Iniciando as entrevistas especiais deste ano 2021, falamos com o Professor Victor Hugo Junqueira, que, aos 35 anos de idade, foi escolhido por Juninho Gaspar e Dr. Ricardinho para seguir o bom trabalho à frente da Secretaria Municipal de Educação. Discreto no trato e querido por todos pela forma serena e responsável de encarar e resolver os problemas, Victor é casado com Elaine de Sousa Guideti Junqueira e pai da Sophia de Sousa Junqueira. Sua formação é em Geografia pela Universidade Estadual Paulista – UNESP/Presidente Prudente (2007), somando também especialização em Gestão Ambiental pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar (2012) e mestrado (2013 e 2014) e doutorado em Educação (2015 a 2018) também pela – UFSCar.
O profissional foi professor de Geografia na Rede Estadual e em escolas particulares e, desde 2010, é professor efetivo na Rede Municipal de Batatais. Em 2015, foi convidado pela Secretária Adriane Emily Moura para trabalhar na Secretaria de Educação, em 2018 com a saída dela, ficou como responsável interino da pasta e, em 2019, foi designado Secretário de Educação. Vamos as respostas!!!
JC- Professor, como é ser escolhido para dar sequência ao trabalho na Secretaria de Educação?
Prof. Victor: É muito gratificante. Vejo como um reconhecimento do trabalho, mas também como uma oportunidade de continuar a trabalhar em prol da Educação do município. As ações da Secretaria de Educação, desde 2015, têm sido pautadas no Plano Municipal de Educação e isso traz uma maior segurança para a continuidade das ações, que devem ser aprimoradas constantemente.
JC – Como recebeu a aprovação de grande parte dos funcionários da Secretaria, com manifestação de apoio a sua permanência?
Prof. Victor: Fiquei muito feliz com as manifestações de carinho dos servidores da Educação, de outras secretarias e da comunidade escolar de forma geral. Sempre pautei minhas ações pela transparência e respeito a todos. Temos um grupo de servidores muito qualificado, com os quais procuro dialogar sempre, compartilhar as responsabilidades e os méritos do reconhecimento. Sei que a boa avaliação do trabalho da Educação passa pela qualidade do trabalho de todos. Ninguém faz nada sozinho, precisamos ouvir, dialogar e trabalhar juntos. Por isso, sou muito grato aos nossos servidores e conto muito com eles nessa nova gestão.
JC – Quais são as metas deste primeiro ano do novo governo para a área educacional?
Prof. Victor: Estamos ainda vivendo uma pandemia, que nos traz muitas incertezas. Iniciamos o ano de 2021, com muita preocupação com relação ao aumento de novos casos. Neste cenário, o nosso planejamento é para o retorno gradual e seguro das aulas presenciais e à medida que a situação melhorar, adotar ações de recuperação intensiva das defasagens educacionais.
Do ponto de vista das obras, vamos trabalhar para concluir a reforma da Escola do Anselmo Testa, reformar e ampliar a Escola Paulo Faggioni e trabalhar para a elaboração dos projetos de ampliação da escola Anna Bonagura (Jd. Elena), reforma da creche Dr. Péricles (Vila Cruzeiro) e reforma da Escola Padre Benito (Altino Arantes).
JC – Manter as atividades no período de pandemia foi o maior desafio que já realizou, estando na liderança de um trabalho?
Prof. Victor: Sim. A forma repentina como foi realizada a suspensão das aulas presenciais em março provocou muitas dúvidas, preocupações e insegurança sobre como manter uma rotina escolar de forma remota. Desde o início argumentamos que com a suspensão das aulas haveria prejuízos educacionais, mas atuamos para manter o vínculo dos professores com suas turmas, evitando aumentar as desigualdades educacionais. Aprendemos muito no decorrer do processo e gradativamente foram implementadas mudanças que melhoraram o acompanhamento pedagógico, levando a um resultado satisfatório.
