O nosso entrevistado de hoje é o ex-vereador Luís Fernando Benedini Gaspar Junior, popularmente conhecido por Juninho Gaspar ou Juninho do Pão de Queijo. O advogado, pós-graduado em Direito, Controle Externo e Gestão Pública, atualmente está sem filiação partidária, tendo em seu currículo a candidatura a Prefeito nas últimas eleições, onde obteve 7574 votos. Filho do Luís Fernando e da Denise, tendo três irmãs: Roberta, Marcela e Juliana, sendo, com orgulho, padrinho da Lôa e do Dom, Juninho afirma que a base formadora do seu caráter é a família. Antes de iniciar as respostas destacou o nome histórico do familiar que comandou Batatais: Dr. Alberto Gaspar Gomes, que tem como seu grande exemplo.
JC – Juninho, agradecendo por ter aceitado participar da entrevista, já gostaríamos de saber: por quantas vezes foi vereador e em quais períodos? Quais outros cargos públicos que ocupou?
Juninho Gaspar: Tive a oportunidade de estar ocupando uma cadeira no Legislativo Municipal nos mandatos 2009/2012 e 2013/2016, sendo presidente no biênio 2013/2014. Trabalhei no Governo do Estado, no DETRAN/SP como Superintendente Regional de Trânsito da Região de Ribeirão Preto em 2017 e 2018 e, atualmente, trabalho como Gerente Regional do CEAGESP.
JC – O que pode destacar em seu período como vereador?
Juninho Gaspar: Posso destacar o trabalho da mesa diretora no biênio 2013/2014 em que fui Presidente da Câmara. Fizemos a maior economia de recursos e a maior devolução da história aos cofres públicos, mesmo realizando todas as melhorias necessárias na casa, restauração do prédio histórico, realização de concurso público, entre outras ações. De grande repercussão lembro a extinção e exoneração de 70% dos cargos em comissão; a CEI (Comissão Especial de Inquérito) que apurou e comprovou o desvio de merenda escolar, que fui o autor, e dezenas de requerimentos e ofícios em defesa da boa e correta aplicação dos recursos públicos. Na época acionamos o Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público, Procuradoria do Ministério Público, sempre combatendo a má aplicação dos recursos públicos, as licitações irregulares, pagamentos indevidos e falta de transparência. Tivemos êxito na Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADIN, que considerou inconstitucional a reforma administrativa do ex-prefeito Eduardo Oliveira. Cobramos apuração na compra irregular de carne, nas irregularidades em licitações diversas, Hospital do Câncer, nomeações indevidas em cargos em comissão, horas extras pagas e não realizadas, sempre buscando a economia aos cofres públicos e respeito ao cidadão. Além das várias verbas parlamentares destinadas ao município e entidades assistenciais.
JC – A Câmara de vereadores atual, você vem acompanhando o trabalho? Qual sua avaliação?
Juninho Gaspar: Acompanho diuturnamente a política na nossa cidade, costumo dizer que todo cidadão deveria ter a oportunidade de legislar ao menos uma vez, um mandato, todos deveriam passar por essa experiência. Os vereadores são os legítimos representantes do nosso povo, em tese deveriam defender o interesse público acima de qualquer outro, a tribuna da Câmara é o local mais importante da cidade, onde todo cidadão tem o direito de se manifestar, sugerindo melhorias e realizando as cobranças necessárias. Sou amigo de 90% dos vereadores, acredito que cada um deles realize seu trabalho de acordo com suas convicções e possibilidades, seguindo sua linha de atuação e buscando fazer o seu melhor. Destaco os que tem uma postura legislativa próxima a minha atuação enquanto parlamentar, a vereadora Andreza Furini e os vereadores Ricardo Mele, Dr. Mauricio e André Calçados, que desde o primeiro dia de mandato defendem nosso povo e nossa cidade com unhas e dentes e nunca se curvaram perante o Poder Executivo. A Câmara Municipal não é puxadinho da Prefeitura, jamais pode se curvar ao Executivo ou qualquer outro poder constituído, são poderes independentes e harmônicos entre si, devem caminhar lado a lado, as ações de um não anulam as do outro, cada qual com suas peculiaridades. Já quem adota postura diversa, contribui para a desvalorização e desgaste dos vereadores que se tornam foco principal das críticas, blindando o executivo que é quem de fato tem a função de realizar. Sempre nos reunimos e discutimos a nossa cidade, falamos dos problemas e sugerimos soluções, todos têm a liberdade de votar de acordo com seus valores, princípios e senso de justiça. O que sempre ressalto é que todo bom projeto sempre deve ser aprovado, os ruins melhorados e na impossibilidade de tal, rejeitados. Mas todos sempre discutidos exaustivamente em busca do bem comum.
