Há alguns anos o Iraque vem sendo um campo de acerto de contas internacionais, protagonizam esse episódio EUA e Irã que juntos ajudaram na expulsão do inimigo comum, o Estado Islâmico da região.
A partir daí os dois países passaram a dividir influências no Iraque. Irã com interesses geopolíticos e religiosos e EUA no petróleo. Ambos em rota de colisão o tempo todo, uma hora a coisa ia estourar.
No dia 27 de Dezembro, 30 foguetes foram lançados em uma base militar iraquiana e matou um empreiteiro civil norte-americano e dois soldados iraquianos, os EUA acusou o grupo Kalaib Hezbollah, uma milícia xiita que recebe apoio financeiro e militar do Irã responsável pelo ataque, a milícia negou mas não adiantou, os EUA fez um ataque que eles chamaram de “Ataques Defensivos” atingindo cinco instalações que armazenavam armas deixando 25 mortos, em contra partida os milicianos invadiram a embaixada americana em Bagdá no dia 31 de Dezembro, no dia 3 de Janeiro o General Soleimani, o segundo homem mais importante do Irã, morre em Bagdá por ataques de drones americanos, Soleimani era figura chave no Irã e no Oriente Médio e sua morte pegou a todos de surpresa, imediatamente os iranianos revidaram contra bases americanas no Iraque e nas proximidades da embaixada americana, a tensão está no ar, pois ainda é uma incógnita os próximos atos.
Sabemos que na guerra a primeira vítima é a verdade, ela não pode ser revelada ou por estratégia ou por política e daí o campo para as especulações se abrem. Trump argumenta que Soleimani tinha um projeto imperial agressivo no Oriente Médio e isso assustou os aliados americanos, os árabes sunitas e Israel que o pressionaram a dar um resposta, mas também tem a questão interna onde ele está passando por um processo de impeachment e fortalecer sua base e seus eleitores numa reeleição parece ser o que mais conta, além de movimentar as duas indústrias mais poderosas do planeta: a do petróleo e das armas.
Pressão econômica acompanhada de violência, portanto o ataque ao general foi mais um ato de ousadia do que uma atitude irracional. Resta saber o que os aiatolás pensam sobre isso.
E qual será o posicionamento da China e da Rússia, aliadas do Irã tanto no petróleo quanto no gás e na compra de AK47?
Os persas tem o quarto maior depósito de petróleo do mundo e a segunda maior jazida de gás natural do planeta que servem tanto aos chineses quanto aos russos, eles deixarão Trump se impor na região? Putin é osso duro de roer e a China tem histórico de poder. É aguardar para ver os próximos episódios.
Enquanto isso aqui no Brasil a subserviência de Bolsonaro a Trump foi no mínimo precipitada, o Irã é grande importador de milho e deixa uma balança superavitária no país, porque chamar o conflito para nós?
Para que ser cúmplice de guerra, será que tal submissão levará ao envio de tropas brasileiras numa guerra que não tem nada conosco?
O período é mais de perguntas do que de respostas, esperamos que estas quando vierem, não venham manchadas de sangue.