Apesar da redução das atividades econômicas impostas pelos decretos dos governos federal, estadual e municipal na tentativa de conter o avanço da Covid-19, um dos setores que demonstra não ter sido tão abalado é o da construção civil, que em Batatais, segundo empresários do segmento, está aquecido, inclusive com certo crescimento em comparação ao mesmo período do ano passado. Visitando alguns bairros novos de Batatais, não é difícil observar que muitas construções estão em andamento, alguns podem dizer que isso é comum, se não fosse o período de pandemia. Segundo o empresário Rodrigo de Azevedo Porto, proprietário da Red Negócios Empreendimentos, o desenvolvimento do setor chega a ser surpreendente. “Por incrível que pareça, este setor, mesmo no meio da pandemia, está aquecido. Acredito muito que essa situação é devido ao crédito imobiliário que tem sido disponibilizado. Os bancos estão reduzindo as taxas de juros e ao mesmo tempo financiando as custas de cartório e prefeitura. Isso reflete diretamente nas vendas dos depósitos de materiais de construção e serralherias que trabalham com a produção de portões e outros produtos também. A minha única dúvida é até quando teremos crédito?”, disse Rodrigo Porto.
Ficando em casa e aumentando o Home Office, existe a necessidade de adequação do imóvel, gerando reformas, trocas e vendas. A constatação é do empresário Eduardo Freiria Montes, diretor administrativo da empresa Lizote Materiais de Construção. “O setor do varejo da construção civil tem demonstrado sinais de aumento de demanda. Entendo que esse aumento das construções seja de fundamental importância para que os reflexos das ações restritivas do ambiente de negócios ocasionados pela pandemia não tenham atingido essa grande massa de pessoas, a maioria informais, que dependem desse setor para sobreviver”, disse. O volume de vendas para a empresa tem sido 20% superior ao mesmo período do ano passado, o que possibilitou a manutenção da equipe de funcionários. “Esse aumento nas vendas se deve também aos novos canais de relacionamento que criamos, como por exemplo o reforço no atendimento por telefone, whatsapp, serviço express de entrega e recebimento etc.”, comentou. Montes informou que os materiais básicos, como tijolos, cimento, pedras e areia, têm liderado o aumento de demanda por serem itens de primeira necessidade em obras. “No cenário atual de pandemia as pessoas estão sendo forçadas a ficarem em suas casas estimulando também o consumo de itens de melhorias residenciais como itens de manutenção, ferramentas, tintas, itens “faça-você-mesmo”, destacou.
Afetado pelas restrições inicialmente, chegando a reduzir o número de colaboradores, a Stoppa Serralheria começa a sentir que o mercado está aquecendo. O empresário Jefferson Stoppa tem a opinião de que a construção civil está aquecida porque as pessoas estão procurando mais reformas e manutenção pelo baixo custo. “Os pedidos de reforma de produtos em aço carbono tem aumentado e este aquecimento neste setor é pelo preço do serviço em reformas e manutenções saírem mais em conta do que um produto novo. Por conta da pandemia muitas pessoas optaram por reformarem do que construírem, por este motivo a construção civil consegui se manter de pé. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, às vendas estão estáveis”, comentou Stoppa.