Baixa umidade e temperaturas frias aumentam a proliferação de vírus e bactérias
Com a chegada do inverno, as doenças respiratórias acometem grande parte da população, principalmente as crianças e os idosos. As doenças virais respiratórias circulam durante o ano todo, mas no inverno o número de casos se intensifica devido ao ar seco, pouca ou nenhuma umidade e baixas temperaturas, o que favorece a proliferação das doenças. É importante manter o cartão de vacinação em dia e tomar alguns cuidados para a prevenção das enfermidades.
Os grupos mais afetados pelas doenças respiratórias são as crianças abaixo de cinco anos, devido ao seu sistema imunológico ainda não ser bem formado, os idosos acima de 60 anos, pois as doenças crônicas contribuem para a baixa imunidade dessa faixa etária e torna-os mais suscetíveis a complicações caso se contagiem e os imunossuprimidos, pessoas que têm a imunidade mais baixa por conta de determinadas condições.
Devido às baixas temperaturas desta estação do ano, é comum ficar em espaços fechados, e o confinamento em locais com pouca ventilação natural, facilita a circulação de microrganismos, aumentando o contágio e a disseminação das doenças respiratórias. Além disso, as mucosas das vias respiratórias tendem a ficar ressecadas com o clima frio e seco, o que deixa o sistema imunológico vulnerável à entrada de microrganismos invasores.
As doenças que podem parecer inofensivas e até mesmo simples de serem tratadas podem trazer complicações e agravar casos. O aumento dos casos de doenças respiratórias como gripe, além de variações como o H1N1 e H3N2 e o Covid-19, resfriado, bronquite, sinusite, têm a vacinação como a forma mais eficaz de se proteger, mas não a única. Para prevenir o contágio ou o agravamento de doenças respiratórias já adquiridas é necessário tomar certos cuidados.
Alguns desses cuidados são: imunizar-se por meio das vacinas ajudando a reduzir a disseminação dessas doenças, protegendo a si mesmos e às pessoas ao redor; evitar o tabagismo; manter uma boa higiene das mãos e dos ambientes que visita com frequência; pacientes com diabetes, doenças cardíacas e outras condições de saúde crônicas devem tomar medidas para gerenciar e controlar suas condições e buscar orientação médica regularmente.
Nossa equipe entrou em contato com a Doutora Maria Eugênia Pedro Romanella, médica pneumologista especializada pelo HC de Ribeirão Preto e fizemos algumas perguntas a respeito das doenças respiratórias no período do inverno:
•Quais são as principais doenças que se intensificam nesse período e quais seus sintomas? Como deve ser feita a prevenção da população?
R: As principais doenças são aquelas causadas por vírus, como gripe (causada pelo vírus influenza), resfriados e covid-19. De modo geral, os sintomas mais frequentes são coriza, congestão nasal, tosse seca ou produtiva, febre, dor de cabeça e indisposição.
Alguns cuidados podem prevenir o contágio, como a higienização das mãos com água e sabão ou álcool 70%, evitar locais sem ventilação, atualização das vacinas, cobrir boca e o nariz ao tossir e espirrar, uso de máscaras, manter-se bem hidratado e uma alimentação saudável.
•Quais são os principais desafios enfrentados por pacientes com doenças respiratórias durante o inverno?
R: Os pacientes que já possuem doenças respiratórias, como asma e enfisema pulmonar, devem ter o cuidado redobrado já que há maior chance de exacerbação no inverno. Assim, é recomendado fazer uso correto das medicações, manter vacinas bem atualizadas e seguimento médico regular.
•Quais grupos de pessoas são mais vulneráveis a complicações respiratórias durante essa época do ano?
R: Os principais grupos de risco são os extremos de idade, crianças abaixo de 5 anos e pessoas com mais de 60 anos. Portadores de doenças crônicas, sejam as respiratórias, cardiovasculares, diabetes e pacientes com algum grau de imunossupressão, como HIV por exemplo, também merecem atenção especial.
•Como diferenciar entre uma simples infecção respiratória e algo mais grave que requer atenção médica durante o inverno?
R: É preciso estar atento aos sinais de alarme e buscar atendimento médico caso eles apareçam. São eles: falta de ar, febre alta persistente, baixa saturação de oxigênio e piora do estado geral.
•Como a pandemia de COVID-19 afetou o diagnóstico e tratamento das doenças respiratórias no inverno?
R: Dentre todas essas doenças virais, que aumentam no inverno, a COVID-19 sempre será uma possibilidade. A doença veio para ficar e não irá desaparecer. Ou seja, em todo quadro de gripe ou resfriado deve ser realizado teste para Covid. Além disso, ainda vivemos um grande impacto da pandemia no cenário da saúde. Houve atraso no diagnóstico das pneumopatias com consequente retardo no planejamento terapêutico.