O município de Batatais segue com problemas no abastecimento de água, que foram agravados nas últimas semanas devido à falta de chuvas, o tempo seco e os incêndios que danificaram equipamentos elétricos e deixaram, literalmente, boa parte da cidade num verdadeiro caos.
Atualmente nossa cidade ainda está sendo abastecida por 3 sistemas, a ETA – Estação de Tratamento de Água, o mais antigo, responsável por aproximadamente 45% dos bairros; o Sistema Santa Cruz, com reservatórios no alto do Aeroporto, que atende com cerca de 35% dos bairros, e o Sistema Simara, que fornece água para 20% dos bairros batataenses. O Sistema Garimpo, cujo poço artesiano foi perfurado, ainda na gestão do ex-prefeito Eduardo Oliveira, foi inaugurado em 2019, mas apresentou problemas nos equipamentos, que estão na empresa Ebara para manutenção. A Administração divulgou que teve que renegociar dívidas com a referida empresa para que a mesma aceitasse fazer os reparos. As bombas ainda não foram recebidas para a retomada do bombeamento deste sistema que, apesar de contar apenas com um poço artesiano, já ajudaria a desafogar um pouco os demais.
Vale ressaltar que logo que assumiu a Prefeitura, o Prefeito Juninho Gaspar disse da sua preocupação com o sistema de abastecimento de água no município, e afirmou que uma equipe técnica já estava efetuando os estudos nos sistemas de captação, armazenamento, distribuição e aferição da água. Isso, na prática, demora, mas é uma missão que a população cobra do governante de plantão.
Pelas informações divulgadas ao longo das últimas gestões, os principais problemas são: derivações de água antigas em boa parte da cidade, Estação de Tratamento de Água precisando de manutenção e necessidade de aumentar a produção, com novos poços para as áreas de crescimento populacional priorizadas. Mas, tudo se esbarra na falta de recursos, uma vez que a arrecadação de água é insuficiente até para pagar o consumo mensal de energia elétrica dos poços artesianos. Sendo assim, será necessário buscar verbas de emendas parlamentares e com os governos estadual e federal para dar respostas à comunidade.
Cobrança injusta
Para se ter uma ideia da falta de organização que existia no setor, o relatório de transição de governo apresentou no final do ano passado os seguintes dados: de 25.064 imóveis ou terrenos cadastrados e sendo abastecidos com o sistema de água, 449 imóveis não possuíam hidrômetros (o que persiste, pois o município ainda não recebeu os primeiros hidrômetros do processo já realizado neste ano, que prevê a compra de até 5 mil equipamentos) e 5.668 estavam com consumo zerado ou com até 5 mil litros. Observando estes números, existe a necessidade inicial de comprar 6.182 hidrômetros para atender a demanda, sem contar o crescimento normal da cidade, com a construção de novos imóveis. Sem hidrômetros ou com equipamentos zerados a cobrança passa a ser injusta, pois nos imóveis onde a medição é feita corretamente, existe o pagamento pelo consumo, em detrimento aos mais de 6 mil que consomem, sem nenhum critério, pela falta de capacidade organizacional da Prefeitura. Depois da gestão do Prefeito Eduardo Oliveira, de 2013 a 2016, não foram realizados investimentos expressivos no setor de abastecimento de água, que culminou com a situação alarmante que hoje se apresenta.
O que diz a atual gestão
A atual Administração de Batatais informou que encontra-se absolutamente atenta com os problemas vivenciados pela comunidade na questão do abastecimento de água. “O município possui um problema crônico no abastecimento em virtude da falta de investimentos adequados nos últimos 20 anos, e para solucionar essa questão estão sendo elaborados projetos de captação, armazenamento e distribuição da água e ainda, a perfuração de novo poço artesiano. Desde o início do ano já foram feitas substituições de 4 bombas de poços profundos, regularizados os pagamentos que, historicamente, estavam em débito com fornecedores de bombas de água, foram feitos também vários remanejamentos no sistema de distribuição e armazenamento para possibilitar à população uma melhor distribuição deste recurso fundamental. No momento atual, contamos ainda com mais alguns agravantes: um período de seca em virtude da maior seca dos últimos 100 anos e os reflexos de um incêndio sem precedentes na história da cidade, que acabou por queimar postes, transformadores e forçar o desligamento de bombas e ainda culminar na queima da bomba de água do Teatro, localizada no centro da cidade, que foi trocada. Para o Sistema Garimpo, a Prefeitura aguarda a entrega de três bombas que foram enviadas à fornecedora Ebara para manutenção, para efetuar a troca e colocá-lo definitivamente em operação. Destacamos a dificuldade enfrentada por esta Administração atual em conseguir convencer o fornecedor em aceitar as bombas para conserto, visto que esta sequer aceitava recebê-las em virtude do histórico de inadimplência das administrações anteriores. Foram renegociadas todas as dívidas e agora, finalmente, tem sido possível realizar tais manutenções e substituições. A Prefeitura trabalha para que o fornecimento de água seja completamente restabelecido, e solicita a toda população que faça o uso consciente, evitando o desperdício e garantindo, assim, que todos possam ter acesso à água”, informou em nota oficial encaminhada aos veículos de comunicação.