Queimadas causam problemas respiratórios e atormentam moradores do Claret Dal Picolo
Nessa semana recebemos em nossa redação o relato de moradores que estão sofrendo com as queimadas que estão ocorrendo muito próximo a zona urbana, o que é proibido por lei. O problema vem sendo agravado para as pessoas residentes no Bairro Antônio Claret Dal Pícolo, onde além das queimadas as famílias enfrentam diariamente a redução no fornecimento e, muitas vezes, a falta d’água. O nosso espaço ‘Repórter Cidadão’ abre o espaço para a comunidade se manifestar:
“Todo ano a gente passa por isso aqui. Sempre nessa época é incrível, pois a queimada vem de todos os lados. Tanto na parte de baixo, onde queima todo o pasto, como na parte alta do bairro, onde colocam fogo na lateral, margeando a Vicinal Geraldo Marinheiro. Isso nos prejudica muito, principalmente na respiração. E o pior, acaba a água e não tem como lavar. Fagulhas dentro de casa e não tem como limpar. É um crime isso. A gente sofre muito. Na realidade a cana deveria ter somente a quilômetros de distância. Está muito próximo das casas, fora os bichos, e temos crianças e idosos aqui. Tem que tomar providências”, Arlete Aparecida Nunes, moradora do Bairro Claret Dal Pícolo.
“Nos últimos dias o Claret Dal Pícolo foi alvo de muita fumaça devido a queimadas nos canaviais próximos. Minha opinião é que deveriam providenciar uma fiscalização melhor, pois nós moradores sofremos muito com as queimadas, ainda mais nesse tempo de seca onde nosso sistema respiratório não dá conta, principalmente as crianças sofrem demais. Somos atingidos não só na saúde, pois com toda sujeira das queimadas não podemos estender roupas lavadas, o quintal fica todo sujo. Quando não se trata de queimada no canavial, são moradores que também colocam fogo em terrenos ou até mesmo em lixos, por isso precisaríamos de uma forma de fiscalização realmente eficaz e competente. Nós precisamos valorizar nosso meio ambiente e priorizar nosso bem-estar”, destaca a moradora Letícia Teodoro.
O posicionamento do Poder Público: a Secretaria Municipal de Meio Ambiente vem divulgando desde o ano passado alguns esclarecimentos importantes sobre a questão das queimadas. O problema é a ‘fiscalização, como foi apontado pelas moradoras do Claret Dal Pícolo. Segundo o órgão, com a vegetação mais seca, o risco de incêndio aumenta. O fogo em nada ajuda. Apesar de parecer diminuir a vegetação, ele polui o meio ambiente e piora a condição de saúde das pessoas. “Não coloquem fogo em qualquer tipo de vegetação. Além de prejudicar e poluir o meio ambiente, as pessoas podem ter a saúde comprometida. Colocar fogo é proibido, é crime. A Lei Federal nº 9605/1998 regula que é crime ‘Provocar incêndio em mata ou flores’. A Lei Municipal nº 2899/2007 proíbe ‘acender fogo em todo o perímetro urbano’ e a Lei Municipal nº 2412/1999 regula que ‘Não se fará a queima de qualquer tipo de vegetação no Município de Batatais, a menos de: 1 quilômetro do perímetro urbano da área urbana”, informou a Secretaria. As denúncias podem ser feitas a Guarda Civil Municipal no número 199 ou para a Polícia no número 190.
Em contato com o Secretário de Meio Ambiente, Rafael Acra, ele afirmou que o Poder Público vai identificar e notificar quem está colocando fogo de forma irregular na área próxima ao Bairro Claret Dal Picolo. “Vou passar para o fiscal averiguar, notificar e se necessário informar ao Ministério Público”, disse.
Com tempo seco, calor e consumo elevado, sistemas de água de Batatais entram em colapso
Tem sido uma vergonha a falta de água. Porque além de tirar a semana toda, esse corte se dá antes das 7 da manhã e não tem previsão de volta, muita das vezes nem enche a caixa d’água, uma situação muito complicada porque estamos vivendo uma estação de muita seca, poeira e a casa fica numa situação precária. Temos as crianças que por conta dessa poeira ficam doentes, com problemas respiratórios, e nem uma gota de água para ao menos amenizar o problema. A Prefeitura deveria ter um pouco de consideração com a população e se pronunciar em relação a essa situação precária que todos nós estamos passando”, denunciou a munícipe Gisiane de Oliveira, de 22 anos.
O relato acima é só um exemplo das centenas de pessoas que vem enfrentando problemas sérios por conta da falta d’água. Os bairros das regiões mais altas são os mais afetados, uma vez que por falta de pressão a água termina primeiro e, depois, quando o sistema é reaberto, são os últimos a ter o fornecimento restabelecido, pois a rede precisa encher para chegar até esses pontos.
Pelas informações que obtivemos o tempo seco, algumas queimadas, muito calor, fazendo com que o consumo seja maior, são as causas do desabastecimento em alguns períodos do dia. A Divisão de Água fecha o Sistema para que todos os bairros tenham o abastecimento quando da reabertura. O Sistema Garimpo, que pode auxiliar e até resolver essa questão, nesses períodos de estiagem, ainda não está pronto para funcionar. As equipes da Prefeitura estão montando os equipamentos e fazendo as interligações, mas não existe data informada para que o complexo, que teve poço perfurado ainda na gestão passada, entre em funcionamento. A recomendação é para o uso com economia.