A confirmação de novos casos de sarampo em Ribeirão Preto, Sertãozinho e Franca tem preocupado a população batataense, que diariamente tem centenas de pessoas se dirigindo até as cidades vizinhas. A tendência é de maior procura pelos Postos de Vacinação da cidade. As unidades, segundo a Secretária de Saúde, Luciana Nazar Arantes, tem vacinas disponíveis para as pessoas que procuram, mas ainda não existe uma Campanha, pois a ação depende do fornecimento por parte da Secretaria Estadual.
Em Ribeirão Preto, a Vigilância em Saúde informou que a maioria dos pacientes com sarampo na cidade esteve na Capital Paulista. Já são mais de 1800 casos confirmados no Estado.
A doença é altamente contagiosa e o vírus pode ser transmitido ao tossir e ao espirrar. A orientação que, em caso de sintomas da doença, como manchas vermelhas pelo corpo e febre, o paciente deve procurar uma unidade de saúde imediatamente. A empresária Isabel Cristina de Abreu, que não tomou a vacina, disse a nossa reportagem que não entende o que está acontecendo. “Na nossa cabeça o Sarampo estava totalmente erradicado. E hoje fiquei preocupada, porque uma das meninas que trabalha com a gente, na cozinha, fez esse comentário. É preocupante, porque a coisa está começando a ficar desencadeada. Afinal, o que está acontecendo? A população que se
descuidou ou o governo esqueceu de agir com mais eficiência nesse trabalho? ”, disse.
“Eu tomei quando era criança, mas quando for liberado vou tomar de novo. É um meio de prevenir uma doença que estava praticamente erradicada e que voltou por falta de vacinação. Quando tudo mundo tomava a vacina certinho não tinha casos né”, afirmou a gerente de Farmácia, Aparecida Guidete S. de Almeida.
Registrada nessa semana a 1ª morte provocada pela doença no estado desde 1997
A Secretaria Estadual da Saúde anunciou na quarta-feira, dia 28, a primeira morte provocada pelo sarampo na cidade e no estado de São Paulo desde o início do surto da doença neste ano. Segundo a secretaria, é a primeira morte no estado desde 1997. A vítima é um homem de 42 anos, sem registro de imunização. Ele era morador de Itaquera, Zona Leste da capital, chegou a ficar internado no hospital e morreu em 17 de agosto. O homem não possuía o baço, órgão do sistema linfático responsável por, entre outras funções, produzir e armazenar células de defesa do corpo. O estado tem 2.457 casos da doença, sendo 66% na capital paulista.
Quem deve se vacinar
Devem procurar a vacina quem ainda não tomou duas doses, na infância e na adolescência, ou quem não tem certeza e, portanto, precisa de uma dose extra. Pessoas acima de 29 anos precisam de apenas uma dose. Caso não tenham se vacinado ou estejam em dúvida, também devem procurar os postos de saúde.
O Ministério da Saúde está recomendando que crianças de seis a 12 meses recebam a chamada ‘dose zero’, que não interfere no calendário de vacinação de crianças, que começa aos 12 meses. Portanto, elas também deverão receber a tríplice viral aos 12 e aos 15 meses, para se protegerem do sarampo, da rubéola, da caxumba e da catapora.
É preciso rever estratégias
Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado de erradicação do sarampo. Faz apenas três anos, mas parece bem mais. O avanço da doença é uma realidade, tornando-se preocupação extra para autoridades de saúde dos três níveis de governo, sem contar as epidemias de dengue, zika e chicungunha que sobrecarregam as unidades de saúde.
O maior problema é que nos últimos anos os índices de vacinação no Brasil têm sido baixíssimos. Não importa se esse comportamento avesso a doses que salvam vidas decorre de campanhas antivacina ou divulgação de fake news nas redes sociais, por exemplo, dando conta de que elas são ineficazes ou podem até matar. A verdade é que a doença só será contida quando a população estiver protegida. Especialistas recomendam índice de vacinação de 95%. E, para isso, não adianta disponibilizar doses nos postos e esperar que as pessoas compareçam. A realidade mostra que isso é muito pouco. É preciso buscar formas mais eficientes de vacinar a população. O governo federal estuda pedir, a partir do ano que vem, a carteira de vacinação no ato da matrícula, o que pode contribuir para melhorar os índices. O importante é criar estratégias adequadas ao momento atual e rápido.