A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta, é uma doença crônica marcada pela elevação persistente dos níveis de pressão arterial. O diagnóstico tradicionalmente é feito quando os valores da pressão máxima e mínima são iguais ou ultrapassam 140/90 mmHg (ou “14 por 9”). Durante muito tempo, o parâmetro de “12 por 8” era considerado ideal. No entanto, novas diretrizes da Sociedade Europeia de Cardiologia, apresentadas no Congresso Europeu de Cardiologia realizado em Londres, no fim de agosto, trazem mudanças significativas nesse entendimento.
De acordo com as atualizações, a pressão de “12 por 8” deixa de ser vista como normal e passa a ser classificada como pressão arterial elevada. Assim, a meta ideal agora é de “12 por 7” (120/70 mmHg). Essa mudança tem como objetivo chamar a atenção para os riscos cardiovasculares já presentes em níveis que antes eram considerados aceitáveis.
Em entrevista, o médico Dr. Bruno Garcia Simões Favaretto explicou que, assim como já ocorre no caso da diabetes — com a existência da condição de pré-diabetes —, a hipertensão passa a contar com um estágio intermediário: o pré-hipertenso.
“Antes, ou a pessoa tinha hipertensão, ou não tinha. Agora, com essa nova classificação, temos um sinal de alerta, um meio-termo. O paciente pré-hipertenso ainda não apresenta valores que ultrapassam 14 por 9, mas já está com níveis elevados, chegando perto disso”, destacou o médico.
Segundo ele, esse alerta precoce permite atuar de forma preventiva, com foco em mudanças no estilo de vida: “Quando a gente pensa na hipertensão, precisamos olhar também para fatores de risco como a obesidade, que é considerada a grande doença do século. Ela contribui para o aumento da pressão e da diabetes. Por isso, quando identificamos alguém como pré-hipertenso, a recomendação fundamental é emagrecer, praticar atividade física, controlar a alimentação e adotar hábitos saudáveis para não entrar nesse caminho que, muitas vezes, é sem volta”, reforçou.
As novas diretrizes refletem uma preocupação maior com a prevenção e com o impacto da hipertensão, considerada uma das principais causas de doenças cardiovasculares no mundo.





