Esta edição é uma homenagem aduas pessoas que dedicaram suas vidas às grandes viagens: uma, à viagem da leitura e escrita, como educadora; e a outra, à viagem pelos ares, como piloto de avião. Ambas estão eternizadas em monumentos pela cidade.
Uma honra para nós, apresentar como biografada desta edição, num país surdo ainda para as vozes femininas protagonistas, uma mulher e educadora!
Mas, antes de darmos início aos biografados desta edição, trazemos ao público leitor duas placas que existem na Praça de Lazer Presidente Getúlio Vargas, na Rua Paraná, e que estão relacionadas ao assunto da edição do mês de setembro, quando tratamos do ‘desaparecimento’ e ‘destruição’ de monumentos pela cidade.
No caso específico da placa com o perfil de Getúlio Vargas, esta teria sido retirada por questões ideológicas, inclusive, errôneas; porém o administrador municipal da década de 80, o prefeito Geraldo Marinheiro e seu vice Salim Jorge Mansur, recuperaram a placa original e a recolocaram novamente no lugar, e ainda implantaram outra placa com uma nova homenagemao ex-presidente Getúlio Vargas.
A placa original faz referência ao primeiro conjunto de pequenas casas populares construídas, naquele perímetro, pelo governo federal para população de baixa renda da cidadena década de 50, quando o administrador municipal era o Dr. Alberto Gaspar Gomes. Na placa original há a efígie do ex-presidente Getúlio Vargas e os dizeres: Este núcleo foi construído por determinação do Exmo. Sr. Presidente da República Dr. Getúlio Dornelles Vargas.
Segue os dizeres da segunda placa:
Praça de Lazer Presidente Getúlio Vargas
Esta placa é alusiva ao primeiro núcleo habitacional de casas populares edificado em nossa cidade, quando era presidente da República o Dr. Getúlio Vargas, e quando era prefeito municipal de Batatais o Dr. Alberto Gaspar Gomes, ano 1952.
ULTIMA CONFIDÊNCIA
“Impossível governar num país como o nosso que os homens de verdadeiro espírito público vão escasseando cada vez mais. Todos os dias tenho uma decepção com os amigos que me cercam.”
TRECHOS DA CARTA-TESTAMENTO
“Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém.”
“Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.” Administração Municipal Dr. Geraldo Marinheiro / Salim Jorge Mansur
Batatais, dezembro de 1986.
Por fim, nos despedimos da série Monumentos: Esculturas, Bustos e Painéis em 2023. Para o ano de 2024 deixamos para discorrer, entre outros assuntos, sobre os Painéisespalhados pela cidade e sobre seus artistas. Teremos também uma novidade que muito nos agradou e temos certeza que irá engrandecer nossa coluna e deixar contentes nossos leitores: chega para somar e quiçá multiplicar a história de nosso município a participação especial do nosso querido amigo historiador, entre outros diversos atributos, Sérgio Amaro Côrrea.
Que venha 2024 com suas novidades! Feliz ano novo a todos!
ANNA BONAGURA DE ANDRADE (1931-2001)
Data de Nascimento, Local: 12/janeiro/1931, Altinópolis/SP
Filiação: Filha de Luiz Bonagura e Edwyges Lima. Irmãos:Teve um único irmão, de nome José de Lima Bonagura.
Antecedentes:Morou parte da infância na Fazenda Santa Cruz em Altinópolis; na adolescência a família se mudou para Batatais, no bairro do Castelo, para que Anna continuasse seus estudos.
Estado Civil: Casou-se com José Carlos Fugazolla de Andrade, filho de José Martiniano de Andrade e Emília Fugazolla Rodrigues no dia 24/01/1957 (FB, 27/01/57). Tiveram um filho: José Luís Bonagura Andrade, professor e educador físico que lhe deu dois netos: Rodrigo Janoni Andrade e Ricardo Janoni Andrade.
Estudos: Foi aluna do Colégio e Escola Normal Colégio Nossa Senhora Auxiliadora de Batatais na década de 50. Foi professora de Ensino Fundamental I, sempre como professora alfabetizadora, por mais de 20 anos. Começou sua carreira numa escola rural do município de Santo Antônio da Alegria em 1966 e depois foi professora no antigo Grupo Escolar do Castelo, atual Escola Estadual Monsenhor Joaquim Alves Ferreira, e na Escola Estadual Sílvio de Almeida.
Profissão: Professora Alfabetizadora, entre meados da década de 60 e meados da década de 80.
Data de Falecimento, Local: 27/fevereiro/2001, Batatais/SP, aos 70 anos.
Local enterramento: Cemitério Senhor Bom Jesus da Cana Verde (antigo Cemitério Paroquial), Batatais.
Sobre ser homenageada com o nome da escola: Escola Municipal Profa. Anna Bonagura de Andrade, situada no bairro Jardim Elena, foi criada pelo projeto de Lei nº 3095/2007. A unidade escolar foi inaugurada em 27/06/2008.
Localização da escultura: Foi implantada no jardim externo da unidade escolar que também leva o nome da homenageada.
Data da inauguração da escultura: 15 de setembro de 2012.
Sobre a escultura:Segundo o próprio escultor, a obra representa um livro aberto, cheio de possibilidades de saberes, onde a protagonista, Anna Bonagura, atua como mediadora do conhecimento em meio às crianças.