JC – Poucas pessoas têm coragem de disputar uma eleição para prefeito. Como foi essa experiência para sua vida?
Juninho Gaspar: Ter a oportunidade de demonstrar a insatisfação com a falta de dinamismo, inovação, criatividade e respeito aos recursos públicos e as pessoas de nossa cidade nos últimos 30 anos, foi uma experiência magnifica. Pudemos dialogar com a sociedade, discordando de tudo que vem sendo feito e apresentando um projeto de cidade ao nosso povo. A campanha ao cargo majoritário exige um estudo aprofundado do momento pelo qual o país atravessa, conhecer as necessidades, pontos negativos e positivos do município, aprender com os erros do passado e planejar o futuro. Um grupo de pessoas abnegadas e capacitadas. Governar é uma missão que além de planejamento depende de uma série de fatores legais, burocráticos, políticos, econômicos e orçamentários. Além de toda a questão eleitoral, formação de grupos políticos, chapas legislativas, produção de TV, rádio, jornal, redes sociais, partidos políticos, identificar pessoas técnicas, qualificadas e aptas para construir um plano de governo plausível e executável entre muitas outras coisas.
JC – De alguma forma ficou ressentido com a política em Batatais?
Juninho Gaspar: Jamais! Nunca teria motivos para tal, pelo contrário, só tenho gratidão para com as pessoas e nossa cidade. Por duas ocasiões tive a nobre oportunidade de ser um legítimo representante do povo na Câmara Municipal, inclusive sendo presidente desta Casa de Leis. Disputei uma eleição para prefeito representando toda a indignação de uma população, cansada de ser enganada com falsas promessas, de um povo sofredor que outrora viveu em uma cidade que era referência regional, com empregos, renda, desenvolvimento econômico, oportunidades, onde milhares de pessoas não precisavam de sair dos seus lares as 5 horas da manhã, pegar um ônibus e ir trabalhar nas cidades da região e voltar só as 9 horas da noite, porque vivemos o maior desemprego da história de Batatais, reflexo de um governo inoperante, populista, sem planejamento, sem políticas públicas. Isso para não entrar em outras áreas. Enfim, ser recebido nos lares batataenses, receber o afeto, o carinho, o respeito e representar quase 30 por cento da nossa população, indignados como eu, e acreditando em um futuro melhor, em um projeto de uma Nova Batatais que tive a oportunidade de apresentar, só me fez crescer como pessoa. O calor humano que recebo em todos os lugares que estou é inexplicável. Vale a pena dividir os sonhos e a esperança de dias melhores.
JC – No Detran, onde atuou em 2017 e 2018, conseguiu desenvolver um bom trabalho?
