A palavra paradoxo é interessante porque ela nos remete diretamente a uma reflexão, haja vista que ela representa o oposto daquilo que alguém pensa ser verdade, ou ainda, o contrário de uma opinião admitida como válida, portanto o paradoxo é uma ideia contrária do que se espera. Exemplo: Os avanços tecnológicos voltados à agricultura; no armazenamento, transporte e produção de alimentos quebrou todos recordes nos últimos 50 anos, teoricamente deveria haver comida suficiente para alimentar toda humanidade, mas os dados são alarmantes e ao contrário, só no Brasil 40 mil toneladas são desperdiçadas todos os dias.
Há quem diga que a maior indústria de lanches no mundo (McDonald’s) mata mais que a fome em países africanos, outro paradoxo, o que em tese seria para alimentar mata por obesidade e outras propriedades que faz do sanduíche uma “bomba” com gorduras, potássio, sódio…, enfim para onde nos levam os paradoxos? À 44ª Festa do Leite de Batatais.
Aclamada pelo prefeito por ser uma festa do povo ela só se fez assim no nome e não na prática, com dez dias de festa, quatro com entrada franca, seis dias passaram longe do público popular, um casal com dois filhos estudantes em um dia, teve que gastar R$120,00 se foi a pé, caso quisesse ir de carro mais R$15,00, uma vez lá dentro todo consumo era basicamente preço único, R$5,00 para beber uma água e mais R$5,00 para comer uma maçã do amor, já ficou em R$10,00, ou seja tudo muito caro, longe do alcance do trabalhador assalariado, o que tornou inacessível a presença de grande público nos dias que foram pagos.
Mas o problema não acaba aí, se foi a Prefeitura que realizou o evento, então o mesmo se deu com nossos recursos, então se já pagamos nossos impostos e a festa foi realizada com dinheiro público, porque pagarmos duas vezes para termos o nosso lazer? Os vereadores terão trabalho, ao cobrar do Executivo as contas da 44ª Festa do Leite, pois consta no Orçamento municipal diversas rubricas que o prefeito pode ter tirado tais recursos para fazer a festa; do DADE (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias) tem R$ 3 milhões; Eventos para Festividades Turísticas R$ 2.140 milhões e Planejamento, Organização e Realização da Festa R$ 1.130 milhões. Dinheiro para realização parece que não faltou, então não se justifica o preço cobrado.
Muito dinheiro para realizar um evento que se diz popular, mas na verdade não o é. É apenas a velha política populista que contempla quem tem mais e faz de conta que é o povo que está ganhando. Atitude típica de nossos governantes.
Está aí o paradoxo da Festa do Leite.