No princípio era Adão e Eva , o mito da criação. Adão veio do barro e do sopro, depois Eva (a mãe de todos os viventes),o pecado original e a expulsão do paraíso. Longe do “jardim das delícias”, tiveram que tirar seus sustentos a partir da ação empreendedora. O medo e a insegurança tornaram-se companheiros. Daí, com todas as dificuldades, a Terra foi povoada pelas mais diversas pessoas.
O mito recriado a todo instante; crescei-vos e multiplicai-vos.
Provido de habitantes, o mundo passou a afastar-se progressivamente em relação a Deus. Caim investiu contra Abel e recebeu a marca: “o sinal de Caim”, aquele que o matasse teria um destino sete vezes pior. Os discípulos de Caim indicaram o caminho da violência.
Eva, natureza e mãe, oferece o paraíso a todos: a vida intrauterina onde o embrião é gerado e concebido sem precisar ir atrás da comida nem da água, não sente frio nem medo, vive seguro num paraíso de amor certo de que existe uma fonte que rega a vida para perpetuar a raça. De súbito, do paraíso das delícias, somos expulsos para um mundo embrutecido, inconstante, desconfortável; uma palmada, choro e estamos do lado de cá da vida com medo, fome, sede e vontade de voltar, todavia tal caminho é impossível, pois há um querubim brandindo uma espada de fogo. Não há retorno, mas existe a disposição agradável, delicada e gentil da mãe, porém apesar dessa complacência, seus filhos estão matando a natureza, maltratando-a por dinheiro com veneno, fogo e moto-serra selando um destino setenta vezes sete pior.
Eva, natureza e mãe, faces da fertilidade, segurança e continuidade. Mulher e mãe, um corpo de luz, uma manhã de benção, primeira estrela a vigiar no firmamento, fluido de vida, sorve mágoas e tristezas e transforma-as em recompensas perdidas, faz do amor o livro único da sabedoria.
Mãe, espaço de honra guardado na porção mulher, com forças para mover montanhas, salve a Terra para não deixar o mito morrer.