Juninho Gaspar: Trabalhar no Governo do Estado, estar como Superintendente do Detran de uma região tão grande e importante como Ribeirão Preto, foi um grande desafio. Fui responsável por um departamento com atuação em 24 cidades, somando mais de 1 milhão de pessoas, sendo, somente Ribeirão, 700 mil habitantes. A experiência me abriu horizontes, trazendo mais conhecimento na gestão pública, na gestão de pessoas. Aprendi como a inovação, a utilização da tecnologia e o planejamento são importantes para a prestação de serviço público com qualidade e eficiência ao cidadão. Participei do processo de implantação do Projeto Novo Detran, na implantação das Unidades de Trânsito modernizadas com atendimento padrão Poupa Tempo e na implantação dos projetos de segurança no trânsito em parceria com o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito. Neste período foram aproximadamente 15 Novas Unidades Modernizadas, com 96% de aprovação do cidadão. Fui o Coordenador da Operação Direção Segura, realizando pessoalmente mais de 50 operações em Ribeirão Preto e toda região. Coordenei a Operação Desmanche, combatendo em parceria com as forças públicas de segurança o desmonte irregular e ilegal de veículos e peças, lacrando e fechando mais de 40 locais. Liberamos mais de R$ 3 milhões para implementar os projetos de segurança no trânsito em toda região, e inclusive solicitei via ofício que o então Diretor Presidente do Detran/SP, Dr. Maxwell Borges Vieira, incluísse Batatais entre as cidades agraciadas com os recursos provenientes das multas de trânsito, que atendeu meu pedido e destinou quase R$ 700 mil para nossa cidade, convênio oficializado a pouco pelo prefeito. Recurso que contou com o auxílio do batataense de coração Dr. Raul Vicentini, Diretor de Habilitação do Detran/SP que realiza um trabalho sério e inovador a frente dessa diretoria.
JC – Porque deixou o Detran para trabalhar na Ceagesp?
Juninho Gaspar: Cumpri minha missão no Detran, junto com a nossa equipe realizamos os projetos aos quais fui convidado a executar, conseguimos ótimos resultados tanto na implantação das Unidades modernizadas do Projeto Novo Detran como nas ações de conscientização ao cidadão, liberação de recursos e implantação de projetos viários nos municípios da região, recorde de Operações Direção Segura contribuindo com a segurança das pessoas. Como na política, penso que as pessoas não devem se perpetuar nos cargos, devemos contribuir e abrir espaço e oportunidades para outras pessoas, ir em busca de novos desafios. Justamente pelo trabalho no Detran/SP, recebi o convite para implementar na Ceagesp um modelo de gestão eficiente, com prestação de serviço de qualidade, construindo um organograma regional de produção, entrepostagem e abastecimento de alimentos. Trabalhando com comerciantes, empresários, atravessadores, produtores rurais, agricultura familiar e atendendo o público em geral. Assim podemos fomentar o agronegócio que é um dos setores mais importantes do país, com cerca de 25% do PIB, contribuindo para o desenvolvimento econômico e a geração de empregos em toda região. Sou adepto a novos desafios, minha família é de agricultores e produtores rurais, trabalhei grande parte da minha vida com agronegócio, por ser uma experiência que pode gerar contribuições tão importantes para várias cidades de uma região grande como a nossa e por ter certeza que vai gerar conhecimento, expertise e crescimento profissional e pessoal, aceitei essa nova missão.
JC – Como avalia a atual administração municipal de Batatais?
