O tarifaço americano sobre as exportações nas empresas de Batatais, imposto pelo presidente Donald Trump, pode causar um pequeno impacto para o setor de açúcar e de produtos capilares, tendo em vista que nos seis primeiros meses deste ano as empresas de Batatais exportaram US$ 1,2 milhões para os Estados Unidos da América, deste total US$ 1.196.285 do grupo SH4 1701 – açucares de cana e sacarose quimicamente pura no estado solido (açúcar) e US$ 4.237 do grupo SH4 – 3305 – óleos essenciais e resinóides, produtos de perfumaria ou de toucador preparados e preparação cosméticas – preparação capilares. Observa-se que o valor total exportado para os EUA corresponde a 2,3% do total das exportações das empresas de Batatais.
Impactos para o setor de açúcar:
O total de açúcar exportado pelas empresas de Batatais no primeiro semestre deste ano totalizou US$ 45,9 milhões, tendo como principais mercados países asiáticos, oriente médio e sul-africano, enquanto que para os EUA foi exportado US$ 1,19 milhões, o que corresponde a 2,6% do valor exportado.
Observa-se que as empresas exportadoras de açúcar de Batatais, já atuam em outros mercados, com fortes relações comerciais, principalmente no continente asiático, destacando as exportações para a China, Índia, Indonésia, atuando ainda no continente africano e no oriente médio, como Argélia, Marrocos, Arabia Saudita e Egito.
Impactos para o setor de preparação capilares:
No primeiro semestre deste ano o segmento exportou o valor de US$ 4,2 mil, tendo como único país exportador os EUA, o que significa um forte impacto para as empresas exportadoras do setor de preparação capilares, podendo gerar perdas financeiras e afetar a cadeia produtiva local.
Incertezas
A situação ainda é incerta e as consequências exatas do tarifaço sobre o setor de produtos capilares e de açúcar brasileiro só serão totalmente conhecidas com o passar do tempo.
O boletim da FGV, da semana passada, lembra que o presidente americano já recuou algumas vezes sobre o tarifaço. O estudo mostra que no dia 2 de abril deste ano, que ficou conhecido como Liberation Day (Dia da Liberação), Trump ameaçou países parceiros com taxação.
À época, a tarifa brasileira seria de 10%. Foi desencadeada uma guerra tarifária contra a China, na qual as tarifas chegariam a 145%. Após promessas mútuas de retaliação, os dois países chegaram a um acordo, reduzindo a 30%.
A FGV destaca que, diferentemente da ameaça de abril, quando o motivo para taxar itens brasileiros era puramente comercial, a intenção atual envolve questões políticas, incluindo processo no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe e decisão recente contra gigantes de tecnologia, as big techs.





