Educação 2020 – um balanço pelas falas de especialistas
“Tanto a escola quanto os pais devem ter percebido nesta pandemia que a parceria é imprescindível para o sucesso escolar. Quando os pais não apoiam, mesmo que minimamente, o trabalho da escola se torna mais difícil e a aprendizagem quase ilusória, em alguns casos.”
Janaína Spolidorio -Janaína é especialista em educação
“A figura do professor é sempre muito importante independente do método de ensino que seja necessário desenvolver. Quando a pandemia for controlada e voltarmos aos espaços escolares, nada será como antes. Esperamos ter aprendido algo com tudo isso, esperamos que se valorize o papel de cada um na sociedade, que saibamos lidar com as transformações que vão ficar para unir as pessoas e facilitar o acesso e a vida de todos. ”
Crislaine Schmitz -Professora, Pedagoga, Psicopedagoga e Neuropsicopedagoga.
“Foi uma introdução à educação a distância, algo que estará presente no futuro, certamente, no modelo híbrido, com o presencial e o on-line. Além disso, os pais valorizaram mais os professores vendo a preparação necessária para ensinar às crianças e aos jovens, mas esse momento vai trazer importantes consequências para 2021”
Andrea Ramal -educadora e escritora
“Embora medidas emergenciais como a suspensão das aulas presenciais sejam importantes no combate à disseminação do novo coronavírus, pesquisas mostram que haverá múltiplos impactos nos alunos e nos educadores, exigindo um esforço do poder público de um planejamento de volta às aulas gradual e articulado entre diferentes setores, como Educação, Saúde e Assistência Social.”
Todos pela educação
“Não é possível pensar em uma solução única que abarque todas as crianças e jovens, visto que há níveis diferentes de autonomia e recursos. Temos que usar todos os nossos esforços para não aumentar o fosso de aprendizagem entre os alunos”
Luiz Miguel Martins Garcia, presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime)
“O que se viu, desde então, é que uma grande rede de apoio se formou, na qual todos os educadores estão trabalhando juntos para alcançar um nível de aprendizado e desenvolvimento nessas novas ferramentas”
Renata Capovilla – formadora de professores e capacitadora do Google For Education.
“Do ponto de vista legal, o Conselho Nacional de Educação (CNE) flexibilizou o conteúdo programático, de modo que o que não for aprendido em 2020 pode ficar para 2021. Isto posto, é preciso lembrar que cada aluno tem seu ritmo e cada escola ou cidade sofreu um impacto diferente. Não podemos esperar para avaliar o estudante em dezembro e dizer que se ele passou ou não passou. É hora de esquecer a nota e identificar as falhas de aprendizagem de modo individual.”
Sandro Bonás, CEO da Conexia Educação
“Como pai e integrante de uma família que vive as dificuldades da educação na pandemia e que tem pensado muito no impacto do que estamos vivendo no futuro da educação do meu filho e da minha enteada, não posso também deixar de pensar nos milhões de outras famílias e profissionais do ensino que estão presos em uma teia de dificuldades sociais muito maiores e que os impedem de avançar na educação. Pouquíssimas famílias estão conseguindo o mínimo que estamos conseguindo e as vitórias dessas pouquíssimas famílias não são nada para um país de 200 milhões de habitantes que tem problemas estruturais históricos na educação.”
Gustavo Mini – é professor da graduação de Comunicação Digital da Unisinos e Head de Estratégia da agência DZ Estúdio
“A pandemia deixou ainda mais evidente que o fundamental para o processo de ensino e aprendizagem é a relação, a interface entre alunos e professores. Essa conexão, presencial ou remota, é a promotora de um processo efetivo de aprendizagem. Somos seres sociais e aprendemos a partir das relações. Construir espaço para isso é provavelmente um dos objetivos das instituições de ensino superior. O novo é desenvolvido a partir do diferente, do incômodo com a repetição, da necessidade de buscar alternativas.”
Gustavo Severo de Borba – é engenheiro, mestre e doutor em engenharia de produção e especialista em Design Estratégico.
“ COVID-19 … transforma-se numa pandemia e na maior crise sanitária de que o mundo já teve notícia. Cerca de 190 países tiveram escolas total ou parcialmente fechadas, num processo que atingiu cerca de 1,5 bilhão de alunos. O Brasil foi um deles e, desde meados de março, as crianças e adolescentes não vão às aulas. Neste contexto, há um grande risco de um aumento expressivo de desigualdades educacionais e de agravamento geral da crise de aprendizagem.”
Claudia Costin – é fundadora e diretora do FGV CEIPE- Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro
Nas trilhas da Educação…
1. Acompanhe as datas dos principais vestibulares que foram transferidos para janeiro:
Unicamp
Para reduzir o número de estudantes circulando e evitar aglomeração nas escolas, a primeira fase da Unicamp será aplicada em dois dias: Os candidatos aos cursos do segmento de Ciências Humanas/Artes e de Exatas/Tecnológicas farão a prova no dia 6 de janeiro. A área de Ciências Biológicas/Saúde realizará a prova no dia seguinte, 7 de janeiro.
Fuvest
A prova da primeira fase acontecerá no dia 10 de janeiro de 2021.
Enem
O exame tradicional acontecerá nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021. Já o Enem Digital será no dia 31 de janeiro e em 7 de fevereiro.
Unesp
A Vunesp também decidiu realizar a primeira fase em dois dias, as provas serão aplicadas em 30 e 31 de janeiro de acordo com a área escolhida pelo candidato.
Poesia: o velho abrigo da alma
Ano Novo
Ferreira Gullar
Meia-noite. Fim
de um ano, início
de outro. Olho o céu:
nenhum indício.
Olho o céu:
o abismo vence o
olhar. O mesmo
espantoso silêncio
da Via-Láctea feito
um ectoplasma
sobre a minha cabeça
nada ali indica
que um ano novo começa.
E não começa
nem no céu nem no chão
do planeta:
começa no coração.
Começa como a esperança
de vida melhor
que entre os astros
não se escuta
nem se vê
nem pode haver:
que isso é coisa de homem
esse bicho
estelar
que sonha
(e luta).
Fica a Dica!
Ganhador do PRÊMIO JABUTI EM 2020 – na categoria romance literário – escrito por Itamar Vieira Junior, escritor baiano, foi publicado no Brasil pela editora Todavia e na edição Portuguesa pela editora Leya – um romance regionalista que narra a história de duas irmãs Bibiana e Belonísia que encontram uma velha e misteriosa faca na mala guardada sob a cama da avó e a curiosidade infantil leva a um acidente. Depois disso, suas vidas estarão ligadas e numa linguagem simples o escritor desenvolve a sua narrativa mostrando duas mulheres fortes que vão conduzindo os seus destinos por caminhos diferentes, mas com muita bravura. Fica a dica!!!