O Instituto Adolfo Lutz confirmou na última terça-feira, 30 de novembro, os dois primeiros resultados positivos para a variante ômicron do coronavírus no Brasil. O sequenciamento genético que apontou a variante nos testes de dois passageiros vindos da África do Sul foi feito pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, os casos confirmados são de um homem de 41 anos e uma mulher de 37, provenientes da África do Sul. No dia 1º de dezembro foi confirmado o terceiro diagnóstico da variante ômicron no Brasil. Trata-se do passageiro da Etiópia que desembarcou em Guarulhos no último sábado quando testou positivo para Covid-19. Todos estão sob monitoramento das vigilâncias estadual e municipal de São Paulo, juntamente com seus familiares, sendo orientados a permanecerem em isolamento domiciliar. Até o fechamento desta edição mais dois casos, registrados em Brasília, Distrito Federal, haviam sido confirmados.

A responsabilidade pelo monitoramento nos aeroportos é da Anvisa e o país não vinha exigindo o comprovante de vacinação contra Covid-19 de viajantes estrangeiros, apenas um teste negativo de PCR e um atestado de saúde.

A Anvisa afirma que oficiou o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde estadual e municipal de São Paulo para adoção das medidas pertinentes.

A variante ômicron – também chamada B.1.1529 – foi reportada à OMS em 24 de novembro pela África do Sul. De acordo com a organização, a variante apresenta um grande número de mutações, algumas preocupantes. O primeiro caso confirmado foi de uma amostra coletada em 9 de novembro no país.

Presidente do Butantan teme como a nova variante será contida

O Presidente do Instituto Butantan, o batataense Dimas Covas disse que o problema é como a nova variante será contida. Identificada na África do Sul, a nova cepa foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como preocupante e diversos países, principalmente os europeus, temem o avanço nos casos entre a população. Em entrevista para a Folha de SP, Dimas afirmou que o Brasil e os demais países dependem de medidas locais e regionais. Para ele, os viajantes dessas regiões devem fazer quarentena, mas as autoridades brasileiras são relapsas nesse sentido. Com menos de 10% da população totalmente vacinada, o continente africano pode passar por um momento crítico no combate à covid-19. Covas afirmou ainda que existe a possibilidade de o Instituto realizar doações da Coronavac para países da região.

Secretária Municipal de Saúde destaca a importância da prevenção

A Secretária de Saúde Bruna Toneti afirmou que a nova variante da Covid-19 preocupa, pois o alerta para as modificações dessa nova cepa, ômicron, partiu da própria Organização Mundial da Saúde (OMS). “Ainda estão ocorrendo estudos quanto ao seu comportamento viral no que diz respeito à taxa de ataque, ou seja, capacidade de contaminação, bem como resposta das vacinas no controle da gravidade causada pela doença. Diante disso, a importância das medidas preventivas são cada vez mais essenciais, como o uso das máscaras e a vacinação”, afirmou.

Questionada sobre a porcentagem de batataenses que não voltaram para tomar a 2ª dose da vacina, Bruna informou que gira em torno de 6% da população, contudo, como a secretaria está abrindo a campanha de repescagem todas as semanas, muitas pessoas tem atendido às convocações. “É boa a adesão quanto a participação no recebimento da segunda dose nas campanhas estratégicas semanais”, disse.

A população deve se manter vigilante: “Vamos reforçar as orientações atuais quanto às medidas de controle e enfrentamento da doença. Sabemos que os cuidados individuais possuem grande impacto na saúde coletiva. Portanto, a corresponsabilização de todos é muito importante nesse momento”, afirmou Bruna Toneti.

Além do carnaval, outros eventos poderão ser proibidos na cidade, mas o tema ainda não está definido pelo comando da Administração Municipal. “A Secretaria Municipal de Saúde acompanha as orientações oficiais dos órgãos públicos de saúde, sempre mantendo a coerência entre as ações de controle da doença”, concluiu.