Nome do autor da escultura: Luiz Xavier dos Santos (1960), artista alagoano, natural de Olho d’ Água do Casado do estado de Alagoas, é morador de nossa cidade há mais de 20 anos. É escultor autodidata, professor formado em Artes (2006) e pós-graduado em Comunicação Social e Visual (2015). Por sua vasta produção artística, recebe desde a década de 80, vários prêmios e medalhas.Possui inúmeros prêmios e condecorações em Salões de Arte e já recebeu várias encomendas para o desenvolvimento de troféus e monumentos por todo o estado de São Paulo e Rio de Janeiro. Tem peças expostas nos EUA e China.Atualmente, Xavier mantém suas atividades de escultor em seu ateliê na cidade de Batatais, onde também apresenta parte de sua produção para venda, no bairro Jardim Virgínia. Na cidade de Batatais existem alguns monumentos de sua autoria, como o São Benedito na Igreja Menino Jesus de Praga, situada no Alto do Riachuelo; a escultura em homenagem ao jogador de futebol batataense de renome nacional Zeca Lopes; o Cristo no Jardim dos Ipês; monumentos no Colégio São José e na antiga Febem, à época ‘Convivium Claret’; uma obra no Clube de Campo da A.B.R. Operária; um pajé Pena Branca, entre outros.
JORGE LUIZ DIMA (1953 – 1992)
Data de Nascimento, Local:06/03/1953, em Batatais/SP
Filiação: Luiz Dima (1931 – 2022) e Maria de Lourdes Gomes Dima (1933 – 2023), casados em maio de 1952. O casal teve três filhos, sendo Jorge Luiz, o primeiro; em seguida vieram: Marco Antônio Dima e Márcia Aparecida Dima. Seu pai era eletricista e sua mãe dona de casa.
Antecedentes familiares: Seus avós paternos foram Santo Dima e Assumpta Aleixo Dima e avós maternos Marcos Gomes e Esperança Bortoloni Gomes. Sendo um de seus bisavós paternos, Luís Dima e Philomena Casela.
Estudos: Fez seus estudos primários no antigo Grupo Escolar do Castelo. O secundário no Colégio São José. Não concluiu o curso de Matemática no Claretiano.
Estado Civil: Jorge Luiz casou-se em 03.03.1978com Vera Lúcia Arantes Dima (filha de Josino Arantes e Maria Raymundo Arantes). O casal teve três filhos: Wendel, Alex e Bruno.
Profissão:Empresário do ramo de eletrificação junto com o pai na Eletrônica Santa Isabel e Piloto de aviação comercial. Como piloto particular prestou serviço durante longo período para a JUMIL e para o empresário e amigo Márcio Braghetto. Os filhos seguem gostando da aventura dos ares como o pai e, também no ramo da eletrificação.
Além da paixão pela aviação, nutria uma predileção pelo futebol. Na juventude jogou para o Batatais Futebol Clube (BFC) e em adulto jogava como amador no ‘Grupo dos 30’. Outra de suas paixões era a pescaria.
Data de Falecimento, Local:02/06/1992. Faleceu por choque anafilático aos 39 anos.
Local enterramento: Cemitério Municipal da Saudade, Batatais/SP
Inauguração do Busto do Comandante Jorge Luiz Dima
Data da inauguração do busto: 21 de março de 1998. Além da inauguração da escultura, o Aeroporto Municipal passou a ser denominado de Aeroporto Municipal ‘Comandante Jorge Luiz Dima’. Na época, a homenagem foi um pedido do então presidente da Câmara Municipal, Geraldo Squarizi. O homenageado era um amante da aviação, desprendia parte de seu tempo ao Aeroclube de Batatais e atuava como instrutor de vôo de forma voluntária, ajudando na formação de pilotos privados.
Localização do busto: Aeroporto Municipal de Batatais
Nome do autor do busto: desconhecido
Sobre o busto: Foi confeccionado graças à iniciativa dos amigos pessoais do homenageado, José Henrique Aleixo, Márcio Braghetto e Durval Donizetti Zanetti.
PARA FINALIZAR
Embora nossos biografados estejam eternizados na forma de bustos, estátuas, placas e painéis, isto não significa que estes monumentos vão durar para sempre no mesmo lugar. Mais recentemente, o desmonte do Aeroporto Municipal de Batatais ‘Comandante Jorge Luiz Dima’ acarretou alguns questionamentos: qual será o fim a ser dado ao busto do Comandante Jorge Luiz?Vão retirar o busto e colocá-lo em outro local? Irão remodelar o espaço e construir um memorial no local onde está o busto? Deixarão marcado a existência passada de um aeroporto no local com a otimização do entorno do busto?
FICA A DICA: Vale lembrar que é primordial, NÃO se apagar a memória dos lugares e SIM valorizar e atribuir os vários significados e importâncias que um lugar possuiu e possui.
Será muito interessante se a municipalidade agregar ao novo espaço em construção, um local reservado ao monumento, acrescido ainda de mais informações sobre o Aeroporto de Batatais e o Aeroclube, com o objetivo de perpetuar, ao menos, a história e memória dessas entidades, afinal são 80 anos de história que não podem e não devem desaparecer no ar!