Sabemos que o uso da tecnologia tem viabilizado novos modelos de negócios a cada dia, e normalmente estas transformações são para um melhor uso das coisas ou melhores hábitos em geral, e nos relacionamentos comerciais inclusive.
Para deixar um pouco mais claro podemos utilizar muitos exemplos, um muito evidente é que as novas gerações quando atingem a maioridade não tem mais aquele desespero para tirar a CNH, e já tentar de todas as formas comprar um veículo ou usar o dos pais, diferente do que acontecia com a maioria da minha geração. Mas o motivo desta mudança está relacionado a necessidade e comodidade, pois quando precisávamos ir para algum lugar tínhamos muita dificuldade, um taxi as vezes tinha um preço distante do que conseguíamos pagar, era um desespero as vezes, hoje em dia com apenas R$ 10,00 é possível se locomover por grandes distancias dentro da cidade utilizando aplicativos como Uber. Desta forma um veículo acaba sendo utilizado para locomoção de muitos, e o desejo em se ter um e dirigi-lo passou a ser secundário.
Sabemos então que o compartilhamento de bens será cada vez mais comum, eu tenho em meu armário no escritório inúmeros livros que acumulei ao longo da vida, e não gosto muito de empresta-los, com isso acumulei um patrimônio que só tem valor sentimental, mas muitos custaram muito caro, no entanto hoje em dia a locação de livros é muito comum, um exemplo é você pagar um aluguel de R$ 19,90 na Amazon, e poder ler a vontade centenas de livros, e isso é tão viciante que chega a ser assustador. Minha filha ganhou de seu namorado um Kindle, e já gostava de ler, agora é uma maníaca, e o problema é que minha esposa começou a ler um ou outro livro no Kindle dela quando estava ocioso, e por fim tive que comprar um para ela. Outro exemplo de uso de um patrimônio que não precisei ter, apenas usar.
Lembro que as pessoas comentavam o quanto seria prazeroso se ter uma casa na praia, o que ainda pode ser um desejo para alguns, mas para a maioria isso não faz mais sentido, pois com aplicativos de compartilhamento como AIRBNB é possível você ter acesso a uma casa linda sem a necessidade de se ter a posse, e lembrando que com esta flexibilidade poderíamos ir a cada ano para uma praia, explorando inúmeras oportunidades. É importante se colocar na posição dos jovens, que pensam apenas no uso.
Estes exemplos também se aplicam para os cenários corporativos, pois os espaços de colaboração se expandem a passos largos, oferecendo uma mesa de trabalho, uma sala, um ambiente para reuniões e inúmeras configurações para atender a demandas recorrentes ou pontuais, e com isso a utilização de prédios passou a ser muito mais inteligente.
Uma novidade que também está surgindo são os colivings, que são locais que fornecem moradia compartilhada para pessoas com afinidades de intenções, e também espaços de trabalho, com isso compartilham o prédio, a infraestrutura tecnológica e acabam se integrando de diversos formas compartilhando inclusive as oportunidades.
Os cenários que nascem para uso inteligente são cada vez mais surpreendentes, e quero concluir apresentando o Housi, que nada mais é que uma moradia totalmente completa, incluindo recursos de Wifi, água, luz, Tv a cabo e tudo que uma casa precisa ter, e normalmente de bom gosto, disponível pelo período que precisar, basta sua cidade já ter pessoas disponibilizando seus imóveis desta forma. Isso pode mudar os hábitos de quem mora pagando aluguel.
Diante de tudo isso é possível perceber que o uso consciente dos bens aliado as tecnologias é algo que chegou para ficar, e a cabeça das novas gerações está em alinhamento total com estas novas ideias.
De outro lado aqueles que possuem patrimônios poderão aproveitar e utilizar de forma mais rentável estes bens.
E por fim é importante lembrar que nosso planeta agradece ao uso mais inteligente de seus recursos.
E hoje terminaremos com uma frase muito importante do poderoso mestre Yoda de StarWars: “Treine a si mesmo a deixar partir tudo que teme perder.”