Na Inglaterra do século XVII ninguém tinha visto um cisne que não fosse branco, no século XVIII viram na Austrália o cisne negro, aquela ideia de que se ninguém nunca viu então não deve existir, caiu por terra, uma única observação e toda tese foi desmoronada, a “ausência de evidência não é evidência de ausência”.
A partir daí o cisne negro passou a conviver conosco e como ele era improvável antes, hoje ele também é, só lembramos dele quando acontece, sejam coisas boas ou más: um atentado terrorista, uma pandemia, um tsunami, ou a ascensão do google a descoberta científica ocasional de uma cura, o WhatsApp que liquidou com uma série de serviços das telefonias, o Airbnb que não foi observado com atenção pelas redes hoteleiras, são manifestações do cisne negro que tem como características a Imprevisibilidade: “foi pego de surpresa”, o Alto Impacto: que deixa consequências severas e de grande amplitude e a Facilidade de Analisar em Retrospectiva, ou seja, depois que aconteceu parece que foi óbvio que aquilo poderia ter acontecido; é nessa hora que se percebe quanto negligenciamos situações.
Tal fato acontece porque a natureza humana não foi feita para assimilar cisnes negros, só estamos preparados para enxergar cisnes brancos devido os nossos argumentos serem indutivos baseados em conclusões prováveis, não numa certeza, fazemos seguros de carros e contra incêndios para evitar o cisne negro porque muitos já passaram por isso e hoje não se deve repetir, se acontecer é negligência, mas quem ia esperar que o Brasil ia perder de 7 a 1 da Alemanha? Então o cisne negro existe e precisamos aprender a viver com ele e prever sua chegada, Brumadinho não foi cisne negro, foi pura negligência sabiam que ia acontecer, mas…
E na política, em ano de eleições municipais será que teremos a presença do cisne negro? Existem os candidatos que não perdem, nunca perderam, mas vão continuar sempre assim? Será que teremos o cisne negro nas eleições municipais?