Na noite que a Rússia invadia a Ucrânia, na Câmara dos Deputados em Brasília aprovava-se um projeto que regulariza os chamados Jogos de Azar, mais de 20 modalidades estão inclusas, entre elas os cassinos, bingos, jogo de bicho, jogos on line, caça-níqueis entre outros.
O projeto que desde 1991 vem se estendendo no Congresso Nacional, agora encontra uma conjuntura favorável daqueles que lá estão, Arthur Lira (presidente da Câmara), Ciro Nogueira (Casa Civil) e Ricardo Barros (Líder do Governo) são favoráveis além de contar com outros expoentes do Centrão.
O presidente Bolsonaro já tem uma tática na questão política; como a bancada evangélica é contra e esta é uma base poderosa no seu governo ele já se pronunciou que se aprovado no Senado irá vetar, quando isso acontece o projeto volta e a Câmara terá que ter 257 votos e o Senado 41 para derrubar o veto e assim o projeto acaba passando. Bolsonaro já sabe que são números difíceis e aí ele fica de bem com todos. Ele vetou, mas o Congresso não entendeu assim, não terá como a bancada evangélica e outros setores conservadores culpá-lo.
Para aqueles que são favoráveis o argumento é que a legalização trará receitas, ganho de arrecadação, geração de empregos, oportunidade para promoção do desenvolvimento regional e do turismo nesse período pós pandemia. O ministro Paulo Guedes é favorável e defende essa construção da indústria legalizada uma vez que o jogo ilegal existe e não geram impostos e nem empregos. Em todo Mercosul os jogos são importantes para atividade econômica. Empresários do entretenimento também apoiam.
Por outro lado, os contrários alegam prejuízos sociais como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, prostituição e incentivo a degradação moral causando dependências, endividamentos, destruição de lares e suicídios. É a questão moral x questão econômica. O projeto está sendo um termômetro do atual momento.
Méritos ou deméritos a parte, a bola está com os senadores, a decisão deles será a sentença final, a margem nessa Casa não está tão folgada quanto foi na Câmara, mas atualmente há chances, existe essa possibilidade.
O copo está meio cheio ou meio vazio, depende de quem olha.