O brasileiro em geral é tido como um ser humano de memória curta, pois, são muito esquecidos dos acontecimentos, em especial, os políticos. Este parece-me, ser mais um. Volta e meia a imprensa e os governantes deste país se esbarram em situações não muito amigáveis, digo isto porque, quando ocorre alguma critica mais contundente, logo o governante de plantão, levanta suas armas contra os veículos de comunicação de todo o genero, senão o próprio jornalista que sofre as pressões na lida do dia a dia. Lá nos idos de 2004 o então presidente Lula, ameaçou deportar o repórter Larry Rohter pelo comentário de que o presidente estaria, nas palavras do repórter, abusando do álcool. Tal fato desencadeou uma série de matérias jornalísticas, inclusive a nível internacional, com notícias veiculadas nos grandes jornais dos E.U.A. e do todo o mundo. Naquela época o Planalto chegou a ordenar a suspensão do visto de permanência do referido jornalista, contudo, alguns dias depois revogaram a fatídica portaria que cassava o visto do mesmo, talvez por acreditarem que o presidente Lula realmente abusava do álcool naqueles dias, ou será que fora a constatação que tal atitude feriria nossa Carta Constitucional? Respostas que só o tempo nos dirá. Porém, na ultima eleição presidencial, o povo recebeu uma mensagem de que seria tudo diferente, que entraríamos num novo modelo de gestão pública e política. Ledo engano, eis que há 07 (sete) meses do inicio da nova maneira de se fazer política em nosso país, entre tantas idas e vindas de atitudes grosseiras, surge novamente a pauta, agora, através da portaria 666 de 25 de julho de 2019, aliás, número muito sugestivo pelo seu enunciado. Tal documento resgata a intenção de mandar embora deste país aqueles que de alguma forma, afronta os melindres do povo de Brasília que, com suas atitudes um tanto quanto eivadas de puro veneno, desejam calar a todos. O Brasil e seu povo precisam superar esta impregnante síndrome do vitimismo exacerbado, existente no ambiente dos incautos defensores do indefensável achando que tudo agora será diferente. Estamos vivendo um momento muito delicado, onde parcela expressiva da população acostumou-se a justificar as atitudes do atual mandatário maior, como que sempre foi assim e ninguém fez nada. Vejo pessoas que até então acreditei ser defensor da história deste país, onde a ferrenha luta para se ter liberdade de expressão, que ceifou vidas, tergiversarem seus próprios argumentos, numa sanha exagerada em santificar seres humanos, com coragem de reviver as atrocidades cometidas naquela época. Outros ainda apresentam a defesa de que todos os revolucionários dos anos cinza são indistintamente “bandidos”. Esquecemos que através da luta incansável de muitos deles, podemos hoje gozar de liberdade de voto e vez, gozar da liberdade de falar, escrever e criticar o que não está bom, inclusive o atual senhor feudal, que agora lança mão de um esqueleto do AI -5. É passada a hora de calar o responsável por toda essa desordem, pois, a cada dia inventa um artificio para enganar a todos nós, sempre se vitimizando de tudo que está a seu redor. Oras, não esteve em brasília durante esses anos todos atuando no congresso? Qual é a dificuldade encontrada? Novamente o que se apresenta é a justificativa que quebraram este país. Onde esteves quando era fiscal do executivo? É passada a hora de responsabilizar-se e governar esta Nação que clama por justiça social, vez que vossa preocupação se condiciona em defender os paladinos da justiça, em especial um moço mimado vindo do Estado do Paraná. Não se trata em defender este ou aquele time. Trata-se de defender o Brasil das garras do autoritarismo, da ignorância pura. O primeiro crime se materializou nas conversas dos representantes das instituições que até então, confiávamos. No Estado Democrático de Direito, não se admite troca de idéias entre duas instituições, a julgar qualquer que seja do povo. Imaginemos se todo o ocorrido estivesse presente no outro pólo da ação? Qual seria nossa posição? Chamaríamos estes de “bandidos” também? Vejam não se trata em defender este ou aquele acusado. O que nos interessa é ver uma justiça imparcial e eqüidistante dos fatos, para que tenhamos verdadeiramente uma sentença correta e equilibrada. Deixemos de lado a cor da bandeira do seu time, é hora de desfraldar a única bandeira que representa a todos nós, de cores bem mais agradáveis, inclusive. “Hackear” autoridades é crime? Sim, é. Contudo, dialogar e orientar o pobre Ministério Público Federal, também o é. E isso tudo só chegou ao nosso conhecimento porque a imprensa divulgou, sem passar pelo crivo do setor de censura do governo. Opa! Me desculpem, ainda estamos na DEMOCRACIA.