8 de setembro – o anúncio da volta às aulas presenciais: uma reflexão
Hoje chegamos a marca de 144 dias sem aulas presenciais nas escolas do estado de São Paulo. As escolas estão fechadas e com uma previsão de retorno em 08 de setembro, se alguns protocolos forem cumpridos por todas as regiões do estado.
Protocolos esses que foram afrouxados pelo governo para que se garanta a reabertura das escolas em 08 de setembro. Os primeiros protocolos datam de 24 de junho e previam que, para retomada, todas as regiões do estado deveriam estar na fase amarela do Plano São Paulo por pelo menos 28 dias consecutivos. Mas isso, infelizmente, não aconteceu. Até hoje nossa região está na fase vermelha, acompanhada de outras duas.
Contudo, nova fala do governo surge em 27 de julho fazendo uma flexibilização dos protocolos: o estado todo deverá estar pelo menos classificado como amarelo, por pelo menos duas semanas, e 80% da população deve estar no amarelo por pelo menos 28 dias.
Com essa mudança nas regras da volta às aulas, é possível o estado atingir os critérios estabelecidos, porque metade da população de São Paulo já está na fase amarela do Plano São Paulo.
Depois desse anúncio, as discussões se tornaram mais acirradas. De um lado, sindicatos e professores fazendo passeatas para evitar o retorno alegando genocídio, colocando em risco todos os estudantes e funcionários da educação e com grande possibilidade de greve anunciada.
Do outro lado, o governo que alega que todos os protocolos serão seguidos e o retorno se dará com segurança. Para evitar um enfrentamento direto com a classe de professores, a Secretaria de Educação deixa também abertura para os pais decidirem o retorno ou não dos filhos à escola. Se os pais disserem não à volta, terão que assinar um termo com a gestão escolar para garantir a educação remota tanto na rede pública, quanto na rede privada.
O período ainda é muito negro para essa discussão, ainda estamos com uma estatística de mais de mil mortes diárias e não caberia aos pais essa resolução. Sabemos de todas as dificuldades enfrentadas por todos os atores das escolas: professores – que mudaram suas estratégias de aulas da noite para o dia – pais – que estão com uma dupla jornada de trabalho e precisam da escola para ajudá-los.
Mas, o ideal seria que a saúde decidisse e tivesse responsabilidades por esta decisão depois de analisar cada detalhe dos dados da doença, pois os dados são técnicos, requer análise da ciência e não da escola ou de pais que não viveram uma crise como essa em nenhum momento da história, sem deixar de lado, claro, a valorização da vida, porque cada vida é muito importante.
Poesia: o velho abrigo da alma
Assim eu vejo a vida
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
Cora Coralina
Fica a Dica!
A leitura desse livro de Mbembe – Professor de História e Ciência Política – nos permite entender quais são os efeitos e impactos do colonialismo e do sistema escravocrata para a emergência de desigualdades e violências contra a população negra.
O termo presente no título- Necropolítica – traz como definição a decisão do Estado de escolher quem deve viver e quem deve morrer – e o autor nos coloca que é a partir do racismo que se desenvolve o poder de ditar essa decisão.
Com a leitura desse livro, conseguimos fazer uma análise da sociedade e dos fatores políticos que ocorrem com frequência em nossa sociedade.
Nas trilhas da Educação…
1.Novo Currículo do Ensino Médio é apresentado pela Secretaria de Educação Estadual – 2021 trará mudanças para primeira série do Ensino Médio – os itinerários de formação – de acordo com a BNCC.
2.Educação de São Paulo tem três ex-secretários de educação de outros estados brasileiros: o titular da pasta – Rossiele Soares – Ex-ministro da educação e Ex-secretário de educação do Amazonas, o segundo, Haroldo Correa Rocha – atual Secretário Executivo da Educação de São Paulo e Ex-secretário de educação do Espírito Santo e agora chega à Secretaria de Educação de São Paulo a terceira, Raquel Teixeira – Ex-secretária de educação de Goiás – que vem para chefiar a EFAPE – Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação “Paulo Renato Costa Souza”. Será que agora atingiremos os melhores índices educacionais do país?