Para falar sobre o Claretiano – Centro Universitário de Batatais, que completou 50 anos de atuação no ensino superior no dia 27 de maio, o Jornal da Cidade traz uma entrevista exclusiva com o Pe. Luiz Claudemir Botteon, pró-reitor administrativo da instituição. Na cidade há mais de 20 anos, Pe. Luiz Botteon tem a missão de ajudar a comandar o Claretiano, que oferece quase 150 cursos superiores (graduação, pós-graduação e cursos de extensão universitária) e ajuda a transformar a vida de milhares de pessoas, especialmente nesse período tão delicado de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Confira a entrevista e descubra por que este pode ser o momento ideal para investir em conhecimento.
JC – O Brasil atravessa um período muito complicado com a pandemia do novo coronavírus (COVID-19), que mudou completamente a ‘vida empresarial’ de norte a sul do país. O que o Claretiano tem feito para enfrentar esse período tão turbulento?
Pe. Luiz Botteon: Nunca imaginávamos viver um momento como esse! O Claretiano – Centro Universitário faz parte do Claretiano – Rede de Educação, que está presente em todo território nacional com colégios e faculdades, além dos polos internacionais localizados em cinco países. Estamos atentos com as legislações estabelecidas pelos Governos de cada local para atender todas as normas de segurança e cuidado com a saúde dos nossos colaboradores e alunos. Atendendo às legislações, suspendemos as aulas presenciais e se converteram em aulas remotas através da tecnologia. Ficamos com uma equipe bastante reduzida em Batatais fazendo o trabalho administrativo para atender a demanda de todas as unidades e polos do Claretiano por meio de telefone, assessoria tecnológica, preparação de informativos e outros documentos necessários. No Claretiano – Centro Universitário, por exemplo, as atividades administrativas foram retomadas após 40 dias de suspensão, no dia 4 de maio, sempre seguindo os protocolos. Todos os colaboradores receberam uma cartilha de orientação e máscaras de proteção, que são de uso obrigatório no ambiente de trabalho. Agora, conforme a realidade de cada local, estamos voltando as atividades, sempre seguindo as normas de segurança, pois a saúde dos colaboradores e alunos são prioridades.
JC – O Claretiano é pioneiro na educação a distância e referência nesse assunto. Mas como foi adaptar, de uma hora para outra, as aulas dos estudantes de cursos presenciais para o ensino remoto?
Pe. Luiz Botteon: A tecnologia foi nossa grande aliada, pois temos tradição na área da educação a distância e conseguimos manter o aprendizado de todos os nossos alunos. Todos têm acesso ao Portal Claretiano, onde existe nosso ambiente virtual de aprendizagem. Os mais variados recursos de tecnologia estão sendo usados para oferecer ao aluno toda a qualidade do ensino presencial. Com isso, o Claretiano, que já tem uma experiência de mais de 20 anos com a EaD, saiu na frente e migrou as atividades presenciais para a plataforma virtual chamada de Sala de Aula Virtual (SAV). Já para os colégios, utilizamos também várias ferramentas digitais de aprendizagem disponibilizadas pelo sistema Anglo de Ensino. Então, estamos utilizando todos os recursos necessários para manter o aprendizado dos nossos alunos com a mesma qualidade de sempre, colocando a formação deles em primeiro lugar, seja na educação básica ou no ensino superior.
JC – Os alunos dos cursos a distância precisaram passar por alguma mudança?
Pe. Luiz Botteon: A principal mudança para os nossos alunos da educação a distância foi a antecipação das férias de julho para o mês de abril, assim como para os alunos do presencial. Uma questão delicada são os estágios que devem ser feitos pelos alunos, tanto dos cursos a distância quanto dos cursos presenciais. Nas licenciaturas, por exemplo, os estágios devem seguir o cronograma das secretarias da educação, já os estágios na área da saúde, que retornaram parcialmente em alguns locais, deverão ser finalizados no segundo semestre — assim como as aulas práticas dos cursos.
JC – O desemprego é uma realidade em muitas cidades. Nesse sentido, o que o Claretiano tem feito para incentivar os alunos a continuarem os estudos?