Juninho Gaspar: O governo Zé Luís e Mazzaron é inconsequente, mentiroso e o pior da história, pelo menos desde que eu acompanho política. Como a grande maioria da nossa população estou indignado com a situação calamitosa e lastimável da nossa cidade. Esse governo prometeu que esse seria o melhor governo de todos os tempos, mas é exatamente igual a todos os demais administrados por essa equipe. O atual prefeito afirmou que ‘dinheiro tem, falta gestão’ e que em 90 dias resolveria todos os problemas da cidade, que taparia todos os buracos, acabaria com os problemas da saúde, que construiria um centro de zoonoses, que compraria aparelho de tomografia, que nunca mais faltaria remédios na rede pública, que construiria uma usina de compostagem, liberaria leitos para um hospital/asilo para nossos idosos. Me lembro bem de tantas outras promessas, eles diziam do investimento na segurança, com a colocação de câmeras em toda a cidade; que elaboraria um plano para salvar as entidades, que nunca mais deixaria de realizar um evento turístico, que pagaria as entidades assistenciais em dia, que trocaria as lâmpadas da cidade, que terminaria o Distrito Industrial que, aliás, ele promete desde 1996. Enquanto isso o nosso povo enfrenta o pior desemprego da história e mal tem o que pôr na mesa para os seus filhos e família. O então candidato dizia que traria ainda a vara da Justiça Federal, que levaria assistência jurídica para os bairros, volta do IML, Seccional de Polícia, Delegacia de Ensino, Ministério do Trabalho, todos que se foram durantes seus governos, entre várias outras falácias, inclusive Mcdonald´s. Quem promete tudo isso e não cumpre nada, absolutamente nada, realmente não tem credibilidade. E pior, deixar faltar remédios básicos para a população, não pagar o sobreaviso dos médicos deixando nosso povo correndo o risco de ficar sem atendimento, represar recursos, e deixar as ruas em situação intransitável e deplorável, com pessoas quebrando seus veículos, caindo de moto, bicicleta e até a pé, se machucando e correndo risco de morte, isso sim é muito inconsequente, chega a ser desumano. É desrespeito com a população.
JC – Em sua opinião há demora para a execução de obras, como o recapeamento de ruas e avenidas que estão sendo feitos agora no atual governo?
Juninho Gaspar: O que esperar de uma administração retrograda, arcaica, engessada, sem investimento em desenvolvimento tecnológico e econômico? O orçamento municipal é um eterno copia e cola, só muda os valores, não existem programas e políticas públicas inovadores e criativas, não temos metas claras, transparência. Mas é o que todos sabíamos que iria acontecer, já que essa chapa apresentou na justiça eleitoral um plano de governo de meia página, mas devemos respeitar quem tem voto e foi eleito, entretanto, temos o direito de concordar, discordar e se manifestar. Basta fazer um exercício de reflexão, este é o quarto mandato do atual prefeito, todos são exatamente iguais, no discurso, nas promessas e até nas ações. Nos dois primeiros anos e meio, faz-se uma contenção geral de recursos. Cria-se o caos, gera terror, medo, a cidade fica triste, o povo cabisbaixo, falta tudo, a cidade fica feia, suja, intransitável. Faltando um ano para o processo eleitoral começa o recape das principais avenidas, as mais movimentadas, como 9 de julho, 14 de março, Arthur Lopes de Oliveira, inicia-se o tapa buraco, que com a primeira chuva tudo se perde, corta-se o mato, pinta as ruas e recomeça o eterno discurso de que estava colocando a casa em ordem, que agora vai. Como nos últimos 4 mandatos tenta iludir o povo com miudezas. A obrigação da administração de manter uma cidade minimamente limpa e transitável se torna o maior mérito e a maior obra do governo nos últimos 3 anos. E lá se vão quase 30 anos. A demora na execução dos serviços públicos em Batatais faz parte da prática adotada por esse governo, é a má política, aquela que falta humanidade, populista sem comprometimento com o interesse público.
JC – Pensando no futuro. O fato de estar trabalhando fora da cidade atrapalha sua possível candidatura a prefeito?
Juninho Gaspar: No momento estão começando a ventilar possíveis postulantes ao cargo de prefeito, ainda não avaliei se serei candidato, sou totalmente desprovido de vaidade, se por acaso não for candidato, com certeza participarei do processo eleitoral, apoiando o meu grupo de candidatos a vereador e um candidato a prefeito que tenha os mesmo pensamentos e ideias que o nosso grupo. Necessariamente este candidato deve fazer parte da boa política, não ter ocupado cargos no executivo municipal e nem fazer parte do grupo político que há 30 anos gera o atraso, o desemprego, a falta de oportunidades e a péssima prestação dos serviços públicos. E se nosso grupo decidir que eu deva ser o candidato, e assim eu também decidir, o fato de trabalho fora de Batatais não atrapalha em nada, o que muda é que com as oportunidades que tive, me capacitei, aprimorei meus conhecimentos, amadureci ainda mais e me preparei para enfrentar qualquer desafio, e o melhor, fazendo aquilo que gosto, trabalhando diretamente na gestão pública. E mais, eu, minha família e amigos moramos em Batatais, respiramos o dia a dia da cidade. Estou todos os dias aqui, participo dos eventos, da rotina, da vida social de Batatais, desde o posto de combustível, passando pelo supermercado, indos as quermesses, fortalecendo minha fé com minha família na igreja, além de contribuir com a cidade recolhendo meus impostos. Esse é apenas um ‘detalhe’ que eu e milhares de batataenses enfrentamos todos os dias: acordar cedo, viajar para outra cidade, trabalhar o dia todo e voltar para o aconchego da família somente tarde da noite. Reflexo dos anos a fio do governo municipal que pouco se preocupa com a geração de emprego e com as pessoas da nossa cidade.
