
Nas últimas semanas, a presença militar norte-americana no Caribe voltou a incendiar o tabuleiro geopolítico da América Latina. A ordem partiu diretamente de Donald Trump: três destróieres da Marinha dos Estados Unidos navegaram rumo às águas próximas à Venezuela, acompanhados de aviões de vigilância e pelo menos um submarino de ataque. Oficialmente, a missão é combater o narcotráfico na região, mas analistas enxergam no movimento uma ofensiva clara contra o governo de Nicolás Maduro e, sobretudo, sobre as vastas reservas de petróleo do país vizinho. A Casa Branca alega que a operação tem como objetivo neutralizar cartéis que atuam no Caribe.
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, um dos mais agressivos defensores de sanções a Caracas, chegou a apontar a existência do chamado “Cartel dos Sóis”, supostamente comandado por generais venezuelanos ligados ao governo Maduro. A narrativa, porém, é contestada por especialistas e até por serviços de inteligência independentes, que enxergam exageros e manipulação política. “Rubio constrói um inimigo conveniente para justificar uma escalada militar que, na prática, atende a outros interesses”, avalia um pesquisador de segurança internacional.
A capacidade dessas embarcações impressiona, elas possuem mísseis para ataques terrestres, canhões para defesa próxima, competência para operar com helicópteros e ainda possuem defesas antiaéreas e antimísseis, o submarino, normalmente nuclear, é capaz de realizar ataques silenciosos e furtivos. Mas, a razão disso tudo é o petróleo venezuelano, a Venezuela detém uma das maiores reservas comprovadas de petróleo do planeta.
Desde o governo Chávez, Washington vê com desconfiança a política energética venezuelana, voltada para alianças com Rússia, China e Irã. Observadores internacionais apontam que o real motivo da incursão é o controle indireto desse recurso estratégico. “Não é coincidência que cada escalada militar dos EUA na região coincide com momentos de crise energética global ou de oscilação do preço do barril”, destaca uma fonte ligada ao mercado de commodities.
Parceira militar e energética da Venezuela, a Rússia condenou o avanço dos EUA. O Ministério das Relações Exteriores em Moscou acusou Washington de usar a “cortina de fumaça” do combate ao narcotráfico para justificar um cerco geopolítico. O Kremlin reforçou que continuará fornecendo apoio técnico e militar a Caracas, lembrando que empresas russas participam ativamente da exploração do petróleo venezuelano. Nos bastidores, cresce o temor de que a crise no Caribe se torne mais um ponto de fricção entre russos e americanos, a exemplo da Ucrânia e da Síria.
O Brasil, que compartilha mais de dois mil quilômetros de fronteira com a Venezuela, assiste à escalada com preocupação. Um ataque direto pode aumentar o fluxo migratório dos venezuelanos, aumentar o preço dos combustíveis no mercado interno, já que qualquer instabilidade no país vizinho impacta o petróleo global, forçar Brasília a escolher lados, entre o alinhamento automático aos EUA que é parceiro estratégico e a tradição diplomática de não intervenção, elevar tensões militares na Amazônia, exigindo reforço das Forças Armadas brasileiras para evitar incidentes fronteiriços. Internamente, a crise pode intensificar a polarização política, com setores defendendo aproximação aos EUA e outros cobrando neutralidade e solidariedade ao povo venezuelano.
Peça chave na disputa, o ouro negro venezuelano é daqueles que atrai cobiça nos governos americanos, não duvido que eles matem Maduro (como fez com Saddan Hussein) explodem o país como fizeram no Iraque e Afeganistão e depois, no dia seguinte, não sabem o que fazer como na Líbia por exemplo. Trump necessita diariamente de pautar a imprensa global, talvez nada disso se realize, Putin não vai gostar, mas se tal acontecer, já nas próximas eleições sentiremos ainda mais os efeitos da aloprada política trumpista.