A partir da suspensão das aulas fizemos várias pesquisas com as famílias, entregamos tablets para alunos da zona rural, os professores foram se reinventando e desenvolvendo novas metodologias, fizemos inúmeras visitas às casas de alunos, prestamos assistência psicológica, entregamos computadores e celulares aos alunos em parceria com várias instituições da cidade, realizamos atendimentos presenciais para vários alunos que não estavam acompanhando de forma remota. Enfim, esse conjunto de ações foi possível pelo empenho de toda a rede municipal e uma parceria muito grande com as famílias, às quais agradeço imensamente.
JC – As aulas já tem data para retornar? A distância e presencialmente?
Prof. Victor: Nas escolas da rede municipal as aulas retornam no dia 08 de fevereiro. O retorno será de forma híbrida, com atendimento presencial alguns dias da semana, de forma escalonada entre os alunos e turmas, como já realizado em 2020. Nas próximas semanas, iremos discutir os modelos de retorno, avaliando sempre a situação da pandemia no município e mantendo sempre uma comunicação com as famílias.
JC – Em sua opinião quais serão os maiores desafios para o retorno das atividades presenciais?
Prof. Victor: São muitos desafios ao retorno presencial, em um momento, que temos um aumento significativo de casos. A escola é um espaço que abrange muitas pessoas (servidores, estudantes, famílias) e na qual se estabelecem relações que envolvem contato e proximidade, especialmente, entre as crianças pequenas. Nesse sentido, temos receio com o potencial aumento de transmissão do vírus na cidade.
Do ponto de vista mais específico, vemos dificuldade no uso de máscaras pelas crianças por longos períodos, organização de horários de intervalos, entrada e saída de alunos que geram grande movimentação de pessoas na porta das unidades, o compartilhamento de objetos pelos alunos, ou seja, situações recorrentes em um ambiente educacional, para quais são difíceis níveis de controle. Nas creches, em particular, essas preocupações são ainda maiores, uma vez que as crianças até 03 anos, estão com o sistema imunológico em formação e são muito suscetíveis a doenças respiratórias.
JC – As vagas em creches foram suficientes para atender a demanda?
Prof. Victor: O município ainda não conseguiu atender toda a sua demanda de vaga em creche. No final do ano passado, quando concluímos o processo de matrículas para as vagas de 2021, apenas 04 crianças ficaram na Lista de Espera. Porém, não tenho dúvidas, que isso ocorreu pelo menor número de inscrições, gerado pela preocupação dos pais com a pandemia e ausência de atendimento presencial. Com a retomada de uma situação de maior normalidade, a demanda crescerá, o que exigirá a abertura de novas vagas.
JC – Em termos de investimentos em melhorias e novas unidades, o que está planejado dentro do Plano Municipal de Educação para esse novo mandato?
Prof. Victor: No que tange a infraestrutura o município irá priorizar e buscar recursos para: reforma da Creche Municipal Dr. Péricles de Figueiredo Mendes; ampliação da EMEB Anna Bonagura de Andrade; construção de uma quadra na EMEB do Conjunto Habitacional do Anselmo Testa; reforma e ampliação da EMEB Padre Benito de Uriarte Erbaistrain; reforma da Quadra da EMEB Alzira Acra de Almeida; ampliação ou construção de uma nova creche.
Esses são projetos para o próximo mandato que também dependem da busca de recursos externos, uma vez que a capacidade de investimento do município é limitada.
JC – Qual mensagem você deixa para os pais de alunos, e para os próprios estudantes, que aguardam pela normalização do atendimento pós pandemia?
Prof. Victor: Desejo a todos os pais e estudantes um 2021 de muita saúde e prosperidade. Agradeço o apoio e a colaboração em todo este período. Infelizmente, ainda temos uma situação muito difícil com relação a pandemia, mas a Secretaria de Educação continuará agir com muita responsabilidade e transparência para garantir segurança e qualidade de atendimento educacional a toda a comunidade escolar.
JC – Por fim, qual a importância da educação, em especial o trabalho no ensino fundamental, na vida da comunidade?
Prof. Victor: A escola tem um papel fundamental no desenvolvimento e na formação das pessoas, por meio de uma educação de qualidade podemos ter uma cidade e uma sociedade melhor. Mas, para isso é fundamental que todos, poder público e sociedade civil, compreenda, participe e se responsabilize pela educação, pois isso, certamente fortalece as ações que revertem em benefício para toda a comunidade.