Neste mês de abril, Marta Regina Guidolin assumiu a presidência da mesa administrativa da Santa Casa de Batatais com o afastamento de Lair Moura Sala Malavila Jusevicius, que se licenciou para participar das eleições. Em contato com nossa reportagem, ela falou sobre o trabalho voluntário que desenvolve em favor do Hospital.  “Eu participo da Santa Casa desde 1994, quando era secretária da Promoção Social do município e fui procurada pelo Superintendente Silvio Bergamo, que precisava do parecer do Conselho Municipal de Assistência Social para aprovação da construção do Departamento de Geriatria e Gerontologia da instituição. Alguns anos mais tarde participei da instalação da UTI e desde então estou envolvida com a Santa Casa. No ano 2000 entrei efetivamente para a irmandade, participando da mesa e agora assumi a presidência.

Papel da mesa administrativa

A mesa administrativa do Hospital é composta por 13 mesários eleitos em assembleia geral, sendo presidente; vice-presidente; 1° e 2° secretários, 1° e 2° tesoureiros e mais sete membros, onde três formam o conselho fiscal. O mandato é de dois anos, permitindo-se a reeleição. Os membros da mesa e provedoria não recebem qualquer remuneração ou vantagem, exercendo suas funções gratuitamente, nem respondem subsidiariamente pelos encargos ou obrigações da instituição.

Entre as atribuições estão: reunir-se ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente sempre que assim reclamarem os interesses da instituição; resolver sobre admissão e exclusão dos irmãos; cumprir e fazer cumprir as resoluções da provedoria, desde que obedeçam as legislações em vigor; aprovar o Regimento Interno proposto pela provedoria, ou apresentar modificações desde que assim julgar conveniente, em benefício da ordem respeito e bom desempenho das finalidades da instituição; autorizar a provedoria a fazer contratos, convênios de interesse da instituição, e aprová-los em sessão; aprovar os orçamentos, plantas de obras, reparos, e modificações significativas apresentadas pela provedoria; a mesa não é responsável pela admissão, e demissão dos servidores da Instituição, é atribuição da provedoria.

A atual situação da instituição

Segundo Marta Guidolin, a Santa Casa de Misericórdia de Batatais, assim como todas as demais Santas Casas do Brasil, que tem 80% dos seus atendimentos direcionados aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), com uma tabela sem reajuste há mais de 15 anos pelo Governo Federal, apresenta uma situação preocupante. “Hoje para cada R$ 1,00 gasto na assistência ao paciente pelo SUS temos a receita de apenas R$ 0,60 de pagamento pelo Governo Federal, então a nossa dívida e o nosso desequilíbrio econômico é muito alto, inclusive, o desafio é a manutenção desse serviço”, disse, salientando que aqui em Batatais todos os recursos financeiros da operadora Santa Casa Saúde são utilizados para cobrir déficits, além das campanhas e de emendas parlamentares, mas, mesmo assim, as contas não batem.

Movimento “Chega de Silêncio” quer chamar atenção da população e das autoridades

As Santas Casas estão realizando o movimento denominado “Chega de Silêncio” com objetivo de deixar a população brasileira a par da situação que estão enfrentando. O custo da manutenção de uma Santa Casa é altíssimo e vem subindo a cada dia. Então, todas foram convidadas pela Federação das Santas Casas para um pedido de socorro. Um abaixo assinado virtual está sendo feito no https://chng.it/K2CKXPrChN.

“Precisamos tornar público o apoio de todos nessa luta pela sustentabilidade do SUS e a manutenção de 1.824 hospitais filantrópicos, que dispõem de 169 mil leitos hospitalares, 26 mil leitos de UTI e atendem a mais de 50% da média complexidade do SUS e 70% da alta complexidade. A alocação de recursos na ordem de R$ 17,2 bilhões, anualmente, é a única alternativa para que os hospitais assumam as obrigações trabalhistas decorrentes do projeto de lei 2564/20, assim como para a imprescindível adequação ao equilíbrio econômico e financeiro no relacionamento com o SUS”, informou Marta, ressaltando que essas informações acompanham o abaixo assinado.