ainda mais.
Nesta semana acordei e notei que meu celular estava desligado, toquei a tela e nada, analisei o cabo de energia e ele estava corretamente conectado, tentei ligar e nenhum sinal de vida. Fiquei preocupado e tentei os procedimentos de destravamento que conheço, fui na internet pelo meu notebook e pesquisei novos procedimentos, e nada.
Diante desta situação resolvi ir na loja da Apple no shopping mais próximo, sai rapidamente de casa e na primeira esquina levei um susto, o carro que peguei estava sem combustível, na hora pensei: “Como vou pagar?”, isto porque sempre utilizo meu celular para este fim, mas lembrei que tinha um cartão de crédito comigo, precisei de um tempo para lembrar a senha, mas deu certo. Durante o percurso percebi que não tinha musica, pois o carro não conseguiu se conectar ao celular e tocar uma playlist, logo na sequencia me ocorreu que se sou parado em uma blitz, tanto meu documento pessoal (CNH digital), como o documento do carro (CRLV-e) estavam somente no meu celular. Novo momento de pânico.
Ao chegar no shopping, durante a caminhada para a loja eu peguei o celular na mão para checar minha agenda, e uma outra vez para ligar e avisar que estava fora do escritório, mas claro que na pressa eu me esquecia que o telefone estava morto.
Logo que cheguei na loja descobri o procedimento correto e ele voltou a funcionar.
O motivação de escrever este texto veio da reflexão que fiz assim que passei por este momento, pois apenas 2 horas sem o celular para uso apenas profissional me trouxe certo desespero, e comecei a pensar como seria para os perfis mais dependentes, fiz uma pesquisa e aqui estamos.
A gravidade deste tema
Alguns especialistas descrevem este transtorno como a doença do século XXI.
O tempo todo encontramos crianças bem pequenas presas nos aplicativos de entretenimento, jovens que vivem uma vida paralela em redes sociais e softwares de mensagens, adultos com sua vida profissional e pessoal, todinha dentro destes aparelhos, e se distanciar deles passou a ser um desafio imenso.
Em 2019 a OMS ainda não tinha classificado a nomofobia como uma patologia mental, atualmente sim, e ela se enquadra da seguinte forma: “Na psicologia, ela é um transtorno de ansiedade classificado como transtorno fóbico-ansioso no CID 10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde).”
Mas será que muita gente sofre disso?
No Brasil, estimativas sugerem que, atualmente, 10% dos brasileiros sofrem desse mal, e com a velocidade com que tecnologia digital chega aos lares, esse número tende a aumentar cada vez mais.
Em um estudo de 2021 mais de 77% dos jovens conectados sofrem deste transtorno, um numero absurdo e crescente.
Eu percebi que diversos aplicativos começaram a te notificar do uso excessivo e até propõe travas para que se controle o uso, e isso pode ser feito pelo próprio usuário, ou em aplicativos para gestão da familia, onde isso passa a ser gerenciado pelos responsáveis.
Para finalizar hoje uma frase da professora Edna Frigato: “O celular é a prova contundente da contradição da vida, se por um lado te aproxima de quem está longe, por outro te distancia de quem está perto”.