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Empresários relatam as dificuldades por terem ficado fechados por mais de 30 dias

Na segunda quinzena de março foi determinado pelos governos municipal, estadual e federal o início do isolamento social como medida de combate à disseminação do Covid-19, fechando a maior parte do comércio e prestadores de serviço, permitindo o funcionamento durante o período apenas empresas consideradas de serviços essenciais, ligadas aos setores de combustíveis, remédios e alimentação. Após aproximadamente 30 dias de fechamento, muitos empresários já começam a sentir graves efeitos colaterais econômicos pela falta de faturamento. A nossa reportagem conversou com alguns empreendedores sobre as dificuldades que estão passando.

Turismo

André Raymundo dos Santos

No setor de turismo, André Raymundo dos Santos, da empresa Raytur, comenta que os grupos de turistas que tinha para o 1º semestre de 2020 estão sendo transferidos em sua imensa maioria para o 1º semestre de 2021. “Temos contado com a compreensão e flexibilidade comercial das companhias aéreas e hotéis para efetuarmos este remanejamento”.
André informou que em comparação ao mesmo período do ano passado, o percentual de queda é muito acentuado. “De imediato é possível afirmar que o índice é de 100% de queda das vendas, devido ao confinamento social, o cancelamento de 90% dos voos no Brasil e para o exterior, fechamento de 70% dos hotéis por tempo indeterminado, fechamento de fronteiras de vários países na América do Sul e no mundo todo!”, disse.
Como forma de atenuar os impactos econômicos e sobreviver à crise instalada, André comenta que a Raytur está reduzindo custos, com a expectativa de que a retomada econômica aconteça a partir de setembro deste ano.
Kerllon Souza, da empresa Fabrika de Viagens, também informou que o volume de vendas de pacotes caiu para zero nos últimos 30 dias, uma queda de 100% em comparação ao mesmo período de 2019. “Estamos mantendo os clientes informados e atualizados para quando retornar a normalidade. Acredito que a recuperação será lenta e gradual”, afirmou.

Móveis e eletros

Sérgio Donizeti Xavier

No setor de produtos para o lar, como móveis e eletroeletrônicos, o empresário Sérgio Donizeti Xavier, da empresa Casa Nova, conta que observou uma queda de 37% nas vendas. Como medida preventiva para preservar a empresa, fez a redução de horas trabalhadas junto aos seus colaboradores, redução de custos, ferias antecipadas, etc.
“Minha expectativa de retomada é muito ruim, se pelo menos mantivermos as lojas abertas, acredito que consigamos nos manter. Se fechar, com certeza teremos que demitir. O cenário só vai melhorar, acredito eu, só no ano que vem”, comenta Sérgio Xavier.

 

 

 

Eventos

Gustavo Dal Secco de Figueiredo

No setor de entretenimento, Gustavo Dal Secco de Figueiredo, da empresa Hot Baladas Sonorização, que depende da realização de eventos para manter seu faturamento, afirmou que o seu ramo foi um dos que mais sofreram. “O nosso ramo de atividades foi um dos mais afetado, pois trabalhamos com aglomeração de pessoas, como aniversários, casamentos, shows e eventos em geral. Em comparação ao ano passado, estamos com 100% dos nossos eventos cancelados, alguns foram remanejados para outros meses. Em meio a pandemia, estamos oferecendo nossos serviços para gravação de Live ao vivo, onde disponibilizamos todos equipamentos para captação, transmissão e cenários, seguindo todas as normas. Em nosso setor, a recuperação econômica será um pouco mais lenta, pois acaba sendo supérfluo, as pessoas vão priorizar outros compromissos”, comentou Gustavo.
Também no ramo de eventos, está o empresário Bruno Guimarães, da empresa Mithica Beer Truck. Com a empresa quase inativa, está trabalhando vendas diretas online e com uma expectativa pouco positiva para os próximos meses.

Academias
Outro setor que está fechado por um longo período, e que nem com o novo decreto da prefeitura foi permitido o funcionamento, são as academias de ginástica e musculação. O empresário Reginaldo Malvestio, da Academia Corpus, uma das mais tradicionais de Batatais, disse que a o fechamento total está sendo extremamente prejudicial. “Como temos várias modalidades, como lutas, atividades aquáticas, musculação, estética, pilates, fisioterapia, algumas foram 100%, de queda, e na melhor das hipóteses, queda de 70% do faturamento, pois ficando apenas na dependência das pessoas que não deixaram de contribuir com a empresa mesmo com ela fechada”, comentou Malvestio.
Sobre as medidas que a empresa está tomando para atenuar os problemas, o empresário disse que fez a locação de alguns acessórios para clientes que pediram. “Também montamos aulas virtuais para clientes realizarem exercícios em casa. Estamos fazendo “Live” nas redes sociais para manter os alunos conectados com a academia e motivados a fazerem atividades físicas”, disse.
Malvestio comenta que após a reabertura dos setores que estão impedidos de abrir nos decretos, nos próximos meses ainda haverão restrições e o retorno à normalidade será paulatina. “Primeiro precisamos abrir, após a abertura, durante um bom tempo teremos várias restrições em termos de quantidade de clientes na sala de atividade física, então imagino: com a abertura – volta de 30% dos clientes, após 30 dias 40 % dos clientes, e por volta de setembro em torno de 70% dos clientes. Pensando em uma volta de 100%, apenas quando tudo estiver normalizado, que seria na minha opinião o ano que vem “, finalizou.