Pe. Luiz Botteon: Entendemos que a educação e o conhecimento são essenciais e fundamentais para superar esta crise, pois, quando a pandemia acabar, o conhecimento vai ficar. Agora é a hora de investir esforços na qualificação e, em alguns casos, se reinventar. Depois de muito planejamento, criamos um programa exclusivo para ajudar nossos alunos a enfrentarem esse período tão crítico, o PATEC (Programa de Auxílio Temporário Estudantil Claretiano). É importante reforçar que agora não é hora de abandonar um curso já iniciado e deixar o sonho de fazer uma faculdade para trás. Todos os nossos alunos foram comunicados e muitos já estão sendo beneficiados pelo programa, sem contar que o Ministério da Educação vai oferecer novas vagas do PROUNI e do FIES.
JC – Então agora não é hora de desistir, pelo contrário, é hora de investir esforços na qualificação profissional?
Pe. Luiz Botteon: Isso! Em todas as crises que a humanidade sofreu quem soube aplicar esforços na educação conseguiu superar. Entendemos que agora é hora de investir no aprendizado para a nova realidade de emprego que vai surgir após esse período. É fundamental que as pessoas entendam e não desistam da educação, que se esforcem ao máximo para manter esse bem tão precioso. Aqui na instituição também estamos nos esforçando muito para dar continuidade na nossa missão de capacitar a pessoa humana para o exercício profissional e para o compromisso com a vida. Inclusive, temos vários cursos rápidos e gratuitos que podem ser feitos por qualquer pessoa, mesmo por quem não é nosso aluno, com a possibilidade de obter certificados. Queremos que todos conheçam o modelo Claretiano de ensino, que vejam a qualidade da nossa educação.
JC – Como as pessoas podem ter acesso a esses cursos?
Pe. Luiz Botteon: Basta acessar o site www.extensao.claretiano.edu.br/conhecimentoemcasa . Estão disponíveis vídeos curtos, palestras, minicursos, mesas-redondas e vários outros conteúdos, que podem ser vistos até mesmo pelo celular, pois a intenção é oferecer qualificação para todas as pessoas.
JC – Para finalizar, no dia 27 de maio o Claretiano completou 50 anos de ensino superior aqui na nossa cidade. Conta um pouco sobre essa trajetória.
Pe. Luiz Botteon – Tem uma frase do Pe. Sérgio Ibanor Piva, nosso reitor, que resume muito bem a nossa trajetória “Foi uma longa jornada até aqui, desbravando novos caminhos, sempre acreditando que se pode ir além”. Desde o início acreditávamos que poderíamos ir além. E fomos! O Pe. Sérgio atuou diretamente nos processos de autorização da abertura da faculdade e, no dia 27 de maio de 1970, o MEC autorizou a oferta do curso de Educação Física. Assim, nascia a Escola Superior de Educação Física de Batatais. O tempo passou e ficamos conhecidos como Faculdades José Olympio, depois Faculdades Integradas Claretianas e, finalmente, em 2001, como Centro Universitário — quando conseguimos autonomia para criar nossos cursos. Em 2004, fomos credenciados para ofertar educação a distância e, em 2013, criamos o Claretiano – Rede de Educação, que reúne os oito colégios e as quatro faculdades presenciais (Batatais, Rio Claro, Curitiba e Boa Vista). Hoje, ofertamos mais de 50 cursos de graduação e mais de 90 cursos de pós-graduação, além de incontáveis cursos de extensão. Com a educação a distância, estamos presentes em todos os estados brasileiros e em cinco países (Japão, Espanha, Portugal, Estados Unidos e Moçambique). Dessa forma, conseguimos levar o nome de Batatais para o mundo, pois a sede do Claretiano está aqui na cidade. Completamos cinco décadas oferecendo um ensino de qualidade, inovação e relação social com a comunidade e diversos parceiros. Ao longo desse tempo, mais de 60 mil pessoas se formaram na instituição e ocupam diversas posições de destaque no mercado de trabalho. Temos uma linda história com a cidade de Batatais e, neste momento tão delicado que vivemos, temos a esperança de novos tempos, com novos projetos de educação. Afinal, a nossa missão é “ Capacitar a pessoa humana para o exercício profissional e para o compromisso com a vida, mediante a sua formação integral; missão essa que se caracteriza pela investigação da verdade, pelo ensino e pela difusão da cultura, inspirada nos valores éticos e cristãos e no carisma Claretiano que dão pleno significado à vida humana”.