JC – Qual a sua opinião sobre a informação de que o prefeito José Luis Romagnoli não disputará o próximo pleito como candidato e que o vice, Sebastião Oswaldo Mazzaron Filho não estaria disposto a participar da eleição?
Juninho Gaspar: Preciso deixar uma coisa muito clara: Não tenho nenhuma divergência pessoal com o prefeito, todos os meus apontamentos são relacionados ao modo de governar, a gestão da coisa pública, de como são investidos ou não os recursos públicos, quais as prioridades do governo e se elas existem. Ser ou não candidato é uma questão pessoal. Dizem que ele se pronunciou por diversas vezes nos meios de comunicação e que fez uma reunião com seu secretariado e agregados anunciando que supostamente não seria candidato. Depois de quase 30 anos na administração municipal o desgaste é normal. Talvez tenha percebido que hoje a população tem informação de modo instantâneo, que o povo tem voz e vez e que a cada dia está mais difícil a arte da manipulação, de sustentar as mentiras e falsas promessas. Um governo sem dinamismo, que não tem comprometimento com a verdade, com o passar do tempo cai no descrédito, as pessoas passam a não acreditar. Chega a ser cômico, talvez alguns sofram de amnésia, com que moral o atual prefeito critica o ex-prefeito, que foi seu vice por oito anos e eleito por ele, e os governos passados, se todos os governos passados foram dele? Enfim, acredito que chegando próximo as prévias eleitorais, se ele tiver a mínima condição eleitoral, política e de elegibilidade, com certeza disputará a eleição. Inclusive quanto mais candidatos melhor para ele. Caso não encontre viabilidade ou sinta que pode perder a eleição, para se manter no poder a qualquer custo, com certeza vai apoiar alguém, mesmo se for uma pessoa nova, fora do seu grupo, basta ficar atento aos que lhe rodeiam nas fotos e nos eventos. Em relação ao vice, é aquela velha história que todos nós sabemos: Foi mais um que o Zé Luis ‘matou’ eleitoralmente, não acredito que será candidato, mas gostaria que fosse.
JC – Sem José Luis na disputa para o cargo de prefeito de Batatais é possível que apareçam mais candidatos na próxima eleição?
Juninho Gaspar: Essa é uma ótima pergunta. Zé Luis impõe receio em muitos políticos, como a cidade toda fala, ou ele ‘mata’ eleitoralmente compondo o governo ou a própria concorrência se mata, talvez por medo ou comodismo, não disputam a eleição contra ele. Parabenizo todos que tiveram a coragem de disputar, de apresentar um projeto para cidade, de ‘ousar’’ pensar diferente, posso citar os mais recentes Zé Paulo e Raul Vicentini. Como já disse, eu respeito a pessoa, discordo politicamente. Teve gente que faltava com o respeito, o rotulava de tudo quanto é coisa ruim, com graves acusações, o chamando de ditador, perseguidor e coronel, inclusive alardeando que ele sairia algemado da prefeitura. Essa mesma pessoa se acovardou, não teve coragem de disputar a eleição contra ele, traiu seus companheiros, e foi contra tudo que pregou, não teve competência e capacidade de apresentar um projeto para a cidade, e talvez por ser mais cômodo e oportuno, se aliou a ele. Mesmo assim, também o respeito como pessoa.
