Sempre ouvimos que o Brasil é uma terra abençoada por Deus, que por aqui não acontece grandes catástrofes e ou sangrentas guerras. País tranquilo, mais tranquilo ainda nosso vizinho mineiro, que tem na sua essência a simplicidade da boa proza e amizade fácil. Na grandeza do nosso país difícil encontrar quem não gosta do povo mineiro, seja da sua culinária, seja na beleza da riqueza natural que estado ostenta. Sempre ouvi que nessa abençoada terra nunca houve furacões, tempestades, ataques terroristas entre tantos outros eventos que volta e meia chega notícias do mundo em efervescência. Contudo, nos últimos tempos o Brasil, em especial nas Minas Gerais, as manchetes não são nada animadoras. Um estado quebrado por insensatos e inexperientes administradores, onde servidores estão com salários atrasados a meses, provocando uma severa crise econômico/financeira na cadeia de consumo do estado como um todo, somado as tragédias de Mariana e Brumadinho, não esperavam pelas fortes chuvas do verão de 2020. Minas Gerais pela exuberante beleza natural, seu terreno completamente acidentado, que entre as inúmeras serras forma-se bonitos vales recheados por incontáveis cachoeiras, seus lagos formados pelas diversas barragens de hidrelétricas, já fora chamado de caixa d’agua do Brasil. Porém, não bastasse a alcunha recebeu nesses dias uma torrente de chuvas sem registros. A região metropolitana de Belo Horizonte a mais castigada conta com enormes prejuízos e perda de vidas, essas, sempre acontece daquele que não encontra espaço cidade, e se arvora a buscar sua morada nas encostas dos morros. O homem, que ainda acredita no desenvolvimento puro, que a expansão de industrias e das cidades devem seguir a passos largos, olha apenas as cifras, para a ganancia de a cada dia, ter mais e a qualquer custo. As mostras de todo verão brasileiro há muito vem nos dizendo, São Paulo, os morros do Rio de Janeiro e agora Belo Horizonte. A ânsia pelo desenfreado desenvolvimento em muito ainda irá nos cobrar, seja dos nossos irmãos das grandes cidades, seja do nosso irmão da baixada da 14 de março e adjacências aqui na nossa querida Batatais. Por aqui ainda continua tudo tranquilo, sem perdas de vidas, mas necessário e urgente que o homem, com sua capacidade criativa, iniciar e urgente, um debate mais aprofundado das garantias de um meio ambiente mais equilibrado. Debater um desenvolvimento mais equânime, onde a grita por mais dinheiro seja compatível com a realidade situacional, a fim de não colocar a população em risco, pois, toda riqueza que o desenvolvimento possa proporcionar agora e no futuro, não será suficiente a cobrir a degradação ambiental provocada, nem mesmo recuperar as desgraças familiares desses ignorados pelo poder público.