Professores de todo o estado estão protestando contra a insegurança da volta às aulas em meio à pandemia de covid-19. Segundo a conselheira estadual do Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Solange Pozzuto, são grandes os riscos nos quais os professores e funcionários estão sendo submetidos, inclusive porque já são inúmeros os casos relatados de contaminação no ambiente escolar em poucos dias.

Os professores pedem por uma volta às aulas com as condições efetivas de segurança, ampla vacinação e controle da pandemia. De acordo com eles, desde a retomada, as escolas não foram totalmente adaptadas para funcionamento dentro das condições que a pandemia exige.

O Professor Luciano Patrocínio, que trabalha na ETEC Antônio de Pádua Cardoso, em Batatais, criticou o retorno pelas redes sociais. “Caro Secretário da Saúde do Estado de São Paulo e Sr. João Doria deve ser sim muito seguro o retorno de todos os docentes às salas de aula. Talvez pelo fato que, não serão vocês que estarão em contato direto com possíveis vetores assintomáticos, em salas de aulas sem boa ventilação, iluminação, falta de agentes de limpeza para higienização, conforme disposto no protocolo da Secretaria da Educação e Centro Paula Souza, manter o distanciamento entre alunos dentro do recinto escolar, higiene pessoal dos alunos. Não, não serão vocês. Serão pessoas que lutam por manter e levar o conhecimento à população, com seus recursos, se quer com um estímulo do governo. Pessoas que também tem suas famílias e muitas vezes com alguma comorbidade em seu lar e ainda mais igualados aos presidiários quanto a vacinação”, relatou.

A Professora de Artes na Etec, Maria Carolina Viccari de Oliveira, disse que voltar para o espaço físico “escola” é o que todos precisamos, pois é lá que acontece a verdadeira aprendizagem, que não é somente a aquisição de conteúdos, pois esses estão disponíveis na internet. “A troca, o relacionamento, a construção afetiva que gera conhecimento, isso sim é o que mais necessitamos, por isso a urgente vacinação dos professores é de extrema importância, para conseguirmos ter a segurança de voltarmos para a escola e exercer dignamente nossa função, que é a mais importante de uma nação”, concluiu.

O QUE DIZ O ESTADO

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo disse que todas as unidades seguem os protocolos das autoridades da área da saúde e estão em funcionamento, garantindo a segurança de professores, servidores e alunos. “Os docentes que se encaixam no grupo de risco poderão seguir com as atividades remotas mediante apresentação de atestado médico”, disse em nota.

A secretaria justificou que a decisão para manter escolas abertas em todas as fases do Plano São Paulo é baseada em experiências internacionais e nacionais e visa garantir a segurança dos alunos e professores, bem como o desenvolvimento cognitivo e socioemocional das crianças e adolescentes.

Para a retomada, a Secretaria informou que adquiriu e distribuiu uma série de insumos destinados tanto aos estudantes quanto aos servidores, como 12 milhões de máscaras de tecido, mais de 440 mil face shields (protetor facial de acrílico), 10.740 termômetros a laser, 10 mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido, 78 milhões de copos descartáveis, 112 mil litros de álcool em gel, 100 milhões de rolos de papel toalha e 1,8 milhão de rolos de papel higiênico.