JC – Na sua opinião, quais deveriam ser as prioridades de um novo governo?
Juninho Gaspar: Primeiro ato: abrir a caixa preta da administração municipal. Passar a limpo os últimos 30 anos de gestão, licitações, contratos, enfim, auditoria e transparência total. O governo deve ser humano, a prioridade sempre será as pessoas. As básicas que são o investimento nas nossas crianças através de uma educação com qualidade, segurança pública e a saúde são de praxe, as que devem receber uma atenção especial. Entretanto passou da hora de planejar a cidade para o futuro, de criar políticas públicas de investimento e desenvolvimento econômico, apoiar nossas empresas, industrias e o agronegócio e atrair outras de fora, fomentando assim a geração de emprego e melhorando a renda do trabalhador. Inovação, investir e atrair parcerias com a iniciativa privada, incentivar o comércio, o agronegócio e a agricultura familiar, atrair turismo de negócios, eventos e religiosos, utilizar a pratica esportiva como meio de formação do cidadão, incentivar os eventos culturais, apoiar efetivamente as nossas Entidades, valorizar e capacitar os funcionários públicos para o município prestar serviços com qualidade e eficiência, informatizar e desburocratizar, reforma administrativa e diminuir o tamanho da máquina pública, entre outras ações.
JC – Neste período em que não ocupou cargo eletivo continuou militando politicamente e inclusive conquistando recursos para a cidade. O seu trabalho não fortalece o atual prefeito?
Juninho Gaspar: Foram mais de R$ 2 milhões. O trabalho fortalece a nossa cidade. Acredito que independente de quem esteja prefeito, o importante é sempre contribuir, afinal Batatais é a cidade que eu, minha família e amigos moram. Nosso grupo político que o prefeito insiste em dizer que é a oposição, conquistou mais de R$ 2 milhões para nossa cidade, qual prefeito não gostaria de ter uma ‘oposição’ dessa? Tenho que parabenizar o empenho do Dr. Ricardo Mele, Dr. Mauricio, André Calçados e Andreza Furini. Bem como o respaldo do Deputado Estadual Rafael Silva, do nosso amigo Ricardo Silva e do Deputado Federal Fausto Pinato, entre outros, que liberaram diversos recursos.
16JC – Acompanhou as entrevistas do Prefeito Zé Luís e do ex-Prefeito Eduardo?
Juninho Gaspar: Sim, atentamente. Chega a ser mesquinho, enquanto cria e criador disputam quem é o mais culpado pelo caos instalado em nossa cidade, nosso povo sofre com o desemprego, com a falta de desenvolvimento econômico, com a falta de remédios, atrasos e inadimplência no pagamento das Entidades. Disputam o poder e deixam de lado o compromisso de zelar pela cidade e de respeitar as pessoas. Pior é o cinismo e a mentira. Quando perguntado sobre o Hospital de Câncer o prefeito Zé Luís diz que não tem nada com isso, que é coisa do ex. Na campanha eleitoral, para manter o poder, ele disse: só não fiz o Hospital de Câncer no meu mandato porque não deu tempo, mas agora vamos fazer com o Eduardo. Basta acessar a internet e comprovar. O então candidato adversário, hoje aliado, dizia em alto e bom som que só perdeu a eleição porque ambos cometeram um estelionato eleitoral. Que utilizaram da promessa do Hospital de Câncer para vencer as eleições, criando uma falsa esperança em toda a população que já sofre tanto com essa terrível enfermidade. Às vezes é difícil compreender as ações de quem diz uma coisa e faz outra totalmente diferente. Zé Luis, Eduardo e Mazzaron são tudo a mesma coisa. As vezes até parece que fingem que brigam, tudo para o seu grupo político permanecer quase que eternamente no poder. Enfim, parece que o povo está mais atento e consciente com a questão política.