Nas últimas edições da coluna GIRO HISTÓRICO e CULTURAL tratamos das experiências de guerra descritas por Altamira, sobretudo quanto ao uso de cartas para se comunicar com o mundo, trocadas especialmente entre ela e seu grupo social. As tentativas de comunicação feitas pela enfermeira durante sua atuação na II Guerra Mundial foram sobretudo por cartas, telegramas, recados em jornais e rádio.
Porém, Batatais enviou à Itália outros representantes da Força Expedicionária Brasileira (FEB), além da enfermeira Altamira Pereira Valadares. Com a edição de hoje, informamos aos leitores que estamos em busca das correspondências trocadas entre os outros participantes batataenses, membros da FEB e seus grupos sociais, vindas da Itália e de outras bases militares no Brasil, durante o período da participação efetiva do Brasil no palco de operações na Europa (1944-1945).
A cidade teve dois membros oficiais do Exército enviados para o conflito, Dr. Paulo Scatena (médico) e Dr. Antônio Theodoro de Lima (advogado), além de 32 soldados voluntários, os chamados ‘pracinhas’ (o nome de todos os participantes estão transcritos no quadro abaixo).
A partir de 1944, quando nossos pracinhas partiram para a guerra, os jornais locais deram poucas notícias sobre os batataenses no conflito. Quando veiculavam informações eram das ações bélicas, geralmente matérias reproduzidas de jornais nacionais de maior circulação. Todas as reportagens passavam pela censura do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) ou eram produzidas pelo próprio Estado Novo de Getúlio Vargas, ditando o que deveria ser sabido sobre o conflito na Europa.
Nossa esperança é a de que os descendentes dos batataenses que participaram da II Guerra ainda possam, remexendo em seus baús de lembranças, encontrar essas narrativas tão especiais de seus parentes e resolvam compartilhar esses momentos conosco.
Encontramos em pesquisa realizada entre os anos de 1944 e 1945 nas páginas do O JORNAL, a transcrição de uma carta enviada por um pracinha batataense, JESUS NAZARENO MORATO, à sua mãe.
Abaixo segue a foto reprodução da reportagem e a transcrição da carta enviada pelo pracinha Morato à sua mãe. A carta foi publicada na íntegra no dia 29/03/1945, pelo O JORNAL.
Em seguida, deixamos os nomes dos pracinhas naturais de Batatais ou moradores da cidade. Quem sabe algum de nossos leitores e leitoras faz alguma descoberta histórica familiar, hein?!
BATATAENSES QUE FORAM PARA II GUERRA MUNDIAL (SOLDADOS EXPEDICIONÁRIOS)
Major Dr. Antônio Theodoro de Lima
Major Dr. Paulo Scatena
Capitão Altamira Pereira Valadares
1º Tenente Dr. José Pimenta de Godoy
2º Tenente Américo Mélega
2º Sargento Jesus Nazareno Morato
3º Sargento José Arantes
Aspirante Oficial Ângelo Carolli Filho
Cabo Adalberto Corsini
Cabo Alexandre Walter Rastélli
Cabo Antônio Fonzar
Cabo Esmeraldo Vieira de Souza
Soldado Altino Carloto
Soldado Antônio Fernandes
Soldado Antônio Ferrão
Soldado Antônio Lopes de Abreu
Soldado Celso Nogueira
Soldado Durval Leite de Almeida
Soldado Erasmo Darini
Soldado Francisco Rodrigues de Almeida
Soldado Guerino Barbieri
Soldado João Batista Beato
Soldado João Fressa
Soldado João Garcia Fernandes
Soldado Joaquim Borges de Souza
Soldado José de Lima
Soldado Jorge Aleixo de Oliveira
Soldado José Ribeiro
Soldado Olímpio Donadelli
Soldado Onofre Pimenta de Godoy
Soldado Pedro Dalcie
Soldado Pedro de Munari
Além disso temos os radicados em Batatais:
Soldado José Villela Ribeiro
Soldado Sebastião Fernandes Corrêa
Soldado Felipe dos Santos
ENFIM: ONDE ESTARÃO AS CARTAS E MESMO OUTROS REGISTROS DOS NOSSOS MEMBROS DA FEB DE BATATAIS? ALGUÉM GUARDOU OU ACHOU ESSAS MEMÓRIAS?