Criado em 1927, pela Academia de Artes e Ciência Cinematográficas de Hollywood, compunha-se inicialmente de 36 membros, sendo que hoje são quase 6 mil membros.
Tudo é glamour e pompas, espetáculo é visto por milhões de telespectadores pelo mundo todo. Porém, nem sempre prevaleceu a motivação artística para os premiados, assim como alguns preconceitos foram sendo somente superados aos poucos.
Os festivais de Cannes, com sua Palma de Ouro, bem como o de Berlim, com seu Urso de Ouro e o de Veneza, com o Leão de Ouro, sempre foram mais conceituados e de maior nível e prestígio do que o Oscar, premiando obras cultuadas e de que grande empenho artístico e autoral.
Tanto assim, que nomes expoentes da Sétima Arte, como Kubrick, Felini, Antonioni, Win Wenders, Lars Von Trier, Godard e tantos outros, nunca receberam o Oscar, mas venceram nos outros festivais mencionados.
Em compensação, vários “block busters” venceram o Oscar de Hollywood. É que ali a indústria e o comércio sempre falaram mais alto.
Na realidade, a certa altura os grandes diretores receberam o Oscar, tardiamente, pelo conjunto da obra.
Neste sábado, 09 de fevereiro, o filme “1917” poderá vencer como Melhor Filme, Melhor Diretor e Fotografia.
Nesta 92ª Edição do Festival, concorrem vários filmes importantes, como O Irlandês, Coringa, Parasita, 1917 e outros.
É possível a vitória de 1917, de Sam Mendes, que já venceu no ano de 2.000, com “Beleza Americana”, embora Coringa tenha mais indicações do que ele.
Porém, 1917 é notável. (Pode ser visto pela internet).
Se passa somente em um dia, na Primeira Guerra Mundial, e relata a dramática incumbência de dois jovens soltados britânicos que são convocados nas trincheiras para atravessar o devastado campo de batalha e entregar uma mensagem vital ao general aliado da outra divisão que está do outro lado, a quilômetros de distância e pronto pra atacar o inimigo no dia seguinte, e cair numa armadilha alemã. Sem ser ostensível ou óbvio, o filme mostra o horror da guerra. A direção de Sam Mendes é primorosa, tendo simulado com perfeição todo um só plano sequência para o transcorrer do filme. Tudo amparado pela magnifica fotografia do veterano Roger Deakins (de Blade Runner 2049), que capta belíssimas cenas noturnas em preto e branco e coloridas, numa destroçada cidade francesa em ruinas, semi iluminada pelas chamas dos escombros e pelos clarões dos sinalizadores, quando o filme nos apresenta imagens antológicas.
Enfim, na opinião do resenhista, 1917 tem tudo para vencer os troféus de melhor Filme, Direção e Fotografia, por amplos méritos.
Mas, como se trata do Oscar e da Academia de Hollywood, com seus interesses comerciais, se nada disso acontecer não será surpresa nenhuma.