Desde que foi decretado o fechamento de todo o comércio em Batatais, um dos setores muito prejudicado é o das Academias.
Os espaços, que recebem grande número de pessoas para malhar diariamente, com o fechamento acabaram por não poder oferecer uma ajuda no combate ao Covid-19, já que treino diário mantém a imunidade da pessoa em alta, fundamental para se combater qualquer vírus. É o que ressalta Altair Mourão, fisiculturista e dono da academia Mourão, que teve a ideia de unir todos os donos das academias de Batatais na ação: “Academia não é Lazer, academia é Saúde”.
“Iniciei esse movimento. Fiz um grupo para reunir todos os donos de academias no intuito de abrirmos e ajudar a promover saúde, pois sabemos que o coronavírus ainda não possui cura e a única coisa que está matando esse vírus é a imunidade. As pessoas que pegam o vírus e tem imunidade maior, ela se recupera mais rápido. E sabemos que o que promove essa imunidade maior são os exercícios físicos”, afirma.
Além do fator da saúde, Altair também destacou o desemprego em massa nas academias com esse fechamento. “Temos famílias, funcionários e muitos trabalhadores que também dependem disso. Não podemos ficar em casa sem faturar”, disse Altair.
Ao todo se juntaram 26 academias, divididas entre as de musculação, dança, CrossFit e de luta, todas em prol desta mesma ideia. Houve uma reunião na sexta-feira, dia 24, com a secretária de Saúde, Luciana Nazar, mas não chegaram a um acordo.
Segundo Altair, o que ficou entendido na reunião é que as autoridades municipais irão acatar as ordens que vier do Governo do Estado. Até o momento, o Decreto Estadual está mantido até o dia 10, mas pode haver um prolongamento, ou mesmo que se retome a economia, atividades como as de academias e atividades esportivas podem ainda não ser liberadas a reabrir devido ao grande número de pessoas em um mesmo local. “Nós nos unimos pelo fato de nosso serviço estar, equivocadamente, classificado como uma atividade não essencial à saúde e sem previsão de retorno às atividades. Existem centenas de estudos que comprovam a eficácia da prática regular de exercícios físicos no aumento da nossa capacidade imunológica, inclusive na melhora dos aspectos emocional e psicológico, o que o torna, neste momento, ainda mais importante. Para refletirmos, os alunos que têm nos procurado ansiosos pelo retorno aos treinos, em sua imensa maioria, não alegam nenhuma preocupação com a estética, mas sim com os problemas emocionais causados pelo isolamento, aumento da ansiedade, estresse, desarmonia no lar, necessidade de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos. Todo esse cenário tem um impacto negativo enorme na condição imunológica da pessoa”, afirma Paulo Simões do Santos Neto, dono da academia Base Educação Corporal, que ainda terminou dizendo que a academia tem responsabilidade para cumprir os requisitos, como o comercio tem feito. “No dia 23 passado, várias atividades foram autorizadas a retornar, que obedecessem a determinadas regras. Porém nosso ramo não foi liberado, o que a nosso ver foi uma decisão equivocada, pois nós temos condições de cumprir todas as exigências feitas pelos órgãos de saúde responsáveis (OMS, Ministério da Saúde e CREF), com muito mais eficiência que a maioria do comércio, uma vez que nós, ao darmos aula, estamos supervisionando nosso aluno todo o tempo. Nosso movimento em prol da reabertura das academias se baseia em todas as normas de segurança em meio à pandemia, com número de alunos reduzido por horário, evitando aglomerações, normas de higienização de equipamentos e do local”, frisou.