Na semana passada circularam, via WhatsApp, diálogos e imagens atribuídas ao Padre Pedro Ricardo Baltolomeu, Pároco e Reitor do Santuário do Senhor Bom Jesus da Cana Verde. Pelas informações que obtivemos, em poucas horas, infelizmente, centenas de pessoas receberam os arquivos, seguidos de comentários ‘condenando’ o religioso, por se tratar de conversas íntimas com outra pessoa.
A primeira reação foi de indignação, mas rapidamente vieram as perguntas, em especial para aqueles que convivem com o Padre Pedro: isso é verdade? Por qual motivo espalharam essas supostas conversas, seguidas de fotos, para denegrir e macular a imagem do sacerdote?
Em contato com a Polícia, nos foi informado que o Padre apresentou queixa e a investigação para apuração dos fatos, de forma sigilosa, está em andamento. E nós do Jornal da Cidade nos solidarizamos ao cidadão Pedro Ricardo Bartolomeu, que independente de suas posições dentro ou fora da igreja, merece respeito.
A Reação da Igreja
Ainda na semana passada, o Conselho Pastoral Paroquial do Santuário Bom Jesus emitiu a seguinte ‘Moção de Apoio ao Padre Pedro Ricardo Bartolomeu’:
O Conselho Pastoral Paroquial do Santuário do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, no uso de suas prerrogativas estatutárias e legais, por unanimidade, vem a público apresentar MOÇÃO DE APOIO ao reitor Pe. Pedro Ricardo Bartolomeu, em razão da exposição indevida, abusiva e não autorizada de supostas imagens e textos atribuídos ao referido clérigo.
Informa também que todas as medidas legais cabíveis já foram tomadas em favor da busca da verdade, da justiça e, sobretudo, quanto à apuração da responsabilidade civil e criminal, sobre as ilicitudes cometidas quanto ao presente caso, inclusive com perícia, coleta e rastreamento de dados, sobre tais crimes cibernéticos. Por motivos de sigilo e prudência processual, a investigação seguirá assertivamente sem citar nomes, suspeitos ou sequer motivações políticas ou pessoais. Não houve e não há qualquer hipótese de prática de pedofilia ou qualquer crime a isto relacionado.
Nosso reitor Pe. Pedro, cioso de seu trabalho comunitário e das obrigações sacerdotais, foi diretamente responsável, em conjunto com o trabalho de toda esta comunidade, pela elevação da Igreja Matriz de Batatais à Santuário, motivo de peregrinação, ordem e respeito por todos que passam pelo templo, independentemente de religião ou credo. Recentemente, teve renovado a sua provisão como pároco e reitor deste Santuário.
Reconhecido por sua intelectualidade, fidúcia e honestidade, como guardião desta paróquia, Pe. Pedro zelou, acompanhou e referendou todos os trabalhos de restauro do maior acervo sacro do modernista Cândido Torquato Portinari, motivo de júbilo e orgulho nacional. Neste contexto, além do acervo, toda a edificação, além da Praça Cônego Joaquim Alves, foi tombada pelos órgãos de proteção ao patrimônio histórico, artístico e cultural, garantindo aos munícipes e fieis a preservação e manutenção deste renomado acervo em Batatais.
Por fim, novamente lastimamos a exposição maléfica e perniciosa à personalidade ilibada deste dedicado e íntegro sacerdote, de modo a deturpar os valores morais e os bons costumes, em detrimento da pacificação social e espiritual, tão carente nos dias atuais. Assim, repudiamos veementemente toda e qualquer tentativa incabível de macular, violar e tisnar os verdadeiros princípios e valores – não somente cristãos – mas certamente universais, condignos e, sobretudo, humanos. Fraternalmente.
Conselho Pastoral Paroquial do Santuário do Senhor Bom Jesus da Cana Verde em Batatais
A Manifestação do Padre
Durante a semana tentamos contato com o Padre Pedro e a Secretaria Paroquial nos informou que ele estava em Aparecida do Norte, ressaltando que mesmo assim, ele não vai poder se manifestar enquanto não terminar o trâmite eclesial.
Sua manifestação pública, após o ocorrido, se deu na abertura da Missa do último Domingo, 19 de janeiro, que tem transmissão pela Rádio Difusora. Confira a transcrição de sua fala:
“Queridos irmãos e irmãs, eu acredito que todos tomaram ciência do crime cibernético pelo qual sofri essa semana, e dentre inúmeros comentários acusativos e defensivos, encontra-se a dúvida: mas o padre vai celebrar a missa? E eu os respondo, sim, dentre vários motivos que me levam a celebrar a eucaristia diariamente, enumero quatro: 1º, tenho plena consciência de que não tenho culpa alguma do que foi exposto; 2º assumo de consciência leve, limpa e plena todos os meus atos humano e ministerial, sem nada temer; 3º, sou pastor desse rebanho, do rebanho todo de Jesus Cristo que me foi confiado. Não só vocês que aqui estão, que me são queridos e me querem bem, mas também daqueles que estão distantes e não me querem tão bem assim. A vocês e a eles devo diariamente oferecer o santo sacrifício do calvário; 4º, todas as providências já foram tomadas, cíveis, criminais e canônicas, dessa forma, segue em silêncio judicial a investigação para se apurar os fatos e chegar a plena verdade. Por fim, venho humildemente, pedir a todos vocês orações. Rezem por mim, rezem também e, principalmente, por essa comunidade paroquial, por este Santuário. Não só a minha imagem foi maculada, mas também do catolicismo e do cristianismo. Rezem por nós, e assim, peço compreensão, amizade e amorosidade de cada um de vocês.
Em nome do pai, do filho e do Espírito Santos……..(aplausos)……Muito obrigado de coração. Se não fosse o carinho, a amizade, a compreensão e as orações de vocês eu acho que não estaria em pé. Estou aqui graças ao amor que vocês têm por mim e pela igreja. Muito obrigado”.