Aconteceu nessa semana (16-08-2022) a posse do ministro do STF Alexandre de Moraes para a presidência do TSE, fato muito aguardado porque ele será o responsável pelas próximas eleições, de longe a mais delicada dos últimos tempos. Bolsonaro, sua mulher e seu filho Carlos, que estava de penetra na solenidade, todos visivelmente constrangidos, ouviam Moraes com um discurso duro e preciso na defesa da democracia.
Nas suas palavras o ministro foi enfático: “a democracia não é um caminho fácil, exato ou previsível, mas é o único caminho” e que “não irá tolerar agressões, difusão de fake news e a propagação de discursos de ódio e preconceito”, disse ainda que será “célere e implacável com as práticas abusivas e notícias fraudulentas” reforçando que o Brasil é uma das “maiores democracias do mundo e o único que apura e divulga os resultados no mesmo dia com agilidade, transparência, competência e segurança”, ninguém do clã bolsonarista bateu palmas, estavam moralmente desconfortáveis e anulados, mas não vencidos nessa guerra total que empreenderam para ganhar de qualquer jeito as eleições.
A nova estratégia da família é criar uma guerra religiosa, uma guerra santa segundo eles ou ainda uma “jihad bolsonarista” segundo os analistas políticos.
Em média Bolsonaro participa de um evento evangélico a cada 20 dias e vem intensificando cada vez mais e essa é a tendência que conta com forte apoio dos líderes mais fundamentalistas e sua mulher Michelle com conclamações incendiárias de manipuladores charlatães orando para o Deus do pastor Feliciano.
A primeira dama chegou a dizer que o palácio do Planalto antes estava consagrado aos demônios e que agora com seu marido está consagrado ao Senhor Jesus, ainda seguindo nessa linha de intolerância religiosa, disse que Bolsonaro é um escolhido por Deus reforçando ainda, nessa estratégia teocrática, que o nosso pais tão amado por Deus não pode cair nas mãos do inimigo.
É uma demonização total, uma cultura do ódio que coloca em risco a convivência pacífica, também considera as religiões de matriz africana “coisa do diabo”.
Essa prática de Michelle é antiga, excludente e beligerante, um maniqueísmo fundamentalista perigoso e típico dos regimes fascistas, já aconteceu no passado e serviu para perseguir religiosos e promover a morte impondo o medo e o horror nas sociedades.
Alexandre de Moraes terá muito que fazer, ele é temido pelo clã do Planalto e não poderá esmorecer, pois em suas mãos está a esperança da maioria do povo brasileiro que espera de uma vez por todas sepultar as mentiras, o ódio e o rancor que por eles foram semeados.