2021 começa contrariando as expectativas de que o pior ficou em 2020. O vírus continua e agora ainda mais transmissível de acordo com suas mutações, o que é muito comum em sua natureza.
Em favor do ano novo temos as vacinas, mais de 13 milhões de pessoas já foram vacinados em mais de 50 países. EUA com mais de 4,6 milhões e China com mais de 4,5 milhões lideram em números absolutos, mas Israel é o que mais vacinou sua população e quer ser o primeiro a vacinar todo seu povo. Na América Latina a liderança está com a Argentina que já vacinou quase 1% da população. A notícia boa é que nenhuma pessoa morreu por conta da vacina, todas se mostraram seguras e eficientes; era o que se esperava.
Importante dizer que quem foi vacinado não desenvolve a doença, mas a mantém nas vias respiratórias o que permite a transmissão por 45 dias, então para que o efeito esperado possa ser alcançado a campanha de vacinação deve atingir pelo menos 60%, 70% da população, o mundo ainda está longe disso e o que dizer do Brasil que ainda nem começou e está perdido em decisões burocráticas e políticas?
A Coronavac está aguardando uma autorização definitiva da Anvisa para começar a vacinar no dia 25 de Janeiro, a AstraZeneca não chega em acordos com o registro emergencial, a Pfizer, o Brasil ignorou e se fizer acordo vai para o fim da fila, a Moderna EUA vão reter o máximo possível, então está difícil começar.
Uma campanha boa de vacinação, com doses disponíveis, requer 1 milhão de vacinados por semana para atingir algo em torno de 50% a 60% da população, infelizmente estamos longe disso.
Outro fato que deve ser destacado é quando as vacinas chegarem ao mercado privado, os grupos privilegiados serão vacinados primeiro e tal grupo vai exigir a retomada da produção em cima dos mais vulneráveis que ainda não tomaram a vacina, os efeitos dessa atitude ainda são incertos. O certo mesmo é que a variante inglesa, muito mais transmissível já protagoniza a segunda onda e os números no Brasil estão piorando e o presidente não está tão preocupado, não usando máscara e promovendo aglomerações e não sabendo o que dizer sobre seringas e agulhas.
Para quem esperava que 2021 fosse melhor, uma coisa é certa para nós brasileiros, o chão ainda está longo.