A presença do PCC (Primeiro Comando da Capital) nas eleições municipais desse ano não será surpresa. A facção que é uma das mais poderosas e influentes do Brasil está agora com pretensões políticas, e vem com uma força muito maior do que se imagina.
O PCC controla o tráfico de drogas em São Paulo e em várias regiões do país e mantém fortes laços na Bolívia e no Paraguai o que aumenta ainda mais sua musculatura; atua também com atividades ilícitas diversificadas como roubo, extorsão, lavagem de dinheiro e empresas de fachada. Além disso se infiltrou em empresas de ônibus em São Paulo, capital.
O Ministério Público de São Paulo estima que a facção movimenta cerca R$ 1 Bilhão/ano podendo financiar diversas campanhas em vários municípios, campanhas para vereadores e prefeitos.
A organização busca formas de lavar dinheiro e participar de licitações públicas e é nos municípios que eles ganham o dinheiro que levam para o tráfico internacional de cocaína que é a principal fonte de receita.
Como já vem acontecendo em algumas regiões a facção já patrocina eventos em igrejas e quermesses, a política era uma questão de tempo, o momento chegou, é esse ano.
Além dos interesses já mencionados, o PCC deseja entrar na política para costurar acordos que reduzam a repressão policial em certas áreas e aí sim, eles passariam a atuar livremente sem serem importunados pelas polícias e total facilidade no tráfico de drogas.
É o crime organizado ocupando o espaço que as empresas tinham quando podiam fazer doações eleitorais, agora o PCC financia o candidato por fora e cobra por dentro. Também eles podem contar com os votos dos presos provisórios (ainda não condenados podem votar) e como as cadeias são comandadas pela facção fica muito fácil cooptar aqueles que lá estão para votar no candidato por eles indicado. Como o PCC tem poder intimidatório, controla territórios, é claro que quando eles lançam um nome ou uma ordem as pessoas ficam com medo e acabam obedecendo e votam no candidato recomendado.
A organização criminosa se expande, infiltra-se no Estado e passa a agir diretamente através de seus candidatos isso a fortalece, enfraquece o Estado Democrático de Direito e o crime passa a se consolidar nacionalmente para depois expandir-se ainda mais internacionalmente com outras organizações ainda maiores.
E o pior é que as eleições estão chegando e o Poder Judiciário ainda não está preparado para evitar esse fenômeno