Nesta semana, a Santa Casa de Misericórdia, Hospital Major Antônio Cândido, voltou a ter em sua direção, como provedora provisória, Nilla Macedo. O fato ocorreu por decisão liminar da Justiça no processo que ela moveu após a eleição da mesa diretora da instituição, onde pessoas que foram inseridas na mesa, de forma legal, foram impedidas de votar.
JC – Nilla, como se deu essa, digamos, virada de mesa sobre a questão da provedoria da Santa Casa?
Nilla Macedo: A nossa chapa, a qual tinha meu nome como provedora, concorreu com uma chapa que tinha impedimento, de acordo com as normas estatutárias da entidade. Bem como, membros da mesa, inseridos de forma legal durante a minha gestão, foram impedidos de votar. Em razão desses fatos, entre outros apresentados em nossa defesa, foi concedida uma liminar, onde nossa chapa foi nomeada para administrar a Santa Casa de Batatais. Estou na instituição colaborando, seja como membro da mesa, provedora ou ocupando algum cargo, há 16 anos e sempre buscando o melhor, desta forma, seguiremos assim até a realização de nova eleição.
JC – Com essa decisão judicial, quanto tempo ficará como gestora?
Nilla Macedo: De acordo com a decisão judicial, estaremos administrando a Santa Casa por um período de até 60 dias. Dentro desse prazo vamos convocar novas eleições para atender o que ficou estabelecido pela justiça.
JC – Os mesários seguirão participando das decisões, da sua e da chapa que foi derrubada na justiça?
Nilla Macedo: Nossa chapa é a que está à frente do Hospital. As decisões serão tomadas com a ciência de todos, mas, a chapa que foi afastada pela decisão judicial não vai participar da nossa gestão. Porém, quero já dizer que tem algumas pessoas ótimas na chapa que saiu e, que eu acredito, não tinham conhecimento do impedimento da presidente da mesa. São pessoas muito bem-vindas para ajudar na Santa Casa após esse período.
JC – Como foi a transição, após a decisão judicial?
Nilla Macedo: A transição ocorreu da forma mais civilizada possível. A Drª Dalvânia, que estava provedora, se empenhou ao máximo para fornecer todas as informações e se colocou à disposição no que for necessário para ajudar. Isso é importante, pois não podemos deixar que em razão disso ocorra prejuízos para a instituição.
JC – Quais medidas pretende tomar de imediato?
Nilla Macedo: Nesse primeiro momento vamos nos inteirar dos projetos em andamento para dar sequência sempre visando o bem da instituição.
JC – Mas, já dá para ter uma avaliação inicial da situação da Santa Casa atualmente?
Nilla Macedo: A situação da Santa Casa nesse momento estou analisando. Não posso dizer nada ainda. Foram poucos dias.
JC – O que a população pode esperar nesse período em que estará novamente no cargo de provedora?
Nilla Macedo: A população de Batatais pode ficar tranquila que nossa diretoria tem foco na melhor assistência possível e visa um serviço de excelência na instituição. Temos um corpo clínico competente, equipe de enfermagem dedicada e funcionários comprometidos com o que fazem. Faremos nosso melhor, assim como já provamos por vários anos à frente da Santa Casa. Vamos organizar uma eleição totalmente transparente. Batatais tem pessoas com muito conhecimento e que amam a instituição, assim como nós. A Santa de Batatais é nossa, de toda a comunidade, a gente cuida bem dela.
Provedora que deixou o cargo também falou a nossa reportagem
A até então provedora da Santa Casa, Dalvânia Borges da Costa, lembrou que foi, pela segunda vez, indicada para ocupar o cargo pela mesa administrativa, vencendo a eleição em 16 de janeiro deste ano. Disse que no dia 29 de abril recebeu uma citação de que a justiça tinha afastado os diretores da mesa administrativa, os quais a nomearam provedora e que a chapa concorrente, denominada Nilla Mudanças, havia ganhado o direito, por meio de liminar, de administrar a Santa Casa por 60 dias até que ocorra nova eleição. “Advogada que sou, militante há mais de 30 anos na Justiça local e regional, sei que liminar é para ser cumprida e não discutida. Baseada nesta premissa e por minha devoção ao propósito de gratuitamente ser provedora para ajudar o único hospital de nosso município, prestando minha colaboração e dedicação para obter melhorias em nossa saúde local, entendi que deveria obedecer a ordem judicial e fazer uma transição amigável. Estou pautando minha conduta e atos dentro da legalidade e monitorando para que nada resvale em nossa Santa Casa de modo a causar prejuízos. Importante esclarecer que não sou oposição a Srª. Nila, pois, fui escolhida pela mesa administrativa que foi afastada e como sou livre em minhas decisões, posso sim, acompanhar a transição burocrática de forma amigável com a provedora indicada pela Justiça, visando o bem e a mantença dos propósitos por mim traçados, nestes 2 anos e 4 meses de trabalho dedicado de forma voluntária, mas comprometida com o avanço e a modernidade para todos que aqui desempenham suas funções”, afirmou.
Dalvânia afirmou também que iniciou vários processos de trabalho, os quais estão em andamento e está passando todos para a nova provedora dar prosseguimento, pensando na instituição “Entre esses processos estão os prontuários digitais para acabar com uso de papéis, pois precisamos pensar no meio ambiente. A Santa Casa é do povo de Batatais e nós que ajudamos somos peças importantes, mas, o bem maior é a população, os atendimentos com qualidade que continuaremos prestando com o corpo clínico competente composto por médicos de nossa cidade. Finalizo dizendo que sou guiada por princípios religiosos, portanto, acredito que Deus nos guia e está acima de tudo, na Justiça que deve ser sempre cumprida e com a comunidade batataense que necessita de um Hospital melhor sempre”, concluiu.