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Presidente da ACE afirma que abre e fecha do comércio deixa empresas sem receita para honrar seus Compromissos

Nesta semana, com a volta das atividades por parte do comércio, mesmo sendo apenas por delivery, falamos com o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Batatais, Ennio Cesar Fantacini (foto), sobre o impacto que está gerando para as empresas o período prolongado de pandemia.

JC – Ennio, qual avaliação da ACE após o período de restrições mais severas no município, para tentar baixar a contaminação pela Covid-19?
Ennio Fantacini: Primeiro é preciso esclarecer que a ACE Batatais não foi de maneira alguma contra as restrições. Entendemos a necessidade da adoção de medidas mais contundentes para reduzir os números de contaminações pela Covid, que estavam altos e avançando rapidamente, com os leitos de UTI e enfermaria todos ocupados e com fila de espera para internação, apenas temos a opinião de que o tempo hábil para que as empresas se organizassem foi muito curto. O decreto de lockdown, com a restrição total de todas as atividades comerciais, não permitindo sequer o delivery, nos pegou de surpresa. Mesmo assim, as empresas se adaptaram rapidamente, o comércio fechou as portas e sabemos que na parte econômica, muitas fecharam definitivamente. Porém, observo que os resultados do lockdown, na área da saúde, foram positivos. A fila de pacientes à espera de internação na UPA zerou, reduziu o número de contaminações diárias e isso reforça a nossa esperança de dias melhores, de que a pandemia está novamente sendo controlada.

JC – Em sua visão qual foi o impacto do comércio praticamente todo fechado por 17 dias?
Ennio Fantacini: Não foi só o problema dos 17 dias de lockdown em maio, pois estamos vindo há mais de um ano com esse abre e fecha de portas das empresas. Sempre o comércio é prejudicado com isso, pois deixa de vender, de gerar receita para honrar compromissos com fornecedores e para o pagamento dos salários dos colaboradores. Nesse mês de maio a situação se agravou, os empresários ficaram com a receita praticamente zerada. Infelizmente, temos relatos de que muitas empresas estão fechando e sem perspectiva de retorno às atividades. Isso é muito triste. Anos e anos de luta e agora não conseguem mais honrar seus compromissos.

JC – Como trabalhar agora para a recuperação das empresas, em meio às restrições que ainda são aplicadas?
Ennio Fantacini: Com o fim do lockdown, a Prefeitura emitiu o decreto municipal n.º 3.991, que permite o retorno gradual de muitas atividades, mesmo que de maneira ainda muito restritiva, seguindo todos os protocolos sanitários. Muitas empresas estão podendo trabalhar com vendas on-line, podendo fazer o delivery, tendo que mudar a forma de funcionamento para obter algum resultado. Infelizmente, esse abre e fecha deixa muitas incertezas para o setor empresarial. Temos que começar a trabalhar novas maneiras de comercializar os produtos. Com tantas restrições, principalmente do atendimento presencial, as empresas têm que se adaptar no meio on-line para sobreviver. Enquanto não houver a vacinação em massa, ou atingir um alto percentual de pessoas vacinadas, acredito que continuará esse constante abre e fecha, com a economia cada vez mais fragilizada.

JC – O Isolamento Inteligente, proposto pelo Projeto do Butantan, seria uma forma de ajudar a cidade a voltar a ter uma vida normal?
Ennio Fantacini: Acredito que nossa cidade está servindo como experiência para este projeto, para depois ser implantado em outros municípios. Participei da live junto aos integrantes do Instituto Butantan, que apresentaram o aplicativo e como ele funciona. Se as pessoas realmente instalarem o aplicativo Global Health Monitor (GHM) e fizerem o que está sendo recomendado, quem sabe poderemos voltar ao normal o mais rápido possível. Estamos muito positivos quanto ao projeto do Butantan para que realmente ajude a vida retornar ao que pode ser considerado normal.