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Grupos de amigos para apoio social: a família estendida!

Anos  atrás, senti-me envaidecida ao receber um convite inusitado: pessoas da cidade de Ribeirão Preto,  selecionaram  dentre  conhecidos, maiores de 50 anos, número de 10, para instituir  grupo que serviria de apoio aos integrantes, de forma recíproca, em momentos que a família de origem não estivesse presente. Cada um dos integrantes,  atuaria como retaguarda  atendendo  a  necessidade, principalmente por questões de saúde, entre outros também, como exemplos: viagens, companhia em situações  especiais etc.

A exigência implícita para integração ao citado grupo seria que  uma vez aceito o convite, o compromisso estaria selado. Estas pessoas realmente contariam umas com as outras, motivo pelo qual,  naquele  momento, por questões de envolvimento com várias responsabilidades pessoais e profissionais, não conseguiria acrescentar mais esse  compromisso. Penso ter agido corretamente.

Pessoas que já passaram dos cinquenta, geralmente não possuem mais que três irmãos.  Pode ocorrer que algum ou mais já tenha(m) falecido, ou  sem condições para ajudar, ou também o vínculo familiar já não mais exista ou esteja bastante fragilizado, a ponto de servir um de apoio ao outro.  Portanto, são as pessoas extra  família consanguínea que fariam o papel dos familiares.  Igualmente, incluo, que há de se pensar: crianças, adolescentes, jovens e adultos  demonstram necessidade de atendimento tanto quanto os mais velhos. Reflita sobre esta afirmativa.

O momento atual, requer  viabilização de  propiciar aos familiares, amigos e as pessoas conhecidas uma atenção especial, assim, mesmo que de maneira informal, tenho o hábito  de telefonar para essas pessoas ou através das mídias sociais, verificar se estão bem,  física e mentalmente, se precisam de alguma coisa e assim manter viva a rede de relacionamento tão importante, extraordinariamente aos dias  que estamos experienciando.

O ser humano é um ser social, frisando, um ser relacional. Gostamos e necessitamos de afeto, há paralelamente o crescimento da carência afetiva, do cuidado, da atenção que funcionam como bálsamo e a  meu ver, preenchem vazios, aliviam dores emocionais e físicas. É água que rega planta em momento de secura. O contato faz tão ou maior bem ao que auxilia do que a pessoa auxiliada. Sentimo-nos bem ou  melhores ao servir do que ao sermos lembrados.

Fica distante o conceito de que família é apenas constituída por laços de sangue, é integrante familiar também as pessoas que escolhem sê-lo, que se gostam, se consideram e necessitam do afeto de maneira recíproca.

Realizando uma interface com a questão atual da pandemia que vivemos,  nos alerta a frequentes reflexões, talvez uma das mais importantes seja sobre o que verdadeiramente necessitamos? Pesquisas tem demonstrado que em países,  classes sociais e culturas diferentes, as pessoas precisam muito de afeto, atenção, amor, amizade, pertencimento – entenderem-se consideradas e queridas. Imagens televisivas  e  da Internet  mostram pessoas em suas varandas e sacadas  brindando, cantando, ouvindo música, rezando. Não temos visto pessoas, nessas mesmas sacadas e varandas, falando somente de taxas de juros, empréstimos, aquisições de novos carros e imóveis ou roupas de grifes e outros objetos de luxo e geradores de status. Comemoram o fato de terem ou retomarem a saúde e  a glória ao saírem em cadeiras de rodas de uma unidade de terapia intensiva.

Assim é a vida, tudo é relativo, tudo é mutável, essa mesma vida nos oferece oportunidades  incríveis  e  inimagináveis de reflexões que o mais caro curso para formação de  coaching pode oferecer.

É importante ressaltar que enfatizando a necessidade de valorizar os bons momentos e as atitudes imateriais,  não desconhecemos quanto o fator financeiro, no mundo capitalista, é indispensável, mas este é assunto para  outro momento.

Desejo-lhe saúde, pessoas amigas, uma família querida, fé e paz.

Pense nisso!